Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
11/11/12 Dom: 1Rs 17,10-16 – Sl 145 – Hb 9,24-28 – Mc 12,38-44
Neste, 32º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Marcos, é como um díptico: um conjunto formado por dois quadros, um referido ao outro. Os quadros são, de um lado, o comportamento dos fariseus; do outro, a atitude da viúva. A mensagem é clara: é preciso ter cuidado com os doutores da Lei, falsos mestres que admiramos, porque, no fundo, os cultivamos dentro de nós, e imitar a viúva, mestra verdadeira da qual desviamos o olhar. Os doutores da Lei amam a si mesmos a cima de todas as coisas e servem-se, de tudo e de todos, inclusive de Deus, para ocupar os primeiros lugares. São idólatras de si mesmos, são o melhor exemplo do pecado fundamental que se apodera do coração humano: o protagonismo de si mesmo, que coloca o próprio eu no lugar de Deus. A pobre viúva é exatamente a imagem contrária: pobre, humilde, sozinha, longe dos refletores. Ela não dá muito, como fazem os ricos, mas tudo. Ela dá toda a sua vida. É como Jesus, que se fez último e deu a própria vida para o bem de todos. Se os doutores da Lei são a imagem de Adão no paraíso, que queria ser como Deus, como ele O imaginava, a viúva é a imagem de Cristo na cruz! A viúva forma outro díptico: com a sogra de Pedro, curada na primeira semana de Jesus. A sogra de Pedro, curada, pôs-se a serviço; a viúva pôs toda a sua vida no gazofilácio. Essa palavra recorre em Lc 21,1, onde se diz que Jesus “vê os que lançavam na caixa do tesouro os seus dons, ricos”, a tradução é quase literal. Diante o tesouro do Templo, num lugar acessível a todos, havia treze caixas para as ofertas. Um sacerdote controlava o valor das moedas, na Palestina, no tempo de Jesus, circulavam moedas de vários países e de valores diferentes, e, em alta voz, declara o valor e a intenção da oferta, jogando-a na caixa correspondente. Na caixa de número 13, faziam-se as ofertas espontâneas e sem intenção declarada. Essa caixa número 13 era fruto de finíssima argúcia: não se constrangia o pobre e não se deixava de receber sua doação. Depois, falam de Macchiavelli! As anteriores doze caixas não eram menos astuciosas: alimentavam a ganancia do templo com a vaidade dos ricos. Os ricos querem ser vistos, mas Jesus não olha para eles, porque escolheu os pobres do mundo, para dar a eles o seu Reino. Os olhos do Mestre estão cheios de uma coisa só: a viúva que, doando dois centésimos, doou mais que todos, pois deu de sua penúria! Se o primeiro milagre de Jesus foi curar a sogra de Pedro, talvez viúva também, a Sua última instrução é mostrar o exemplo desta viúva. Ela, sim, é mestra da Lei. Jesus a coloca na cátedra, para que, quando ele partir, ela esteja no seu lugar de Mestre. Ela dá tudo para o Templo, mesmo sem ainda saber que o templo é o próprio Jesus. Mas Jesus vê no gesto da viúva a semelhança com Seu gesto: caminho que salva, estrada que realiza o ser humano, doação que dá sentido à vida. Quem doa tudo, pode dizer assim: “Lamentei-me algumas vezes com o Senhor porque, morrendo, ele não nos livrou da necessidade de morrer. Teria sido tão belo poder dizer: ‘Jesus enfrentou também a morte em nosso lugar’, e, mortos, poderíamos ir ao Paraíso por uma estrada florida. Mas Deus quis que passássemos por esta ‘estrada dura’ que é a morte e entrássemos na escuridão, que sempre nos provoca um pouco de medo. Fiz as pazes com a ideia de ter que morrer quando compreendi que, sem a morte, não chegaríamos jamais a fazer um ato de plena confiança em Deus”. Senhor, minha fé me leva a lhe oferecer toda minha vida.
12/11/12 – Seg: Tt 1,1-9 – Sl 23 – Lc 17,1-6
13/11/12 – Ter: Tt 2,1-8.11-14 – Sl 36 – Lc 17,7-10
14/11/12 – Qua: Tt 3,1-7 – Sl 22 – Lc 17,11-19
15/11/12 – Qui: Fm 7-20 – Sl 145 – Lc 17,20-25
16/11/12 – Sex: 2Jo 4-11 – Sl 118 – Lc 17,26-37
19/11/12 – Sáb: 3Jo 5-8 – Sl 111 – Lc 18,1-8
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