05/08/12 Dom: Ex 16,2-4.12-15 – Sl 77 – Ef 4,17.20-24

EVANGELHO: (Ler na Bíblia: Jo 6,24-35)

Neste 18º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho mostra o contexto da multiplicação dos pães e a auto apresentação de Jesus, como o pão da vida, a qual se seguirá o discurso sobre o pão eucarístico. A afirmação central é a palavra de Jesus: “Eu Sou o pão da vida”. Ao dizer isso, Jesus não está usando uma linguagem instrumental, mas mística. A palavra ‘mística’ quer dizer ‘iniciar alguém numa realidade escondida, secreta, sacra, especialmente nos sagrados mistérios’. Linguagem ‘mística’ é a que mergulha e ilumina o ‘mistério’ da própria pessoa de Jesus, que na verdade, é o único mistério da fé cristã. No longo discurso de João 6, depois da multiplicação dos pães, Jesus inicia seus discípulos missionários e a própria multidão no mistério da sua pessoa e no mistério da Eucaristia. ‘Mística’ e ‘mistério se ligam, nos nossos ouvidos mal-acostumados, a magia e irrealidade. Magia e irrealidade, porém, são apenas desvios daquela estrada que todos somos chamados a trilhar para chegarmos ao nosso destino. De fato, todo ser humano é, por natureza, um místico, quer dizer, alguém à procura do mistério escondido em cada coisa e em cada fato da vida. Aquilo que vemos não é tudo. Aquilo que ouvimos não é tudo. Aquilo que tocamos não é tudo. Tudo o que afeta nossos sentimentos e atinge nossa inteligência está aí para ser entendido e interpretado. É um sinal, isto mesmo, um ‘sinal’! Cujo significado só nós temos e detemos a chave. O universo é um livro aberto que quer ser lido. O universo é um livro aberto na medida em que sabemos lê-lo. No ser humano, o sinal encontra o seu significado, a realidade encontra a sua palavra, a letra encontra o texto que lhe dá sentido e sem a qual ele também não existiria. Como diz Paola Bignardi: “Abandonar-se a Deus dentro e através da vida quotidiana é uma extraordinária aventura do espírito, que permite ‘tocar com a mão’ o mistério: não só o de Deus, mas também o da vida. É mistério a vida que se acende numa mulher, não menos que o amor humano. É mistério a dor que nos dobra sobre o peso das perguntas, ou o trabalho com que humildemente contribuímos para levar o mundo adiante. É mistério a morte como selo da nossa pobreza, mas também como porta que nos abre ao abraço definitivo com o Pai. Vivendo a vida de todos, entrevemos dela o que muitos não intuem: que ela não é fechada em si mesma”. No Evangelho, quando Jesus diz, que ele é o pão da vida, usando uma metáfora. A palavra ‘metáfora’ quer dizer ‘leva além’, ‘vai além’, ‘conduz além’. Temos uma linguagem ‘literal’, quando ‘pedra é pedra e pão é pão’, e temos uma linguagem ‘metafórica’ quando ‘pedra não é pedra e pão não é pão’! A linguagem em geral, mas especificamente a linguagem metafórica, leva para lá de si mesma, leva à realidade que deve ser compreendida e comunicada. Se não somos místicos ou, seja pessoas que captam o mistério dos sinais, ainda não somos humanos. A. Malraux dizia que “o cristão do século XXI ou seria um místico ou não seria nada”. Aqui estamos dizendo algo muito mais fundamental e sério: ou ‘o ser humano é místico ou não é humano’. Se não somos místicos, somos como aqueles animais que associam determinado som a um objeto ou a um conjunto de objetos. Somos animais, mas não humanos. Somos animais inteligentíssimos, mas não vamos, além disso.

06/08/12 – Seg: Dn 7,9-10.13-14 ou 2Pd 1,16-19 – Sl 96 – Mc 9,2-10

07/08/12 – Ter: Jr 30,1-2.12-15.18-22 – Sl 101 – Mt 14,22-36

08/08/12 – Qua: Jr 31,1-7 – (Jr 31) – Mt 15,21-28

09/08/12 – Qui: Jr 31,31-34 – Sl 50 – Mt 16,13-23

10/08/12 – Sex: 2Cor 9,6-10 – Sl 111 – Jo 12,24-26

11/08/12 – Sáb: Hb 1,12-2,4 – Sl 9 – Mt 17,14-20

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