Mais de uma tonelada de carvão produzido de forma ilegal foi apreendida nesta quarta-feira pela Polícia Militar Ambiental na localidade de Ribeirão do Meio, em Campo Alegre. Os policiais chegaram até as carvoarias clandestinas por meio de denúncia anônima. Entre as madeiras utilizadas para queima estava a araucária, ameaçada de extinção.
Na primeira propriedade fiscalizada haviam dois fornos sem registro, além de 168 sacos de carvão ilegal — de 15 quilos cada. Segundo o funcionário da carvoaria, José Lourenço Atner, ele era responsável pela retirada e queima da madeira.
— Eu ganho por produção. Tiro em torno de R$ 1000 por mês — conta.
Atner, que trabalhava há um ano no local, diz que sabia que o que estava fazendo era ilegal.
— Sempre falava para o Egon (proprietário) registrar tudo certinho que um dia ia dar problema. Fazia a produção de carvão para sobreviver, quando acabava o serviço na agricultura — conta.
A madeira encontrada na propriedade era nativa. Ao lado do galpão onde estava armazenado o carvão havia cinco metros estéreis — um metro de altura por um de largura — de araucária.
O 1º sargento da Polícia Militar Ambiental, Mauro Augusto da Silva, explica que é comum os produtores utilizarem madeira nativa da propriedade para fazer o carvão. Em outras duas propriedades fiscalizadas foram encontradas mais dois fornos com cerca de dez metros de madeira em cada um, entretanto os donos e empregados não foram localizados.
Na terceira propriedade também foi constatada uma área de um hectare de desmatamento. Conforme Silva, a madeira e o carvão apreendidos serão doados. Os proprietários e funcionários dos locais fiscalizados serão indiciados por produção ilegal de carvão e retirada de mata atlântica, com penas que variam de seis meses a um ano e de um a três anos, respectivamente. A multa aplicada para produção clandestina de carvão é de R$ 300 por metro de carvão.
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