No grupo também estavam estudantes pré-selecionados pela unidade para disputar a vaga para a etapa estadual. Brusque, Lages e Tubarão também realizaram excursões

São Paulo - A comemoração do acesso do Criciúma Esporte Clube à Série A foi distante de casa para um grupo de pais e estudantes do SENAI da cidade. Eles viajaram 12 horas para superar os 650 km até a capital paulista para conhecer a Olimpíada do Conhecimento, maior evento de educação profissional das Américas, e torcer por Edivaldo Gregório, que disputou na ocupação de segurança do trabalho. O SENAI é a instituição do Sistema FIESC que atua na oferta de educação profissional e serviços técnicos e tecnológicos.

No grupo, estavam Edílson e Adriana Gregório, pais de Edivaldo, que compareceram para incentivar o filho, mesmo que de maneira calada e sem conversar com ele, como exigem as regras da competição. "Estamos com muita esperança de uma boa colocação, pois ele se dedicou bastante, trabalhando de dia e estudando à noite", explicou a professora Adriana. Ela salientou que a família apoiou Edivaldo, mesmo que ele tivesse se afastado um pouco do convívio com os pais e a irmã menor. O operador de máquinas Edílson, que atua na construção civil, se orgulha ao lembrar que sugeriu ao jovem a escolha do curso técnico em segurança do trabalho.

Também vieram a São Paulo 12 jovens estudantes do SENAI, de 16 a 22 anos, pré-selecionados para disputar a vagas de Criciúma para a etapa estadual da Olimpíada do Conhecimento, nas áreas de moda, TI, segurança do trabalho, CAD e web design. Eles estão treinando e em janeiro participam de uma prova seletiva que indicará o competidor em cada ocupação no evento que será realizado em 2013, iniciando um ciclo que terá a etapa nacional em 2014 e o torneio internacional em 2015, desta vez no Brasil. Três desses estudantes estavam acompanhados pelos pais.

Ao ser questionada sobre a possibilidade de sua filha Gabriela, de 16 anos, da área de moda, ter que viajar e se afastar, a costureira Vitória Botega Duarte não teve dúvidas. "Eu queria ter tido uma oportunidade dessas na minha juventude. Agora, se precisar, vou acompanhá-la", afirmou, determinada.

Vitória lembra que desejava cursar Direito, mas foi obrigada pela mãe a fazer um curso de costura, profissão na qual atua até hoje. Caprichosamente, o destino levou Gabriela a escolher a área do vestuário. "Então eu disse a ela que poderia seguir essa profissão, mas teria que ir muito além do que eu fui. Que ela faça uma faculdade de moda e que aprenda a desenhar". Pelo visto, Vitória vai acompanhar de perto a preparação da filha.

Outros estudantes prestaram um pouco mais de atenção às tarefas realizadas por Edivaldo. São Guilherme Loch, 19 anos, e Paulo da Silveira Costa, 18 anos. Eles disputam a vaga na ocupação de segurança do trabalho e acompanharam de perto os treinamentos de Edivaldo, embora não com a mesma intensidade. Guilherme constatou que, para a competição, a preparação psicológica é tão importante quanto a parte técnica. E os dois concordam quanto ao fato de que aos poucos o mercado de trabalho vai exigir o mesmo padrão de excelência da Olimpíada. "O mercado vai afunilando cada vez mais", observa Paulo. "O nível de exigência das empresas é cada vez mais acentuado", frisa. Embora disputem a mesma vaga, os dois ressaltam não existe rivalidade. "Vai passar o que estiver melhor preparado e o outro vai torcer e ajudar", destacou Guilherme.

Colega de Paulo e Guilherme no curso de segurança no trabalho, Marina de Matos, 19 anos, destacou o empenho de Edivaldo nos preparativos. Para ela, "o fato de ele estar aqui competindo entre os melhores estudantes do Brasil mostra que o curso é bom. É um orgulho para nós, seus colegas", afirmou a estudante.