Entalhadores fazem seus trabalhos todos de forma manual
São Bento – “A nossa profissão é rara”, diz o entalhador Everton Luiz Anton, 28 anos, natural de Rio Negrinho mas morador de São Bento do Sul, bairro Mato Preto. “É o formão e o dom”, completa. Os primeiros passos artísticos na cidade vizinha foram inspirados por uma professora de Artes – Sonia Schroeder – da escola Jorge Zipperer. Foram os rabiscos dela no quadro que o inclinaram a iniciar no grafite, ainda na adolescência – atividade desenvolvida também com a pintura de faixas e de camisetas, por exemplo. Ito Weber, um parente, fazia entalhes em madeira e acabou pedindo auxílio de Everton, que cravou seu primeiro trabalho entalhando um nome na madeira. Foi depois de um tempo dedicando-se à tatuagem e ao desenho, porém, que ele realmente começou a entalhar – fruto do serviço feito por Gervásio de Souza, que trabalhava com móveis entalhados.
NEGÓCIOS
A crise do Dólar em meados dos anos 2000, contudo, acabou prejudicando os negócios e Everton então decidiu partir para o entalhe artístico, um trabalho manual sem a ajuda de equipamentos como o pantógrafo, que muitos utilizam para fazer as famosas cabeças de Cristo na madeira, que Everton e seu sócio Zeca Vieira, 40 anos, fazem “no olho”, como ele próprio diz. “É tudo manual”, garante. Atualmente, o carro-chefe da produção são os escudos de times de futebol – os que mais saem são os do Corinthians e do Flamengo. “Vivo da arte”, afirma Everton, lembrando que, com a reaquecida do mercado moveleiro, eles também fazem alguns trabalhos terceirizados por empresas com o entalhe em móveis. Outra modalidade trabalhada por Everton é o chamado entalhe clássico, mais detalhado e minucioso, que Ruby Thieme lhe ensinou. O fone para contato com os entalhadores é o 8888-3733.