Florianópoli - ,Duas turmas da última fase do Curso de Administração Empresarial da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) trabalharão por melhores condições no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, com reforma na Ala Oncológica e aquisição de novos equipamentos para a Ala de Queimados.
A reforma da Ala Oncológica, chamada de Projeto Cata-Vento, é missão da turma vespertina da disciplina Programação e Projetos II do Curso de Administração Empresarial, do professor Leandro Schmitz. Os 21 alunos têm como objetivo readequar o sistema de ventilação da ala, interditada por contaminação por fungo. Uma necessidade urgente, pois o Hospital é referência no atendimento oncológico infantil - o Cepon da Capital é especializado em atendimento a pacientes adultos.
Já o Projeto Além da Pele é missão da turma noturna da disciplina, que conta com 57 alunos. Segundo Viviane Della Giustina, gerente de marketing do projeto, o objetivo é a aquisição de equipamentos e materiais para a Ala de Queimados, com prioridade para as cirurgias de enxerto. A meta é adquirir um dermátomo e um expansor de pele, além de itens como cadeiras para acompanhantes e conjuntos para refeição.
Sete anos de sucesso
A iniciativa de dedicar uma disciplina a projetos de cunho social é aplicada pelo professor Leandro há sete anos. Foram concluídos 33 projetos desde 2005, beneficiando quase vinte entidades - incluindo hospitais, associações comunitárias e abrigos para jovens e idosos. O Hospital Infantil já havia sido escolhido em 2011 com o projeto Pequenos Gigantes, que levantou recursos para a reforma na Ala Oncológica - o maior projeto em termos de faturamento, superando R$ 100 mil.
Segundo o professor, há uma concorrência saudável entre os alunos para superar os resultados dos semestres anteriores. Ele ressalta que os alunos não podem doar dinheiro às instituições, apenas produtos e serviços - o que garante rendimento maior, pois nessa hora os futuros administradores costumam dar provas de poder de negociação. "Há fornecedores e profissionais que se sensibilizam e viram parceiros", afirma.
Em 2011, além do HISC, as disciplinas do professor Leandro beneficiaram o Hospital Universitário (com o Projeto deLeite à Vida, visando a contrução de parte do banco de leite), o Lar Recanto do Carinho (com o Projeto Novo Lar, que fez reforma das instalações) e o Grupo Capoeira do Centro Cultural Escrava Anastácia (Projeto Esquiva, que investiu na construção de um muro e reforma do telhado), entre outros.
Captação de recursos
A arrecadação é feita com eventos - festivos, musicais, esportivos e gastronômicos, como o Cozinha Mané, que reuniu chefs locais em uma homenagem ao jornalista Aldírio Simões - e com a venda de produtos (camisetas, chaveiros, sacolas ecológicas, etc). Os alunos também buscam captação junto à empresas, e para tanto montam sites, perfis em redes sociais, criam material de sensibilização e fazem a venda cotas de patrocínio.
Para atingir as metas é feita uma divisão de tarefas, com a organização de diferentes gerências. Há quem trabalhe com eventos, divulgação, contato com a instituição, documentação e prestação de contas, e na operaração do software que registra e gerencia o projeto.O processo dura um semestre letivo, período no qual os alunos precisam formalizar uma entidade jurídica, encerrada ao final do trabalho. "O interessante nesses projetos é que, ao final de apenas quatro meses, os alunos são capazes de entregar um benefício tangível para a sociedade", comenta o professor.
Os Projetos Cata-Vento e Além da Pele serão concluídos até novembro.