É o Bicho! (A coluna dedicada aos animais de estimação)
Entrevista com o Dr. Darlan André Giuliani (2ª parte)
Continuamos nessa semana a entrevista exclusiva concedida à APA pelo médico veterinário Darlan André Giuliani.
Em média quanto tempo sobrevive um animal abandonado, alimentando-se de lixo nas ruas da cidade?
Se ele tiver acesso ao mínimo necessário para se manter, restos de comida e água, que mantenha o básico de energia para ele, acredita-se que ele tenha até 50% de expectativa a menos do que um cão que tenha alimentação e cuidados básicos. Agora, desprovido de alimentação e água, ele não sobrevive mais que 10 dias.
Qual é a sensação de um animal abandonado por seus donos?
Pânico, medo, angústia. Imagina, você está acostumado a receber comida e água e ter um local confortável para ficar e dormir, e de uma hora para outra você se vê em um local completamente estranho, sem água, sem comida, sem local para dormir e à mercê de pessoas estranhas e de toda espécie de violência e necessidade. Acredito que deva dar um desespero muito grande.
Animal sente dor, simpatia, estresse, angústia, solidão?
Tudo que o ser humano sente o animal também sente. O que difere é a maneira de demonstrar. Um tapa num ser humano dói tanto quanto um tapa em um cão, a diferença é que ele não vai se queixar e a capacidade de perdão é bem maior do que a do ser humano. Qualquer sensação que eu possa ter como ser humano o animal também tem, a dor da queimadura, a dor de dente, a dor de ouvido, a dor da fome, a sensação de frio, calor, da sede... É tudo a mesma coisa para os animais como para os seres humanos. A diferença, repito, é a maneira de expressar esse sofrimento.
Se eu sofrer um acidente, expondo os ossos de meu braço, ou quebrando a perna, ou tendo queimaduras, a sensação de dor é a mesma?
Sim, a única diferença é que ele não vai se queixar como nós seres humanos. Num primeiro momento ele pode até gritar, chorar, se lamentar, mas em seguida ele tolera a dor, ou seja, continua sentindo, mas não demonstrando com tanta intensidade e ele vai preferir se recolher, ficar só, suportando a imensa dor no máximo com um gemido.
O que mais frustra o médico veterinário no seu dia a dia?
É a sensação de quanto custa o tratamento – é ouvir comentários como: “É mais fácil trocar um cão ou gato ao invés de tratar ele”. Aquelas pessoas que nem questionam se o tratamento pode ser parcelado ou não e simplesmente mandam sacrificar. Pessoas que olham para o animal e dizem: “Vou eliminar esse e amanhã eu pego outro, compro outro, adoto outro, ou pego um filhote de um amigo cuja cadela criou há pouco tempo!”. Acho que isso é o mais frustrante, achar que aquela vida é algo trocável como se fosse a roupa que eu vou colocar no cesto hoje a noite para ser lavada.
Na semana que vem a 3º e última parte dessa entrevista, acompanhe!
Adote com responsabilidade!
Doa-se cachorrinha com aproximadamente seis meses, muito meiga e brincalhona. Telefone para contato: 9926-4000
Animal doente ou atropelado em via pública?
Ligue para a Vigilância Sanitária de São Bento do Sul no 3635 4121. Depois de quase seis meses de espera foi restabelecido o serviço para socorro desses animais via prefeitura! Mas, atenção, somente serão socorridos animais que não possuam proprietário!
Faça a diferença!
Deposite qualquer valor no Banco do Brasil, Ag. 0674-2, CC. 40658-9, adquira um adesivo ou camiseta da APA nos tradicionais postos de venda ou junte-se a nós nos trabalhos de proteção aos animais. Mande um e-mail para associados.apasbs@hotmail.com. Aguardamos seu contato!
Pensamento da semana
“Jamais creia que os animais sofrem menos do que os humanos. A dor é a mesma para eles e para nós. Talvez pior, pois eles não podem ajudar a si mesmos” Dr. Louis J. Camuti