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Conheça as melhores práticas adotadas pelas vencedoras do Prêmio Aprendizagem Cidadã

Quinta, 08 de novembro de 2012

 

Empresas se dedicam a aprimorar e reter jovens profissionais para garantir pessoas qualificadas para funções operacionais

 
Florianópolis  - A contratação de jovens aprendizes tem sido vista por outros olhos por indústrias do Estado de Santa Catarina. Muito além de tratar a questão como uma mera exigência legal de cumprir as cotas de aprendizes, as empresas estão notando que podem encontrar nesses jovens uma solução para a falta de profissionais qualificados para as áreas operacionais fabris.

Algumas dessas ações para aproveitar melhor a presença desses jovens talentos foram reunidas no 1º Prêmio SENAI/SC Aprendizagem Cidadã, que teve como finalistas as empresas Ciser (de Joinville, Norte de SC), Temasa (de Caçador, no Meio Oeste catarinense), Metalúrgica Riosulense (de Rio do Sul, no Vale do Itajaí) e Tuper (de São Bento do Sul, Norte do Estado). (veja o guia da melhores práticas no final do texto). Em comum, o fato dos jovens passarem 4 horas por dia em aulas do SENAI e outras 4 em atividades práticas nas empresas.

A premiação tem o objetivo de identificar e valorizar as boas práticas que contribuam para a formação de cidadãos e profissionais mais capacitados para as atuais exigências do mercado de trabalho. O SENAI/SC, entidade que promove o evento, integra o Sistema Federação das Indústrias (Sistema FIESC) e oferece cursos de aprendizagem industrial voltados para diversos setores.

A instituição possui atualmente 12,6 mil matrículas em cursos gratuitos de aprendizagem industrial, o que representa um crescimento de quase 300% em relação ao registrado em 2007 (3,1 mil). O diretor regional da instituição, Sérgio Roberto Arruda, destaca que a aprendizagem industrial tem se tornado cada vez mais uma oportunidade para que as empresas antecipem a atração e retenção de talentos. "Além disso, as organizações podem, desde cedo, disseminar sua cultura organizacional entre os jovens profissionais", observa.

Veja algumas das práticas adotadas pelas empresas finalistas

Programas customizados: em parceria com o SENAI, empresas como Ciser e Riosulense formatam cursos customizados, com disciplinas mais voltadas para a área de atuação da empresa, os equipamentos usados, seus processos e especificidades. O currículo diferenciado prevê atividades didático-pedagógicas tanto no SENAI quanto na empresa. Nos programas, os jovens já iniciam contratados como aprendizes assim que iniciam o curso. Com isso, as empresas também diminuem a evasão dos cursos de aprendizagem. Os programas customizados também podem ser oferecidos a grupos de empresas ou sindicatos patronais.

Desenvolvimento comportamental: Nos cursos de aprendizagem industrial, os jovens adquirem os conhecimentos e habilidades necessários para diversas funções das indústrias. Mas, para completar o tripé "competências+habilidades+atitudes", tão desejado na gestão de pessoas, as empresas resolveram dar sua contribuição, ao instruir os jovens quanto aos aspectos comportamentais. "Nossa maior dificuldade são os aspectos relacionados ao comportamento, à postura profissional. Afinal, estamos falando de pessoas em uma fase complicada, que é a adolescência", explica Susana de Luci, gerente de RH da Metalúrgica Riosulense, de Rio do Sul.

Em seu programa de aprendizagem, a empresa busca o alinhamento entre valores pessoais e profissionais. Para isso, conta também com cursos sobre temas relacionados a aspectos comportamentais, em parceria com o SESI. Na Tuper, até mesmo os pais são envolvidos: eles são convidados participar de um dia na empresa, em que conhecem o programa e vistam a fábrica

Rotatividade: Como a maioria dos jovens, os aprendizes gostam de novidade. E se sentem bem em uma rotina apenas quando estão satisfeitos com ela. Uma forma de ajudar os aprendizes a encontrar as áreas ou funções de uma empresa que mais os agradam é passar por diversas funções durante seu contrato de aprendizagem. Algo muito semelhante ao job rotation, que diversas empresas utilizam para promover a integração entre setores. Na Metalúrgica Riosulense, por exemplo, os jovens passam por 20 funções da empresa previamente identificadas (cujos trabalhos os aprendizes podem realizar). E, a cada mudança, os jovens são avaliados pelos monitores, uma forma de saber se o jovem possui as competências necessárias para o cargo - o que pode ser útil no caso de uma efetivação futura.

Benefícios: O fato de estar dentro de uma empresa, complementando os conhecimentos e prática do curso, já é um benefício para os jovens. Mas, para reter esses talentos, algumas vão além: oferecem benefícios extras semelhantes ou até iguais aos dos colaboradores. Na Ciser, de Joinville, por exemplo, os aprendizes recebem férias e têm direito a plano de saúde, entre diversos outros benefícios. Os jovens aprendizes da Tuper, de São Bento do Sul, usufruem de transporte da empresa, alimentação, seguro de vida, plano de saúde e odontológico e até mesmo remuneração extra referente ao Plano de Participação nos Resultados da empresa. Estratégia semelhante é adotada pela Temasa, de Caçador.

Efetivação: muitas empresas têm interesse em aproveitar e efetivar os aprendizes, após tê-los capacitados. Principalmente os que completaram 18 anos - idade mínima para atuar em diversos ambientes fabris. O interesse é tanto que alguma empresas fazem um banco de talentos e entram em contato assim que os jovens completam 18 anos. Algumas, ao selecionar jovens para programas de aprendizagem, também dão preferência a jovens com idade próxima aos 18 anos - para que ao término do contrato de aprendizagem os jovens possam ser efetivados, o que é permitido pela legislação. As empresas também dão prioridade a jovens filhos de colaboradores, para que o laço familiar ajude a aumentar as chances do jovem desejar atuar como colaborador da empresa.

Saúde e segurança: uma das dificuldades de se possuir jovens aprendizes dentro das empresas é onde "encaixar" os jovens, já que a legislação restringe a atuação a algumas funções livres de riscos. Para resolver essa questão, empresas como a Ciser identificam, com apoio de engenheiros de segurança, quais áreas e funções que os aprendizes podem atuar sem risco de acidentes. Os profissionais de segurança produzem um parecer que remetem ao Ministério do Trabalho, o que torna possível aos aprendizes trabalharem nessas atividades.

Sobre o SENAI Santa Catarina

Entidade integrante do Sistema FIESC, o SENAI Santa Catarina apoia a indústria com a formação de profissionais de nível técnico, superior (com cursos de tecnologia) e pós-graduação. Também oferece cursos de formação de aprendizes e de formação profissional inicial e continuada (qualificação e aperfeiçoamento), além de oferecer cursos sob demanda para empresas e instituições, inclusive na modalidade a distância.

Sua atuação também contribui para o aumento da competitividade da indústria catarinense por meio de consultorias a empresas, serviços laboratoriais (avaliação da qualidade e da conformidade, caracterização de matéria prima, ensaios de proficiência e materiais de referência certificada) e de pesquisa aplicada. Mais informações sobre o SENAI/SC no site www.sc.senai.br e pelo fone 0800 48 1212.


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