Pescadores fecharam o acesso ao Porto Itapoá na manhã desta quarta-feira, no litoral do Estado, em protesto ao andamento das negociações que se arrastam desde que a pesca foi proibida numa área onde há circulação de navios, em 2008, por causa da construção do terminal.
A principal queixa dos pescadores, que esperam alguma forma de compensação pelos prejuízos, é contra um suposto retrocesso na proposta do porto. Eles alegam que, na reunião do último dia 16 de abril, receberam oferta de indenização em R$ 40 mil por pescador, além da instalação de uma cooperativa de criação de peixe em cativeiro.
Já na reunião desta terça-feira, afirmam os pescadores, a oferta de indenização foi retirada, sendo oferecida apenas a criação de um mercado de peixe e gelo. A manifestação foi pacífica e o acesso novamente liberado por volta das 10 horas.
A assessoria de imprensa do porto informou, por comunicado oficial, que nunca apresentou qualquer proposta de indenização em dinheiro aos pescadores. Nem o Porto nem a Marinha, diz a nota, proíbem a pesca na Baía da Babitonga, apenas seguem regras internacionais de segurança e trafegabilidade marítima em áreas específicas — no caso, o canal de acesso e uma área de 200 metros em volta do cais do porto.
A proposta do terminal, conforme a assessoria, envolve ações sociais e de recolocação profissional, como o desenvolvimento de programas de capacitação profissional nas áreas portuárias e retro-portuárias para pescadores e familiares, além da implantação de uma cooperativa de pesca, construção de um mercado de peixe, fábrica de gelo e assistência jurídica.