21/10/12 Dom: 53,10-11 – 32 – Hb 4,14-16 – Mc 10,35-45

21/10/12 Dom: 53,10-11 – 32 – Hb 4,14-16 – Mc 10,35-45

Neste 29º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Marcos, traz a pergunta de Jesus: “O que vocês querem que eu faça por vocês?”. A pergunta que Jesus faz a João e a Tiago, o Evangelho a faz a nós, seus leitores. Somos muito parecidos, senão iguais, com João e Tiago. Somos cegos e não sabemos o que pedir. Pedimos o contrário do que Jesus quer nos dar. Por isso, o diálogo entre Jesus e os discípulos missionários, que somos nós, é todo um jogo de equívocos. Um diálogo entre surdos! Jesus não é o messias dos nossos desejos, mas da promessa de Deus. Os discípulos missionários o amam, mas a seu modo, como o conhecem. Para os discípulos missionários, Jesus é como o ‘x’ da matemática, que recebe cada vez um valor diferente, de acordo com as circunstâncias. É instintivo para o ser humano fazer dos próprios desejos o próprio absoluto. O nome desse absoluto varia. No mundo antigo, podia tomar a forma de: ‘Júpiter’, ‘JHWH’, ‘Jesus’ ou ‘Alá’! No embate das modernas ideologias, podia ser: ‘Stálin’, ‘Hitler’ ou ‘Mussolini’. Hoje, tem nomes mais apetecíveis: ‘prazer’, ‘bem-estar’, ‘high-tech’, ‘rendimento’ etc. No fundo, indica a mesma coisa. O ser humano substitui Deus por qualquer nome que lhe prometa conseguir os seus desejos. Nomes são nomes e precisam se deixar medir pelas realidades que apresentam. O texto nos ensina que o critério divino da salvação é a ‘carne’, a humanidade concreta, única, insubstituível de Jesus. A pequenez de Jesus, que se mostra frágil e desnuda na manjedoura e na cruz, decepciona toda expectativa do ser humano, seja ele religioso ou não, e lhe abre novos horizontes. A reação dos discípulos missionários diante da terceira predição da Paixão é pior que as anteriores. Depois da primeira, Jesus corrige Pedro, que pensa segundo os homens e não segundo Deus. Depois da segunda, vieram a incompreensão e o mutismo de todos, interessados apenas em saber quem seria o maior. Agora, os dois prediletos, ao invés de identificar-se com a vontade de Jesus, querem que esse faça a sua. Estamos na contramão da fé. Em vez de fazer sua vontade na terra, querem que ele faça a deles no céu! Diante disso, é preciso olhar para Abraão, o primeiro a não trocar a fé com as próprias seguranças, a verdade com as próprias certezas. A verdade é que o ser humano é desejo. Freud dizia que a criança é um perverso polimorfo, e, por isso, sempre lhe falta algo, nada o sacia, sempre busca e, quando não encontra, pede. O trabalho de Jesus não é fácil: educar o desejo, não eliminável, dos discípulos missionários, para que procurem e peçam o que Deus pode dar. Assiste-se, aqui, ao embate decisivo entre o desejo de Deus para o homem e o desejo do homem em relação a Deus. A essência de Deus está em jogo. A identidade do homem está em jogo. Para Jesus, a essência de Deus, e a identidade do homem, é o amor que se faz servo. Escravo e último de todos. Para os seres humanos, não importa a raça, a cultura, a religião, ela consiste no poder mundano, embrulhado ou não com o papel colorido das boas intenções! Os discípulos missionários, de ontem e de hoje, sofrem do mesmo pecado do mundo. Isso não é grave, pois todo pecador pode ser salvo. Grave é não o reconhecer e, assim, não poder ser salvo.

Coleta para Missão: A Igreja realiza, no penúltimo domingo de outubro, uma coleta especial, para o trabalho missionário. Seja generoso, faça uma boa oferta para as Pastorais realizarem bem sua Missão Evangelizadora!

22/10/12 – Seg: Ef 2,1-10 – Sl 99 – Lc 12,13-21

23/10/12 – Ter: Ef 2,12-22 – Sl 84 – Lc 12,35-38

24/10/12 – Qua: Ef 3,2-12 – (Is 12) – Lc 12,39-48

25/10/12 – Qui: Ef 3,14-21 – Sl 32 – Lc 12,49-53

26/10/12 – Sex: Ef 4,1-6 – Sl 23 – Lc 12, 54-59

27/10/12 – Sáb: Ef 4,7-16 – Sl 121 – Lc 13,1-9

Seja um participante fiel, na sua Igreja, ofereça o Dízimo!