Nem sempre fé, força de vontade e perseverança são suficientes para ganhar a guerra contra o fumo. Médicos do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração (InCor) de São Paulo avaliaram nos últimos meses como a associação de medicamentos pode ajudar a acabar com o vício do cigarro. Ações pela cidade também procuram ajudar quem busca combater a dependência nesta quarta-feira (29), como mostrou o SPTV, no Dia Nacional de Combate ao Fumo.
Durante dois anos, o InCor acompanhou 500 pacientes que queriam parar de fumar. O resultado da pesquisa é surpreendente. Hoje, 40% são ex-fumantes, 30% tiveram recaída, 20% não conseguiram largar o vício nem tomando remédios e 10% largaram o tratamento ainda no começo.
Muitos pacientes com alto grau de dependência não conseguem parar de fumar porque o desconforto da abstinência é grande e somente os medicamentos minimizam os efeitos colaterais.
O grupo de pesquisa avaliou que situações de estresse agudo, como perder o emprego, divorciar-se ou enfrentar a morte de um familiar, são a principal causa de recaídas para tabagistas em tratamento.
Na Estação Sé, do Metrô, uma iniciativa, coordenada pelo Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, visa a orientação e conscientização dos malefícios causados pelo tabagismo à saúde.
“Em pacientes que manifestam sintomas desconfortáveis, a associação à medicação duplica ou até triplica a chance de parar de fumar. 50% dos fumantes vão morrer em consequência do fato de serem fumantes. Esse rol de doenças vai fazer com que o fumante morra dez anos antes do previsto, caso seja do sexo masculino, e 14 anos antes, caso seja do sexo feminino”, diz Jaqueline Scholz, coordenadora do programa do InCor.
Médicos pneumologistas e profissionais de enfermagem orientam os interessados sobre os males causados pelo hábito de fumar. Quem for detectado com problemas respiratórios será aconselhado a procurar um especialista.
As principais doenças relacionadas ao cigarro são infarto, derrame cerebral, câncer e enfisema pulmonar. O problema é que um fumante não sente os sintomas dessas doenças logo no primeiro cigarro. Isso demora 20, 30, às vezes até 40 anos para acontecer.
Adolescentes
Médicos dizem que as pessoas estão começando a fumar cada vez mais cedo. Pensando nisso, a Escola Adventista de Campo Grande, Zona Sul de São Paulo, fez uma atividade diferente nesta manhã.
Durante uma semana, alunos do ensino fundamental se prepararam para dar uma aula aos colegas sobre o mal que o cigarro faz. A lição não ficou apenas dentro da escola. Depois de ensinar aos amigos, os estudantes foram para as ruas com uma proposta: sugerir que os fumantes troquem o cigarro por uma maçã.
O objetivo da atividade é oferecer oportunidade de uma vida melhor e mais saudável aos familiares dos alunos e ào comunidade, que muitas vezes não tem condições financeiras de pagar por um acompanhamento e um curso .
. O uso constante da nicotina afeta todo o metabolismo do fumante. Os alunos também vão receber levedo de cerveja, produto natural que contém vitamina B e ajuda no processo de superação do vício.