Clínica queria mais cinco anos para atuar no prédio do hospital Sagrada Família
São Bento – No meio da tarde de terça-feira, dia 11, no Fórum da Comarca, foi realizada audiência solicitada pela Clínica Rim e Vida por conta de todo o imbróglio com o Hospital Sagrada Família (HMSF). Ao promotor Cássio Antonio Ribas Gomes e ao juiz Romano Enzweiler, advogados da clínica solicitaram mais cinco anos de permanência nas instalações físicas do hospital, proposta logo negada – o Sagrada Família se propôs a ceder e conceder no máximo mais seis meses além do prazo já estipulado para que a clínica se retire do prédio, ou seja, dia 4 de fevereiro de 2013. “Cinco anos é demais”, disse o promotor. O juiz Romano tentou estabelecer um meio termo. “Quem comporta até julho, comporta até dezembro (de 2013)”, sugeriu, embora sua ideia tenha sido rejeitada. Sem conciliação, foi dado um prazo improrrogável de cinco dias para manifestação da Rim e Vida – depois disto, o promotor dará seu parecer e o juiz, sua decisão. Romano Enzweiler lembrou que entrará em recesso no dia 19, retornando ao final da primeira semana de janeiro às atividades.
CONTRATO ENCERRADO
No último dia 3, encerrou a prestação de serviços da Rim e Vida no hospital – tendo este sido substituído pelos serviços da outra clínica estabelecida em São Bento do Sul, a Fundação Pró-Rim. Conforme a diretora do hospital, Irmã Nelsa Hackbarth, já havia anunciado em entrevista ao Evolução no dia 21 de novembro, o contrato encerrou no final de setembro último. “Não recebemos solicitação para um novo contrato”, disse Irmã Nelsa na ocasião. Na audiência de terça-feira, o representante da clínica, médico Paulo Sérgio dos Santos, afirmou que a própria clínica construiu “boa parte” da estrutura existente no prédio. “Tenho como provar”, declarou. “Só havia os pilares”. Paulo Sérgio afirmou que uma nova clínica – sem contar o valor do terreno – custaria cerca de R$ 2,5 milhões, lembrando também a questão burocrática, exemplificando que, no caso do Cemox, foram oito meses até que a Vigilância Sanitária autorizasse o empreendimento.
AMEAÇAS
O médico ainda propôs que duas equipes, uma da Rim e Vida e outra da Pró-Rim, atendessem no local, mas o hospital recusou. A administradora do HMSF, Zélia Ignaczuk Zeitamer, relatou que inclusive aconteceram ameaças por conta de toda a situação. Segundo ela, houve até mesmo confecção de um Boletim de Ocorrência (B.O.), pois “alguém do Mato Grosso viria dar um sustinho” em São Bento. “Houve outras situações de retaliação também”, comentou. O representante da Rim e Vida, Paulo Sérgio dos Santos, declarou que não tem nada a ver com a história. “Isso não procede – e não partiu de mim”, explicou. “Foi uma coisa muito errada vir para São Bento”, lamentou Sérgio. (E.L.)