É oficial: Joinville terá um crematório. O Sistema Prever, também proprietário de uma das quatro funerárias que atuam na cidade, a Serviço Social Funerário (Sesf), conseguiu licença ambiental prévia (LAP) depois de mais de seis anos brigando para instalar o serviço.
A previsão é de começar as atividades no primeiro trimestre de 2013. O forno já foi comprado nos Estados Unidos e está aguardando o uso há quatro anos. Será possível realizar até 20 cerimônias por dia.
A primeira tentativa de implantação do crematório ocorreu em 2007, em terreno no bairro Atiradores próximo ao Cemitério Municipal, o maior de Joinville, mas a grande oposição dos moradores da vizinhança contribuiu para engavetar o projeto.
Agora, o serviço deverá ficar perto do cruzamento da rua Tuiuti com a avenida Santos Dumont, na entrada do bairro Jardim Paraíso, em um lote de aproximadamente 15 mil m². Desta vez, a opinião popular terá pouca influência: a lei municipal 328, de janeiro de 2011, passou a permitir crematórios em zonas industriais e faixas rodoviárias da cidade.
A LAP foi expedida em 16 de julho e publicada no “Diário Oficial do Estado” de 30 de agosto pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Em setembro, o diretor do grupo empresarial paulista, Reginaldo Czezaki, pretende entrar com pedido da licença ambiental de instalação (LAI) para a obra.
O prédio deve ser erguido em cerca de seis meses e o diretor pretende inaugurá-lo no primeiro trimestre de 2013 – quando a Prefeitura espera já ter homologado o resultado da licitação para o serviço das funerárias, cujo edital deve ser lançado até novembro. Além disto, também serão necessários para a obra licença de operação (LAO) e alvará da Prefeitura de Joinville.
Reginaldo calcula que o investimento no serviço será de mais de R$ 8 milhões, incluindo o forno importado que está armazenado na cidade há mais de quatro anos e o terreno, que custou R$ 4,5 milhões.
Competição no Norte de SC
A expectativa do grupo empresarial é conseguir o máximo da capacidade mensal já no primeiro ano. Falta saber se haverá demanda em Joinville, visto que existem opções de crematórios em Curitiba, Blumenau e Balneário Camboriú. Em Jaraguá do Sul, um serviço espera desde julho de 2011 licença ambiental para ser inaugurado.
Para o diretor da Prever, o desafio para o crematório será romper com a cultura de enterrar os mortos e a confecção de túmulos convencionais. O apelo da empresa será o preço para a cremação, que deve variar entre R$ 1,5 e R$ 3 mil. O diretor argumenta que também há benefícios ambientais, já que o corpo não toca o solo e o gás carbônico liberado no ar tem volume inferior ao da atuação de um carro.
Mas as vantagens não significam que o serviço esteja livre de inspeção por órgãos ambientais. Em fevereiro, o crematório de Balneário chegou a ser embargado temporariamente pela Fatma por atuar com a licença vencida.