O prefeito, vice e vereador de Governador Celso Ramos, presos na noite de quinta-feira pela Polícia Federal, estariam negociando cerca de R$ 500 mil com empresário para facilitar licenças de construção no município.
Desde a noite de quinta-feira, o prefeito Anísio Soares (PMDB), o vice-prefeito, Manoel Marcelo Cunha (PMDB), e o vereador Alcemir Alves (PMDB) estão presos na superintendência da PF em Florianópolis.
Nesta manhã, a polícia divulgou nota e esclareceu detalhes da prisão. Quinze agentes participaram da ação por volta das 20h de quinta, dentro de um café num shopping de São José.
No momento do flagrante, o empresário que denunciou o prefeito ao Ministério Público Estadual portava R$ 30 mil em espécie e deveria negociar ainda o pagamento de dois cheques, além da doação de um imóvel na praia de Palmas avaliado em R$ 400 mil para o prefeito.
O dinheiro, afirma a polícia, seria dividido entre o grupo, que pretendia usá-lo para fins pessoais e abastecer o caixa de campanha do vice-prefeito, que concorre à reeleição como prefeito. O vereador também seria beneficiado com verbas para sua campanha eleitoral.
A polícia autuou o grupo sob acusação de crime de concussão — quando o acusado exige dinheiro ou vantagem indevida em razão da sua função —, previsto no artigo 316 do Código Penal. Caso sejam condenados, os três podem pegar de dois a oito anos de reclusão, além do pagamento de multa.
Dois advogados que representam os políticos entraram com pedido de liberdade provisória dos envolvidos nesta manhã.
Entenda o caso
— Na noite de quinta-feira, o prefeito, o vice-prefeito e o vereador se encontraram com o empresário denunciante em um café num shopping de São José.
— A ação vinha sendo investigada pela Polícia Federal desde que o empresário denunciou cobranças indevidas por parte dos políticos ao Ministério Público Estadual.
— Os três foram presos em flagrante no encontro com o empresário. Este portava R$ 30 mil em dinheiro, dois cheques e também doaria um imóvel na praia de Palmas avaliado em R$ 400 mil para o prefeito.
— De acordo com a PF, as cobranças garantiriam ao empresário favorecimento para negócios em Governador Celso Ramos.