Pedro Alberto Skiba (Reticências)
Diretor do Jornal Evolução
Conselheiro da Ordem dos Jornalistas do Brasil
Patrono da Associação Catarinense de Colunistas Sociais (ACCS)
Membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu (Alvi)
Vice-presidente do Conselho Deliberativo da Federação Brasileira de Colunistas Sociais (Febracos)
Diretor de Comunicação da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet/SC)
Consul do Poetas del Mundo
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Assim como eu, você já deve também ter ouvido diante de alguns impropérios ou besteiróis: “Era melhor ter nascido surdo do que ter que ouvir isso”. Pura bobagem – é muito bom poder ouvir, que o digam aqueles que infelizmente só se comunicam através da Libras. Acordar de manhã com o canto do sabiá estridente – tanto que às vezes dá vontade até de torcer o pescoço. À noite, deitar e escutar ao longe o barulho do rodado de aço nos trilhos na estrada de ferro. A buzina longa das locomotivas diesel que substituíram a saudosa Maria Fumaça. O barulho dos aviões rasgando nosso céu. A batida da porta do carro do vizinho que acabou de chegar ou sair. As motos dos entregadores de jornais na madrugada. O latido da cachorrada, que, orquestrado, basta um começar e os outros fazem o coro. O pio da coruja se equilibrando no fio elétrico. O ronco acelerado de carros e motos daqueles que sempre estão com pressa. A algazarra das crianças em grupo saindo para a escola. Agora tem coisas mesmo de que não gostamos e que nos assustam. A sirene de bombeiros, ambulâncias ou carros de polícia. O som alterado da discussão de vizinhos. O suspiro de quem abafa choro pelos problemas mal resolvidos. Aquele chato que não se conforma em ouvir sozinho a dupla sertaneja de sua preferência – quer repartir com todos. Aquele que não sabe sair nem chegar em casa sem dar um toque na buzina. O telefone insiste que a noite é sempre presságio de notícia ruim. Ninguém liga duas ou três horas da madrugada para dar parabéns. O vizinho que acorda às seis da manhã e vai lavar o carro com o esguicho ou cortar a grama com máquina elétrica. O “chega pra lá” nas noites quentes – ou o “chega mais pra cá” nas noites frias. O “boa noite” e o “bom dia”, sempre mensagens e desejos de que estejamos bem. O pedido de benção dos filhos, tão em desuso atualmente. O grito silencioso do coração apaixonado. Pior mesmo é escutar “Hoje não”. “Estou com dor de cabeça”. O Santo Anjo soletrado da voz de uma criança sonolenta. O miado do gato amigo quando se levanta pela manhã. Um “meu querido, te amo – você é importante para mim”. O “acorde, está na hora”. Ou o “hoje faça o café você”. Ao abrir seu primeiro e-mail um belo e estendido bommmmmmmmmmmmmm diaaaaaaaaaaa, e o primeiro é pra você, como me escreveu o querido amigo Nelson Valandro, no último sábado. Ah, gente! Vamos tirar a cera do ouvido para ouvir melhor. Vamos fazer um gargarejo pela manhã para que a voz soe com bom timbre e brademos “Bommmmmmmmmmm diaaaaaaaaaa, amigos”, “bom dia, sol”, “bom dia, neblina”, “bom dia, chuva, bom dia”. Bom dia para mim. Afasta, mau humor!!!
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Acredita em Papai Noel?
Depois dizem que sou chato, polêmico, etc, etc. Mas como já passei – e bem – dos 60, não vou mudar mais. Mas tenho a esperança de que algumas pessoas mudem. Principalmente as que devem cobrar, exercer o direito de cidadania e que representam entidades. Que se esforçam para ser voluntárias, mas que muitas vezes confundem benemerência com política. Mais uma vez doadores de sangue viajaram para Joinville para fazer doações. Cadê, gente, o veículo equipado para coleta, prometido publicamente e em reunião da Fundação Cidadania pelo deputado estadual Antonio Aguiar, há mais de um ano? A promessa foi feita na presença do prefeito eleito Fernando Tureck e outras lideranças políticas. Não vejo mais ninguém falar do assunto. É no mínimo obrigação dos dirigentes da fundação virem a público dar uma explicação. Do deputado não se espera mais nada.
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Milium
Cliente comprou jogo de panelas na loja Milium de São Bento do Sul. Eram oito, no total. Ao usá-las, duas já deram problemas como a queda dos cabos. Voltou à loja e tentou trocar a mercadoria. Não foi atendido. Tentou o Procon e nada. Enviou e-mail para direção da empresa em Joinville. Também não autorizaram a troca. Claro que ele queria trocar todas, pois perdeu a confiança em usar o produto. Contou... 1001, 1002, 1003 e... bumba! Pegou as panelas e as amassou em frente à loja e deixou lá para serem recolhidas pelos funcionários. Raiva, prejuízo – e mais uma vez o consumidor se ferrou. Falei por telefone com o gerente James, que me confirmou o ocorrido e disse que só foi autorizado a trocar as peças danificadas. Então agora estão todas danificadas. Que tal trocar?
