A premiação tem o objetivo de identificar e valorizar as boas práticas que contribuam para a formação de cidadãos e profissionais mais capacitados para as atuais exigências do mercado de trabalho. O SENAI/SC, entidade que promove o evento, integra o Sistema Federação das Indústrias (Sistema FIESC) e oferece cursos de aprendizagem industrial voltados para diversos setores.
A instituição possui atualmente 12,6 mil matrículas em cursos gratuitos de aprendizagem industrial, o que representa um crescimento de quase 300% em relação ao registrado em 2007 (3,1 mil). O diretor regional da instituição, Sérgio Roberto Arruda, destaca que a aprendizagem industrial tem se tornado cada vez mais uma oportunidade para que as empresas antecipem a atração e retenção de talentos. "Além disso, as organizações podem, desde cedo, disseminar sua cultura organizacional entre os jovens profissionais", observa.
Veja algumas das práticas adotadas pelas empresas finalistas-
Programas customizados: em parceria com o SENAI, empresas como Ciser e Riosulense formatam cursos customizados, com disciplinas mais voltadas para a área de atuação da empresa, os equipamentos usados, seus processos e especificidades. O currículo diferenciado prevê atividades didático-pedagógicas tanto no SENAI quanto na empresa. Nos programas, os jovens já iniciam contratados como aprendizes assim que iniciam o curso. Com isso, as empresas também diminuem a evasão dos cursos de aprendizagem. Os programas customizados também podem ser oferecidos a grupos de empresas ou sindicatos patronais.
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Desenvolvimento comportamental: Nos cursos de aprendizagem industrial, os jovens adquirem os conhecimentos e habilidades necessários para diversas funções das indústrias. Mas, para completar o tripé "competências+habilidades+atitudes", tão desejado na gestão de pessoas, as empresas resolveram dar sua contribuição, ao instruir os jovens quanto aos aspectos comportamentais. "Nossa maior dificuldade são os aspectos relacionados ao comportamento, à postura profissional. Afinal, estamos falando de pessoas em uma fase complicada, que é a adolescência", explica Susana de Luci, gerente de RH da Metalúrgica Riosulense, de Rio do Sul.
Em seu programa de aprendizagem, a empresa busca o alinhamento entre valores pessoais e profissionais. Para isso, conta também com cursos sobre temas relacionados a aspectos comportamentais, em parceria com o SESI. Na Tuper, até mesmo os pais são envolvidos: eles são convidados participar de um dia na empresa, em que conhecem o programa e vistam a fábrica
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Rotatividade: Como a maioria dos jovens, os aprendizes gostam de novidade. E se sentem bem em uma rotina apenas quando estão satisfeitos com ela. Uma forma de ajudar os aprendizes a encontrar as áreas ou funções de uma empresa que mais os agradam é passar por diversas funções durante seu contrato de aprendizagem. Algo muito semelhante ao job rotation, que diversas empresas utilizam para promover a integração entre setores. Na Metalúrgica Riosulense, por exemplo, os jovens passam por 20 funções da empresa previamente identificadas (cujos trabalhos os aprendizes podem realizar). E, a cada mudança, os jovens são avaliados pelos monitores, uma forma de saber se o jovem possui as competências necessárias para o cargo - o que pode ser útil no caso de uma efetivação futura.
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Benefícios: O fato de estar dentro de uma empresa, complementando os conhecimentos e prática do curso, já é um benefício para os jovens. Mas, para reter esses talentos, algumas vão além: oferecem benefícios extras semelhantes ou até iguais aos dos colaboradores. Na Ciser, de Joinville, por exemplo, os aprendizes recebem férias e têm direito a plano de saúde, entre diversos outros benefícios. Os jovens aprendizes da Tuper, de São Bento do Sul, usufruem de transporte da empresa, alimentação, seguro de vida, plano de saúde e odontológico e até mesmo remuneração extra referente ao Plano de Participação nos Resultados da empresa. Estratégia semelhante é adotada pela Temasa, de Caçador.
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Efetivação: muitas empresas têm interesse em aproveitar e efetivar os aprendizes, após tê-los capacitados. Principalmente os que completaram 18 anos - idade mínima para atuar em diversos ambientes fabris. O interesse é tanto que alguma empresas fazem um banco de talentos e entram em contato assim que os jovens completam 18 anos. Algumas, ao selecionar jovens para programas de aprendizagem, também dão preferência a jovens com idade próxima aos 18 anos - para que ao término do contrato de aprendizagem os jovens possam ser efetivados, o que é permitido pela legislação. As empresas também dão prioridade a jovens filhos de colaboradores, para que o laço familiar ajude a aumentar as chances do jovem desejar atuar como colaborador da empresa.
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Saúde e segurança: uma das dificuldades de se possuir jovens aprendizes dentro das empresas é onde "encaixar" os jovens, já que a legislação restringe a atuação a algumas funções livres de riscos. Para resolver essa questão, empresas como a Ciser identificam, com apoio de engenheiros de segurança, quais áreas e funções que os aprendizes podem atuar sem risco de acidentes. Os profissionais de segurança produzem um parecer que remetem ao Ministério do Trabalho, o que torna possível aos aprendizes trabalharem nessas atividades.
Sobre o SENAI Santa CatarinaEntidade integrante do Sistema FIESC, o SENAI Santa Catarina apoia a indústria com a formação de profissionais de nível técnico, superior (com cursos de tecnologia) e pós-graduação. Também oferece cursos de formação de aprendizes e de formação profissional inicial e continuada (qualificação e aperfeiçoamento), além de oferecer cursos sob demanda para empresas e instituições, inclusive na modalidade a distância.
Sua atuação também contribui para o aumento da competitividade da indústria catarinense por meio de consultorias a empresas, serviços laboratoriais (avaliação da qualidade e da conformidade, caracterização de matéria prima, ensaios de proficiência e materiais de referência certificada) e de pesquisa aplicada. Mais informações sobre o SENAI/SC no site
www.sc.senai.br e pelo fone 0800 48 1212.