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As curas através...

Segunda, 10 de dezembro de 2012

...do benzimento, dos chás e infusões

 

- - Por Humberto Corrêa - -

 

O exercício da religião sempre conflitou de forma bastante intensa o relacionamento entre os povos. Testemunhar a religiosidade muitas vezes está ligado à demonstração da vida espiritualizada por meio de visitas ao templo ou à igreja, da prática fervorosa da oração, ou pelo exercício da caridade e do serviço ao próximo como uma forma de testificar o compromisso com o Reino de Deus e com o mundo. Por muitos e muitos anos, e posso dizer que até hoje, para muitos, o compromisso com a plenitude da vida em seus muitos aspectos ainda não é reconhecido como a verdadeira expressão de religiosidade.

Pois muita gente só compreende o sagrado em oposição ao profano. Não quero entrar num beco sem saída. Indo além de qualquer dicotomia e maniqueísmo é possível notar que em nossas vidas vivemos situações sagradas e profanas. Portanto, sagrada é a experiência que o ser humano faz com o divino. Experiência que pode ser direta e/ou indireta. Neste sentido o trabalho buscou ressaltar a questão das crenças populares remanescentes ainda na cura através do benzimento e a figura da rezadeira que temos aqui no município de São Bento do Sul.

 

ANTIGAS FEITICEIRAS

Estudiosos afirmam que a rezadeira de hoje equivale às antigas feiticeiras das aldeias europeias: são pessoas que geralmente sabem utilizar as plantas medicinais da região em que vivem e combinam o uso destes medicamentos naturais com o ritual da benzedura.

Num misto de fé, prática cultural e medicina popular, as rezadeiras mantêm viva a esperança de cura do corpo e da alma através da fé. Não importa se o problema é mau-olhado, espinhela caída, briga de marido e mulher, ou quebranto: as rezadeiras conhecem remédio e tratamento para tudo.

Neste sentido, sempre munidas de folhas e ervas medicinais, imagens de santos, rosários, oratórios e a palavra dita por intercessão de Deus e do Espírito Santo, as rezadeiras exercem seus conhecimentos. E o mais importante é a credibilidade que estas têm com as pessoas que as procuram, e a fé é demonstrada de uma forma enigmática aos nossos olhos, pois entende-se que a cura está realmente nos conhecimentos adquiridos de pais e antepassados, transmitidos oralmente através das gerações, pois os gestos e rezas nunca são ensinados ou aprendidos, e sim revelados pelo divino e as rezadeiras tampouco cobram por seus trabalhos, e a atividade é realizada predominantemente por mulheres. O tratamento é simples: com os ramos na mão a rezadeira faz o sinal da cruz no doente. Se a planta murchar, é sinal que as folhas capturaram o espírito maligno que martirizava o doente.

 

HABILIDADES

Destaca-se que o processo de curar pela oração não é exclusividade de nenhuma religião; toda religião tem seu curador e seu método. Salienta-se que o curandeiro costuma acumular três habilidades: é raizeiro, pois sabe preparar remédios com ervas medicinais e conhece sua aplicabilidade; é rezador, já que conhece orações e simpatias para prevenir e resolver problemas físicos e espirituais e é benzedor, tendo em vista que exercita a cura usando símbolos de religiosidade como o sinal da cruz, com ramos de ervas sobre o corpo do enfermo. Dependendo da região do país e da tradição oral de cada família, cada curador tem receitas específicas para tipos distintos de problemas: são garrafadas, xaropes, chás e lambedores que servem para curar diversos males.

 

*Introdução do Trabalho Acadêmico em Ciências da Religião.

**Professor Humberto Corrêa – História/Filosofia/Ciências da Religião



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