São Bento - Quando ouvimos as palavras reeducação alimentar, muitos logo comentam: “não faço pois vou passar fome” ou “vão me proibir de comer o que gosto”. Mas a nutricionista da secretaria de Saúde, Versiane Janaína Heinzen, prova o contrário. Após dois meses acompanhando seus pacientes, selecionou quatro pessoas onde o resultado revelou ser possível alcançar o objetivo nutricional, melhorando o hábito alimentar sem que tenham que excluir do cardápio alimentos preferidos ou mais calóricos. E, na sexta-feira (18), em sua sala, localizada no Centro de Especialidades Médicas, os resultados eram vistos e ouvidos.
Edi Horn de Paula, 58 anos de idade, Leonira Hübl, 53, Fábio Dums, 28, e José Juarez Nardo, 26 anos, foram selecionados para falar de suas experiências após os resultados positivos que obtiveram com a mudança no hábito alimentar. “Eles são exemplos para os demais pacientes. Quando se tem força de vontade é possível mudar e aprender novos hábitos alimentares e melhorar a qualidade de vida”, destaca Versiane.
E a melhora na qualidade de vida não é somente dos pacientes. Assim, Edi iniciou o relato da, segunda ela, “nem tão sofrida reeducação alimentar”. Sentindo a necessidade da mudança, procurou um médico que a encaminhou à nutricionista. “No começo a gente pensa que vão cortar tudo, mas não. Sigo certinho o plano Alimentar que a nutricionista passou e, além de perder 3 kg e muitas medidas, o maior ganho está na qualidade da minha vida. Não adianta só perder peso, é a mudança que levamos para a vida”, conta, orgulhosa em repassar para os netos, gêmeos, de 3 anos de idade, os resultados de uma alimentação saudável. “Adoro comer fibra e quando faço misturo um pouco nas frutas deles. Quando não coloco eles já falam: vó, cadê a fibra”, sorri.
Força de vontade. Com essas palavras, Leonira define os 50 dias de tratamento com a nutricionista. “Me sinto melhor, sem aquele cansaço que sentia. Agora sei o que quero pra minha saúde”, conta. Além de seguir o plano alimentar, exercício físico virou rotina na sua vida. “Faço caminhadas três vezes por semana, me sinto ótima”.
Após exames de rotina para saber como estava a saúde do filho Fábio, Roseli ouviu do médico um alerta. O colesterol estava alto e o coração do jovem inspirava cuidados. Encaminhado à nutricionista, Fábio iniciou o plano alimentar. “Nos primeiros dias foi difícil, principalmente à noite, pois ele era acostumado a comer grandes quantidades”, conta a mãe.
Hoje, Fábio é exemplo a ser seguido. “Foi o paciente que mais perdeu circunferência abdominal, passando de 120 cm para 102 cm. Ele é determinado e segue a risca o tratamento”, elogia a nutricionista. Em casa, o jovem alterou a rotina também dos pais. “Mudamos a nossa alimentação, comemos melhor e sem muita gordura. Nas caminhadas que fazemos, antes ele era mais lento, agora não conseguimos alcançar”, sorri Roseli.
José também virou referência em casa, mas é com os colegas de trabalho que ele se destaca. Com excesso de peso e tratando de problema na glândula da tireóide, iniciou a reeducação alimentar há 2 meses e já comemora. “Perdi 11 kg, mas a minha vitória é ganhar saúde. Vou até reduzir minha medicação da tireóide”, comemora.
“Antes me alimentava errado, ficava muitas horas sem comer. No café da manhã comia coxinha e pastel, agora só pão, presunto e queijo. Até os meus colegas de trabalho me ajudam. Quando é a hora do lanche eles avisam: “José, está na hora do seu lanche”, diz, completando: “Meu sobrinho de 4 anos me viu caminhando e agora vai junto”.
Segundo a nutricionista, a melhora na qualidade de vida depende de cada pessoa. “Os resultados positivos aconteceram nesses casos pois houve disciplina, determinação e força de vontade. Mudar o hábito alimentar sem se privar do que gosta de comer, aprendendo a moderação em relação a quantidade e a frequência dos alimentos são os alicerces para a manutenção do peso e da qualidade de vida”, disse.
Versiane explica ainda “que o que não é saudável não devemos comer todos os dias, não deve ser rotina na alimentação. Os pacientes mencionados fizeram suas escolhas sem precisar eliminar do cardápio estes alimentos, mas moderando o consumo e o mais importante, incluindo alimentos saudáveis com mais frequência em seu dia a dia, como fibras, alimentos integrais, frutas e verduras”.
Após encaminhamento médico, a nutricionista elabora o plano alimentar, produzido de acordo com as necessidades nutricionais e de saúde específicas de cada pessoa. Nele são distribuídos os alimentos dos cinco grupos: amido, fruta, verdura, leite e carne, sendo especificada a quantidade consumida de cada grupo.
Com o plano alimentar em mãos, o paciente recebe orientações sobre alimentação saudável e marca um retorno para avaliação. “Não há necessidade de planos alimentares restritivos, aonde se faz uma oferta calórica muito baixa. O jejum ou o popular “fechar a boca”, quando o objetivo é emagrecer, é um grande erro que a maioria comete. Independente de ter problemas com o excesso de peso, a alimentação correta é muito importante, por isso que as pessoas devem fazer uso desse serviço, já que a Prefeitura o disponibiliza”, conta.
Versiane pede para que as pessoas concluam o tratamento. “As pessoas precisam fazer o retorno, independente se deu resultado, o importante é não desistir”, diz, finalizando: “É necessário investir na saúde, gastar o tempo e dinheiro comprando frutas e verduras e adotando hábitos saudáveis, do que com remédios e sempre novos especialistas a fim de tratar as patologias. Nutrição é prevenção”.
A sala de nutrição atende no prédio do Centro de Especialidades Médicas, de segunda a quinta-feira, das 7h30 às 16 horas.