São Bento - Um projeto na área da saúde que foi desenvolvido no estado de Santa Catarina e contou com o apoio total dos municípios de São Bento do Sul e Joinville, que inclusive foram os pioneiros no programa, chamou a atenção do Ministério da Saúde em Brasília, que deverá estender o programa para o território nacional.
Trata-se do “Rede de Urgência e Emergência” que trabalha com os profissionais plantonistas, que ficam a disposição para atendimentos de emergência de ortopedia, cardiologia e neurologia e cirurgias gerais de média complexidade no Hospital e Maternidade Sagrada Família.
Conforme explicou o secretário de Saúde Marcus Maluf, “São Bento do Sul hoje é referência nesse atendimento que objetiva prestar o rápido atendimento aos casos de urgência, por isso que esses profissionais médicos permanecem de plantão no próprio hospital, para atender rapidamente esses casos emergenciais nos plantões”, disse Maluf.
O projeto piloto do Rede de Urgência e Emergência foi lançado no ano de 2009, mas por questões burocráticas só iniciou no fim de 2011, onde somente São Bento do Sul e Joinville aderiram, sendo pioneiros no programa.
Polêmicas
Recentemente o programa passou por grandes polêmicas envolvendo não só a secretaria estadual de Saúde, como também a municipal e os médicos do programa. Conforme explicou Marcus Maluf, o secretário estadual Dalmo de Oliveira decidiu parar com o programa, onde o Estado repassa as verbas ao município, que por sua vez simplesmente repassa ao hospital para pagar os profissionais dos plantões.
“O secretário estadual decidiu cortar o programa e deixou de efetuar o repasse de um mês. Isso gerou grandes problemas com os profissionais aqui em São Bento, e tivemos muito trabalho para resolver a situação. Então após muita pressão, contando com a participação do secretário de Saúde de Joinville, o Estado resolveu que irá manter até junho o programa”, explicou Maluf.
Assim sendo, Maluf juntamente com os representantes de Joinville foram até Brasília e apresentaram o programa ao Ministério da Saúde, que prontamente demonstrou grande interesse não só em contribuir para a sua manutenção, mas em estender o modelo para todo o país. “Isso foi uma vitória fantástica para nós. No início o programa sofreu muito com a pressão e o ceticismo de diversos médicos que eram contrários e não acreditavam que funcionaria, inclusive criticando pesadamente a secretaria de Saúde. Mas quando viram o retorno que o programa proporcionou mudaram de opinião. Depois sofremos com o próprio secretário estadual de Saúde que decidiu simplesmente parar com o programa que estava funcionando excelentemente. E agora a resposta do Ministério da Saúde só vem coroar com grande êxito a persistência e a confiança que tínhamos e temos nesse programa”, desabafou o secretário.
Até o mês de junho, quando a secretaria estadual de Saúde ainda for responsável pelos repasses, a verba destinada ao programa em São Bento do Sul será de R$ 178.000,00 mensais. A partir de julho, quando a verba for repassada diretamente pelo Ministério da Saúde, o montante será de R$ 209.000,00 mensais para São Bento do Sul.
“É assim que conseguimos crescer e melhorar a saúde para a nossa comunidade. As vezes temos que brigar e enfrentar pesadas críticas, mas aí está o resultado para todos verem, somos modelo e juntamente com Joinville que foi pioneira como nós, conquistamos espaço junto ao Ministério da Saúde que irá implantar esse modelo em todo o país”, concluiu Maluf.