A Assembleia Legislativa realizou a última sessão do semestre e entrou em recesso branco para depois cumprir um calendário especial. Em agosto, apenas três sessões. Setembro, idem. Os deputados ficarão em suas regiões envolvidos com a campanha municipal. Assuntos como precariedade das rodovias, a dramática situação das escolas estaduais e o cenário caótico dos hospitais públicos em todo o Estado não passaram de simples discursos. O governador Raimundo Colombo e toda sua equipe dedicaram os últimos meses a reuniões para impor o aperto do cinto e corte dos gastos públicos. Obrigado pelo Supremo Tribunal a criar a Defensoria Pública, o Executivo enviou Projeto de Lei para a Assembleia. Previa vinte cargos de Defensores Públicos e a criação de quatorze Regionais. A tramitação da matéria no parlamento motivou dezenas de emendas. O PT propôs, por exemplo, na Comissão de Finanças, que fossem criados trezentos cargos de Defensores Públicos. Um exagero.
O projeto foi aprovado pela esmagadora maioria de 37 votos, sem voto contra. Mas aumentando de 20 para 60 o número de Defensores e o de Coordenadorias Regionais para até 21. Como a base aliada tem maioria tranquila no Legislativo, fica difícil ao cidadão comum entender esta estranha matemática que, de um lado, recomenda cinto apertado e, de outro, promove o inchaço da máquina governamental. Verdadeira aberração quando nesta mesma semana integrantes do primeiro escalão do governo diziam que o Estado está falido. Agora, o deputado que ainda não pagou sua promessa nem explica como ficará o veículo para captação de sangue de doadores prometido de viva voz para Fundação Cidadania quer a criação de centros de recuperação de dependentes químicos em todas as regiões do Estado.
Foi sugestão apresentada pelo deputado Antonio Aguiar (PMDB) ao governador Raimundo Colombo por meio de Indicação aprovada na Assembleia Legislativa. Estamos vendo hospitais públicos abandonados, asilos sendo fechados e o “vendedor de sonhos e ilusões” propondo mais uma utopia. Aquela pessoa que te promete coisas, mexe com as suas vulnerabilidades, gera expectativas, que por sua vez gera esperança, que por sua vez gera ansiedade de ter problemas resolvidos... e depois... quando a promessa não é cumprida... pronto... tudo isto que escrevemos cai no seu pé e seu mundo desaba! Caia na real, deputado. Chega de mentiras e promessas.