O caminhoneiro joinvilense Cirilo João Tomasi, 47 anos, rezava pelos sete mortos no acidente que ocorreu na quinta-feira, no km 374 da pista Sul da BR-376, quando sentiu o forte impacto da batida de um caminhão na traseira do veículo que dirigia na tarde desta terça-feira.
Ele sobreviveu ileso a umanova tragédia que matou três pessoas no km 673,4, a apenas 600 metros da sequência de acidentes que ocorreu cerca de 123 horas antes e matou sete pessoas, na quinta-feira da semana passada.
— Não vi nada. Só senti o impacto. Que tragédia meu Deus. Eu poderia ter morrido — disse, ainda em estado de choque, o homem que ajudou a salvar uma das vítimas e que comemorou ter sobrevivido para conhecer neta Isabela.
A tragédia começou por volta das 16h10, em uma tarde de tempo bom, no km 668. Um guincho, com placas de Torres (RS) teria perdido o freio e bateu em dois carros de raspão. Ninguém se feriu.
O caminhão, que levava outra carreta com placas de Balneário Gaivota (SC), continuou descendo a serra desgovernado e passou pela área de escape, no km 371. A Polícia Rodoviária Federal e a Autopista Litoral Sul, responsável pela rodovia, ainda tentam descobrir por que o motorista não usou o recurso construído para evitar este tipo de acidentes.
No km 373, o veículo atingiu o carro onde estava o casal Juli Maria Z. Gomes, 56 anos, e José Carlos Gomes, 57. As marcas na pista mostram que o Corsa, com placas de Ivaiporã (PR), foi arrastado por cerca de 400 metros até ser jogado contra o barranco ao lado da pista. O motorista do automóvel morreu na hora.
A mulher foi levada de helicóptero para o Hospital São José, em Joinville, mas não resistiu às pelo menos seis paradas cardiorespiratória e morreu logo após dar entrada na unidade de saúde. Depois de atingir o carro do casal, o guincho atingiu de raspão na traseira do caminhão de Cirilo.
— Eu estava devagar, a 25 km por hora. Ele passou muito rápido e bateu na lateral de um caminhão tanque. Depois, saiu da estrada e deu no barranco — conta o joinvilense.