A mesma empresa que já empregou 5 mil pessoas e chegou a produzir cerca de 5,4 mil ônibus em um ano terminou a quinta-feira lacrada e falida.
Na sentença, assinada pelo juiz Maurício Cavallazzi Povoas, a Busscar é descrita como uma companhia com sérios problemas de gestão e com uma administração considerada “uma balbúrdia”. O texto de 25 páginas, fundamentado com base na lei de recuperação judicial, justifica a decisão do magistrado de decretar a falência do Grupo Busscar.
A partir desta sexta, a produção da Busscar está parada. Os últimos três ônibus fabricados pela empresa foram entregues na noite de quinta. A Tecnofibras continua ativa por tempo indeterminado, enquanto a Climabuss opera por pelo menos 30 dias.
Às 19 horas, uma hora e meia após a publicação da decisão no site do Tribunal de Justiça do Estado, Rainoldo Uessler já assinava o termo de compromisso que o torna administrador da massa falida.
É ele quem controla agora os negócios do grupo, sem deixar de manter o papel de fiscalizador da Justiça, para a qual deverá enviar relatórios.
— Sábado já começo o trabalho —, disse.
Uessler contou que o até então presidente da Busscar, Claudio Nielson, entrou em contato com ele após a divulgação da sentença se colocando à disposição.
— Fiquei satisfeito com isso. Ele foi muito cavalheiro. Não haverá dificuldades nesta transição. O que é muito importante.
A Busscar informou, por meio de nota, que “acata a posição do juiz e vai avaliar as possibilidades de recursos nos próximos dias”.
Nesta sexta-feira, Uessler fará uma reunião com funcionários ativos da companhia para explicar a situação. O administrador, que tem experiência neste tipo de processos, disse quinta-feira que a dificuldade nestes casos é que “é muito triste para os funcionários, que ficam no desconforto, perdem o emprego. Mexe com a emoção das pessoas, mas é necessário.”