Em anúncio feito na manhã desta quinta-feira (4) pela Vigilância Sanitária e pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), a empresa 'Holandês', responsável pelo leite que causou intoxicação, já pode retomar a produção.
Já a partir desta quinta-feira (4) a empresa de Biguaçu, na Grande Florianópolis, volta a funcionar e o leite está liberado para o consumo. Já os derivados, segundo a Cidasc, serão liberados após o recolhimento de todos os que estão no mercado, que devem ser destruídos. Após isso, a produção também será autorizada.
A empresa foi fechada no dia 21 de setembro, após a identificação de dois lotes que causaram intoxicação em 26 pessoas - 25 crianças e uma mulher de 58 anos. A empresa deve fiscalizar a produção e a Cidasc ainda está com processos administrativos para continuar a análise do caso.
Entenda o caso
O laudo oficial sobre a contaminação do leite da marca Holandês saiu nessa terça-feira (2) e confirmou o documento parcial que já havia sido divulgado. Análise de amostras dos produtos da marca produzidos a partir do dia 18 de setembro mostraram que o leite e produtos derivados, como a nata, iogurte e queijo, estavam contaminados com nitrato e nitrito.
De acordo com responsável técnico da marca Holandês, o laudo é favorável à empresa. "Apenas aquele lote estava contaminado. As amostras recolhidas desde o dia 23 de setembro deram negativas, o que mostra que nossas correções foram satisfatórias. Estamos confiante e agora falta pouco para a Vigilância nos liberar", afirma Luiz Carlos Custódio.
A suspeita de contaminação do leite ocorreu após oito crianças ficarem doentes em três cidades de Santa Catarina. O primeiro sintoma da intoxicação pela substância é a cianose, ou seja, mudança da coloração da pele para tons e de azul e roxo, principalmente na ponta dos dedos, embaixo das unhas, e ao redor dos lábios. Isso ocorre por uma reação no sangue causada pela substância.
Após investigação epidemiológica, todos os casos tinham em comum o consumo de leite pasteurizado da mesma marca. O estado montou uma força-tarefa, com funcionários da Vigilância Epidemiológica, Sanitária e Cidasc, e interditou provisoriamente a fábrica produtora, além de retirar os produtos do mercado.
De acordo com Marlene Zannin, professora de Toxologia da UFSC e supervisora do Centro Informações Toxicológicas (CIT) de Santa Catarina, o nitrito é um produto químico, utilizado como conservante.