Quem ganha?

Por decisão judicial, atendendo Ação Popular, os Bombeiros e a Polícia Militar de São Bento do Sul poderão deixar de arrecadar as contribuições para o fundo que durante anos funcionou para reequipar as referidas instituições (Funrebom). As contribuições dos estabelecimentos empresariais, que eram da ordem de R$ 47,00 (mínimo para pequenos negócios) e máximo de R$ 350,00 (bancos e joalherias) – além do valor de R$ 300,00 (grandes empresas) –, pagas anualmente, serviram até então para que tanto a PM como os bombeiros de São Bento do Sul sejam considerados exemplos e modelos de bem equipados – veículos/viaturas, coletes à prova de balas, armamentos, munições, etc. Tudo isso comprado com dinheiro do fundo, que ficava integralmente para ser aplicado no município, sob fiscalização dos órgãos competentes. O dinheiro não deixará de ser arrecadado e nem haverá economia para as empresas locais.

As taxas e contribuições passarão a ser cobradas pelo Estado e terão como caixa o governo, de quem, sabemos, não haverá retorno. Logo estaremos com a polícia e os bombeiros com equipamentos e frota sucateados e de pires na mão pedindo, implorando, para que algo retorne para nós. Talvez o autor da Ação não tenha idade suficiente para lembrar da primeira ambulância adquirida para os bombeiros através de campanha e contribuição da população; de quantas vezes as viaturas da PM, caindo aos pedaços, tinham que contar com doação de empresários para serem abastecidas e sem condições de fazer alguma perseguição. O tempo dirá que mais uma vez, por causa de uma ação individual, o coletivo sairá perdendo. Os efetivos talvez até permaneçam, mas o equipamentos não serão repostos com a mesma eficiência que o foram até agora. Um exemplo disto acontecerá na quinta-feira próxima, quando mais três viaturas serão incorporadas ao ativo da PM, adquiridas com recursos do fundo. As últimas, com certeza. Voltaremos ao tempo das rifas e campanhas. Quem ganha?