16/12/12 Dom: Sf 3,14-18a – (Is 12) – Fl 4,4-7 – Lc 3,10-18

16/12/12 Dom: Sf 3,14-18a – (Is 12) – Fl 4,4-7 – Lc 3,10-18

Neste, 3º Domingo do Tempo do Advento, o Evangelho de Lucas, fala de João Batista, que preparou a cena para o ingresso de Jesus na vida pública. João é o protótipo do homem e da mulher que Deus preparou para estar diante da Sua Face, o Filho Jesus, e para abrir para os outros a via de acesso a esta mesma Face, Jesus. João Batista é a síntese viva do Antigo Testamento. Nele vemos a característica fundamental de toda a história de Israel: a esperança e sua filha, a espera. Esperança e espera vivem de uma fé absoluta na Promessa e, mais profundamente, no Deus da Promessa. Esta fé absoluta é condição indispensável para o cumprimento da Promessa. Se Deus demorou tanto para cumprir a sua Promessa, é porque esperava ser ‘esperado’ por alguém, um ou uma que fosse. Se não é esperado, não pode vir; se, não sendo esperado, vem, é como se não tivesse vindo. Sem cabide para segurá-la, a roupa fresquinha da lavanderia cai no chão. Sem turbina para girá-la em alta velocidade, a preciosa energia elétrica despenca cachoeira sertão afora e o sertão continua sem luz. Sem mão aberta para receber, o dom escorrega fora da mão fechada que tudo ou nada retém. Não é só isso. Quem espera se volta para aquilo ou para aquele que ainda não existe ou não está aí. A espera pode parecer passiva, mas é ativa, como sua mãe, a esperança, se não se sabe se mais cansa de espera ou de ir atrás do que espera. É parecida com a dona de casa que, porque espera a visita, dá-se ao trabalho, para que a visita, vindo, encontre uma casa que a acolha, limpa, cheirosa, flores no vaso, pão de queijo quentinho, café coado na hora, e, sobretudo, braços abertos falando de um coração escancarado. João Batista é assim: todo voltado para o futuro de Deus e todo empenhado para que as pessoas rompam seus insanos equilíbrios para se voltarem para Deus. Como já dissemos, domingo passado, João Batista é ‘excêntrico’. Seu centro está fora dele; seu centro está em Deus e nas pessoas que ele atrai para Deus. Sua força de gravidade é a Promessa de Deus. É justamente esta a característica de alguém que está a procura de sua imagem perdida. Criado à imagem e semelhança de Deus, sua imagem viva, o ser humano é muito grande para se bastar a si mesmo e muito pequeno para satisfazer a sua necessidade. “O ser humano supera o ser humano” disse Pascal. Por isso, por causa de sua transcendência, de sua abertura ao infinito, de sua capacidade de acolher Deus, só Deus pode preencher o ser humano, só Deus pode salvar, quer dizer, libertar e realizar plenamente, o ser humano. Eis por que, por um lado reconhece o erro do que se fez e a ignorância do que fazer e, pelo outro, mostra a indisponibilidade para acolher a indicação de Deus e colocá-la em prática. A resposta de João Batista retoma o caminho clássico de conversão proposto pelos Profetas. Podemos descrevê-lo em três palavras: viver a fraternidade na justiça e na solidariedade. Jesus, no capitulo 6 de Lucas, completará ou sintetizará, este caminho, usando uma só palavra: a misericórdia! A justiça do Antigo Testamento pressupõe a paternidade de Deus e, portanto, a fraternidade entre nós. Por isso, o que você tem e o irmão não tem não é seu, mas deve ser repartido. Os publicanos, funcionários a serviço do Império Romano, odiado como todos os capachos e como todos os cobradores de impostos, também estão abertos à conversão.

17/12/12 – Seg: Gn 49,2.8-10 – Sl 71 – Mt 1,1-17

18/12/12 – Ter: Jr 23,5-8 – Sl 71 – Mt 1,18-24

19/12/12 – Qua: Jz 13,2-7. 24-25a – Sl 70 – Lc 1,5-25

20/12/12 – Qui: Is 7,10-14 – Sl 23 – Lc 1,26-38

21/12/12 – Sex: Ct 2,8-14 ou Sf 3,14-18a – Sl 32 – Lc 1,39-45

22/12/12 – Sáb: 1Sm 1,24-28 – (1Sm 2) – Lc 1,46-56