Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
18/11/12 Dom: Dn 12,1-3 – Sl 15 – Hb 10,11-14.18 – Mc 13,24-32
Neste, 33º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Marcos, diz que Deus conduz a história com sabedoria e paciência ao encontro com o Filho do Homem, Jesus. Nele, cada ser humano é filho, na comunhão com o Pai. O fim do mundo não é a precipitação de tudo no nada, mas a realização da esperança além e acima de toda expectativa. A finalidade do mundo é alcançar uma plenitude que ninguém cismaria imaginar. De um lado, a criação anseia pela manifestação dos filhos de Deus; do outro, os crentes clamam ‘Maranà thà’, Vem, Senhor, pela vinda do Filho. O encontro entre o Filho e as criaturas, especialmente os seres humanos, é a finalidade suprema da criação. Com efeito, por Ele, nEle e para Ele tudo foi feito; ele é a vida de tudo o que existe. Associamos fim do mundo com aniquilação, destruição, morte. Na visão bíblica, o ‘fim’ é a ‘finalidade’ mais desejada, a meta pela qual se luta, a felicidade que se busca e nunca se encontra: é o encontro entre o Pai e os filhos, entre o Filho e os irmãos, entre o Criador e as criaturas, entre o Amor e os amados, entre o Esposo e a esposa. Os primeiros cristãos, que ansiavam pelo encontro, com o seu Senhor glorificado, viram na destruição do Templo o sinal do fim do mundo. Fugiram para as montanhas para escapar à espada dos destruidores e esperar o retorno de Jesus. Falsos profetas anunciavam a iminência do fim. Mas é preciso não se deixar enganar. Será ‘depois’ de todas as violências, de todas as destruições, de todos os extermínios. Sobre as cinzas da morte Deus trará uma realidade totalmente nova, os novos céus e a nova terra, o Reino será entregue ao Pai, e Deus será tudo em todos! Não vale a pena fazer cálculos, entregar-se a especulações, ir à caça de sinais premonitórios. É pura perda de tempo. Como é perda do juízo identificar nas crises da história humana a realização de sinais precursores: ‘está na Palavra’! Crises sempre houve e sempre haverá, mas ainda não será o fim. A crise é ocasião para reassumirmos o designo de Deus, revelado em Jesus, a sua vinda em poder e glória para dar a conhecer o juízo de Deus e a salvação do homem. O mistério de Jesus morto e ressuscitado constitui, na verdade, a sua primeira vinda. Vinda que continua na vida cotidiana dos discípulos missionários: a sua segunda vinda. Vida que esconde, anuncia e antecipa o encontro definitivo e pleno com Ele: a terceira vinda. Viver ‘no tempo que se chama hoje’ o encontro que se deu ‘naquele tempo’ entre Jesus e os discípulos missionários é a única forma sensata de anunciar, preparar e antecipar o encontro que se dará no ‘fim dos tempos’, no abraço que nenhum braço poderá jamais desatar. Ninguém sabe o dia final, mas todos podem viver cada dia como se fosse o último. Se, sabemos ler os ‘sinais dos tempos’ meteorológicos, podemos aprender a ler também os ‘sinais dos tempos’ históricos, onde o Senhor está presente e atuando em vista do seu Reino. Por onde passa hoje a salvação que não cessa de ser oferecida pelo Pai, que não quer a morte, mas a vida dos seus filhos e filhas? Nós cremos no Deus da vida que ressuscitou Jesus. Cristo vivo é a resposta que o Pai nos dá, garantindo-nos a vida e a esperança em nossa grande morte e nas pequenas mortes de cada dia. Em Jesus toda a nossa vida passa a ter sentido, inclusive a nossa morte. Cristo Pascal, Cristo eternamente vivo é o Senhor da vida nova. Nele edificamos sobre a rocha e encontramos proteção e certeza. Cremos num Pai que dá seu Filho por amor. Cremos num Filho que dá sua vida por amor. Cremos numa semente pequenina que se torna árvore. Cremos no grão de trigo que cai na terra para dar fruto. Porque cremos no Deus da vida, sabemos que são felizes os que morreram no Senhor, porque suas obras os acompanharam.
19/11/12 – Seg: Ap 1,1-4; 2,1-5a – Sl 1 – Lc 18,35-43
20/11/12 – Ter: Ap 3,1-6.14-22 – Sl 14 – Lc 19,1-10
21/11/12 – Qua: Zc 2,14-17 – Sl 1 – Mc 12,46-50
22/11/12 – Qui: Ap 5,1-10 – Sl 149 – Lc 19,41-44
23/11/12 – Sex: Ap 10,8-11 – Sl 118 – Lc 19, 45-48
24/11/12 – Sáb: Ap 11,4-12 – Sl 143 – Lc 29,27-40
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