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DPVAT
Recebi farto relato, documentação, fotos e tudo que possa ilustrar denúncias contra a empresa Central que intermedeia – mediante comissão – encaminhamento de documentação de acidentes de trânsito para a seguradora Líder, que paga os prêmios do DPVAT para acidentados ou dependentes. O assunto já foi motivo de denúncia por este colunista, foi parar no Ministério Público e morreu na casca. Mesmo os anúncios na TV – de que agora as agências dos Correios encaminham os documentos sem nenhum custo –, parecem ainda não ter despertado os interessados. Em São Bento do Sul continua tudo como antes. Quarta-feira mesmo consultei o escritório responsável que funciona no hospital Sagrada Família.
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Se liga, Coca
A Coca-Cola, sempre atenta, deu mais um golpe de mestre em marketing, mas ainda não se deu conta de que em São Bento do Sul os nomes Djéssica, Djonathan, Djeniffer, Djony e mais alguns “Djs” proliferam.
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Colombo e a prioridade
Servidores em greve da Saúde estão divulgando um vídeo da campanha do governador Raimundo Colombo em 2010. É um forte discurso sobre a prioridade que seria dada à Saúde em sua campanha, quando foi cunhada a expressão de que a área seria prioridade número um, dois e três do governo. No meu blog você confere o vídeo.
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Eita nóis
“Com o valor de dois contratos pagos pela Secretaria de Justiça e Cidadania para a locação de bloqueadores de celular em duas unidades, seria possível comprar este tipo de equipamento para todo o sistema prisional de SC. A constatação é do Ministério Público, autor da Ação Civil que levou ao bloqueio dos bens da secretária de Justiça, Ada de Luca, e de outros cinco réus”. Notícia no “DC”. Então os políticos condenados nem sequer irão dormir na cadeia, vide caso mensalão. E agora o bloqueio, que era para os celulares dos presídios, foi para os bens da secretária?
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Se segura, cidadão
Nem a casa do comandante geral da Polícia Militar foi poupada pelos vagabundos. Imaginem o cidadão comum. Saúde em greve! Escolas caindo aos pedaços e interditadas. Hospitais fechando. Segurança, um caos. E ainda tem gente que defende o governo. Pior cego é mesmo aquele que não quer enxergar.
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Arrependimento
Será que Deus teria se arrependido de criar o mundo e a humanidade? Diante de tanta selvageria, incompreensão, desamor, intolerância, falta de limites, ganância, guerras, combates, assaltos, assassinatos, roubos e corrupção não me espanto se Ele for julgado e condenado.
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Irmãs religiosas novamente no olho do furacão
A região está se tornando pródiga em polêmicas envolvendo Ordens Religiosas, propriedade de bens e administração. Tudo porque, na maioria dos casos, as Irmãs são apenas administradoras de hospitais, colégios e outros, que na sua grande maioria foram construídas com doações e serviços da comunidade – e passadas ao “domínio” destas, através de doações, mas com cláusulas proibitivas de venda. Com a carência de religiosas para dar continuidade às administrações e os desafios da falta de recursos, as mesmas estão sendo encurraladas e tentam vender os patrimônios. A polêmica agora atinge a vizinha Campo Alegre, segundo consta pela decisão das Irmãs Salvatorianas anunciarem que não mais irão administrar o Hospital São Luiz e a intenção da venda do patrimônio. Já começam as discussões e mobilização da comunidade, pois embora as irmãs administrem os próprios do hospital desde 1960, constaria da ata da assembleia que autorizou a doação – cláusulas inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade (leia mais no Blog do Skiba).
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O alfaiate das SS
Chamava-se Hugo; alemão, beirava os 40 anos quando fundou em Metzingen, a cidadezinha onde nascera, pequena loja de confecções. Seis anos depois abriu falência. Desesperado, em 1931 ingressou no Partido Nazista – e aí sua vida mudou para melhor. Fornecedor exclusivo dos uniformes negros das SS (Schutzstaffel), da Juventude Hitlerista e de outras agremiações nazistas ( sempre muito preocupadas com a elegância), ganhou milhões entre 1934 e 1945, e, para dar conta das encomendas, a solução foi apelar para a mão de obra dos prisioneiros de guerra. Após a derrota do III Reich, foi levado aos tribunais mas pegou penas brandas, sendo condenado a indenizar as famílias dos trabalhadores forçados. Ah, quase me esquecia: o nome completo do homem era Hugo Ferdinand Boss. Uma das três maiores confecções do mundo.
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Mensagem política sapiencial
“Não é a política que faz o candidato virar ladrão. É o seu voto que faz o ladrão virar político”. (Autor desconhecido)
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“Entre aspas”
“Pontual é alguém que resolveu esperar muito” – Millôr Fernandes
“O que é um adulto? Uma criança de idade” – Simone de Beauvoir
“Eu nunca vejo o que já foi feito. Eu somente vejo o que ainda falta para ser feito” – Marie Curie.
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“Fazer um bom desaforo requer competência.
Não pode ser feito de qualquer jeito. O melhor deles é aquele que
demora pelo menos dois dias para ser entendido”. (Claudia Wasilewski)