Reuters
A Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira que irá banir o ciclista Lance Armstrong do esporte e que seus sete títulos da Volta da França serão retirados por comprovação de doping .
Segundo Travis Tygart, executivo-chefe da Usada, o órgão norte-americano tem poder para retirar as conquistas do atleta, apesar de Armstrong, de 40 anos, dizer que isso é impossível. O ciclista é acusado de ter usado substâncias proibidas, como EPO e esteróide, além de realizar transfusões de sangue para fugir do antidoping entre 1999 e 2005, quando venceu o Tour de France sete vezes consecutivas.
Tygart disse que a decisão sobre o caso Armstrong, que teve as investigações iniciadas há cerca de três anos, é de "partir o coração", mas que servirá de exemplo para manter a moralidade no esporte: "Este é um exemplo doloroso de como a cultura de vencer a todo custo nos esportes, se não for reprimida, superará a competição leal, segura e honesta. Para os atletas limpos, esta será uma lembrança reconfortante de que há esperança para as gerações futuras de competição em igualdade de condições sem o uso de substâncias proibidas", disse o executivo.
AP
Em comunicado divulgado na noite de quinta-feira, o atleta disse que não iria mais se defender das acusações "inconstitucionais" da Usada e que iria se dedicar apenas a cuidar de seus filhos, lutar contra o câncer e tentar ser "o quarentão em melhor forma no planeta". Ele vinha lutando para tentar derrubar o processo da Associação Antidoping dos EUA há algum tempo, mas viu a UCI (União Ciclística Internacional) considerar a investigação "procedente" , o que acabou culminando com a decisão da Usada nesta sexta.
Ciclista profissional desde 1992, o norte-americano é um dos atletas mais vitoriosos da história do esporte. Além dos sete títulos da Volta da França que lhe serão retirados, Lance ainda conquistou outras competições importantes, como a Volta da Suíça e a Volta de Luxemburgo. Ele também ficou conhecido por ter se curado de um câncer de testículo que se espalhou pelo corpo mesmo com apenas 40% de chance de sobrevivência, segundo seus médicos. Atualmente, ele mantém uma fundação que auxilia cientistas e desenvolverem tratamentos cada vez mais eficazes para o câncer