Dando sequência à nossa série de entrevistas com presidentes de partidos políticos de São Bento do Sul, conversamos nesta semana com Heráclio Steinbach, que preside o PSDB. Ele destaca a importância da eleição municipal e fala a respeito das possibilidades de coligação,destacando que Geraldo Weihermann pode ser candidato a vice ou candidato a vereador no pleito deste ano.
EVOLUÇÃO – Evolução conversa nesta oportunidade com o presidente do PSDB, Heráclio Steinbach. Como está o partido? Teremos em breve mais um pleito. Sabemos que a eleição municipal é aquela que mais mexe com a população, porque é aquela que está mais próxima da comunidade e muitas vezes os candidatos a vereador e a prefeito são pessoas mais conhecidas da própria comunidade.
HERÁCLIO STEINBACH – A eleição municipal, a meu ver, é a mais importante que existe. O candidato, às vezes, é um vizinho ou um colega de trabalho. O vereador é quem mais “sofre” se a administração não for a contento, porque quem votou nele está na rua, está na empresa... Ele é o mais cobrado. Nós, como dirigentes partidários, até temos certa facilidade, mas o cidadão comum não consegue entrar em contato com o deputado estadual, com o deputado federal, com o senador. Assim, a eleição mais importante que existe é a municipal – até para que o eleitor participe. Tem pessoas que moram aqui em São Bento há bem mais de quatro anos, mas que não transferiram o título (eleitoral) ainda. São pessoas que vivem aqui, trabalham, pagam aqui os seus impostos, compram no comércio daqui – mas não são eleitoras daqui. No Brasil, o cidadão, na forma da Constituição, é quem tem título de eleitor. Se o título da pessoa está “lá no Amazonas”, então ela não é cidadã daqui, porque é uma cidadã de lá que mora aqui.
EVOLUÇÃO – Sem falar que muitas vezes são pessoas que acabam se envolvendo com a política, mesmo não votando aqui.
HERÁCLIO STEINBACH – Na eleição passada lembro uma situação – uma família que tinha cabos eleitorais, mas nenhum integrante votava aqui.
EVOLUÇÃO – Como está o PSDB, presidente?
HERÁCLIO STEINBACH – Está bem organizado. Em São Bento do Sul, como tem dez vereadores, se o partido não se coligar, são quinze candidatos, sendo obrigatório um terço de mulheres – ou o inverso, ou seja, o gênero oposto. Se houver coligação, é o dobro da composição da Câmara (de Vereadores), ou seja, são vinte – sendo no mínimo seis mulheres, ou o inverso, porque a lei não fala que um terço tem que ser mulher. A lei fala em gênero. A participação da mulher anda crescendo de tal forma que não vou me admirar se chegarmos às próximas eleições “meio a meio” entre homens e mulheres. O PSDB está preparado. Na eleição passada faltaram quase duzentos e oitenta votos para o PSDB ter um vereador. Vários candidatos da eleição passada serão candidatos novamente. Eles já estão trabalhando suas pré-candidaturas há algum tempo. Também teremos alguns candidatos novos – que têm participação em Associações de Moradores e em igrejas, por exemplo. O PSDB está vindo com candidatos mais fortes do que na eleição passada. Na primeira reunião após a eleição passada, decidimos que nossa prioridade é eleger um vereador. Aos partidos com os quais estamos conversando, o PSDB está pleiteando participar da chapa majoritária – o partido indica Geraldo Weihermann como candidato a vice. Estamos trabalhando nisso para uma eventual coligação. Estamos pleiteando esse espaço. Se isso não acontecer, o Geraldo sai candidato a vereador.
EVOLUÇÃO – A partir do momento em que se fala na vice-prefeitura, subentende-se que Geraldo Weihermann seria o candidato indicado pelo partido para ser o vice do possível candidato à reeleição, Magno Bollmann, certo?
HERÁCLIO STEINBACH – Temos quatro pré-candidaturas mais firmadas para prefeito. É praticamente impossível uma coligação nossa com o PT – com todo o respeito que tenho pelo (vereador) Tadeu (do Nascimento), que inclusive é nosso amigo, mas é uma questão política, em virtude da conjectura nacional. Fora isso, não descartamos nenhuma possibilidade. Temos tido mais conversas com o PP e com o Democratas, cujos pré-candidatos são Magno Bollmann e Antonio Tomazini. Internamente, o partido está bem dividido – não há uma definição. Nestas semanas o Geraldo e eu visitamos pré-candidatos para saber quem realmente tem essa intenção. Segundo a lei eleitoral, nós podemos iniciar as convenções no dia 10 de junho, com prazo até o dia 30. Nesses vinte dias precisamos definir uma série de pontos. Vamos fazer uma reunião fechada, interna, com pré-candidatos e dirigentes do partido em breve. Antes de perguntarmos aos nossos filiados qual o candidato a prefeito que eles preferem apoiar, precisamos questionar os pré-candidatos, afinal o candidato a vereador é o primeiro cabo eleitoral. O dirigente partidário tem que perguntar: “O que você prefere? Prefere pedir voto para este ou para aquele candidato?”.
EVOLUÇÃO – Você prefere que essas respostas venham da base, de baixo para cima?
HERÁCLIO STEINBACH – Temos feito um trabalho de planejamento estratégico. No diretório são quarenta e cinco pessoas. Também há uma série de pré-candidatos e filiados em geral. Se o PSDB chegar à prefeitura, quais são os principais setores que serão trabalhados? A Saúde, a Educação, etc. Estamos em uma segunda fase, agora, porque estamos depurando essas informações. Por exemplo, na Saúde: fala-se em um hospital público municipal. Será que é viável? Com o convênio, nos moldes existentes hoje, não é mais barato construir um novo? Será que se for construído um hospital municipal, o atendimento será melhor ou pior? Dessa maneira, precisamos depurar essas ideias.
EVOLUÇÃO – O PSDB vive uma situação interessante. O Gerado Weihermann foi um dos destaques do governo Magno, presidindo o Samae. Por outro lado, fala-se que o DEM será fundido ao PSDB. Ou seja, realmente parece ser ou Magno ou Tomazini para vocês...
HERÁCLIO STEINBACH – A tendência, hoje, é um dos dois. Não tivemos nenhuma conversa ainda com o PMDB – não procuramos nem fomos procurados. Temos parceiros e adversários políticos – esperamos não criar inimigos. Na semana passada recebemos uma pesquisa para consulta interna. Uma das perguntas era exatamente nesse sentido: “Como se tem comentado o nome de Geraldo Weihermann para vice-prefeito, você indicaria ele para vice-prefeito de quem?”. Em São Bento do Sul temos mais de cinquenta mil eleitores. Ao ser feita uma pesquisa, dependendo do instituto, pode ser uma margem de erro de até seis por cento, o que é uma margem absurda. Se formos para tomar decisões técnicas em cima de pesquisas, não podemos confiar só em uma pesquisa. Somos o quarto partido de São Bento. Inclusive hoje (terça-feira) de manhã estava consultando a página do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Somos em seiscentos e vinte e quatro filiados. É um universo razoável de pessoas. Gostaria de receber uma ligação de todos e saber suas opiniões, porque eu não vou conseguir ligar para todos!
EVOLUÇÃO – Independe de sigla, de situação ou oposição, o que você espera da eleição deste ano? Propostas acima de tudo?
HERÁCLIO STEINBACH – Quando se fala em propostas, não tem muito o que inovar. A próxima administração vai ter que melhorar a pavimentação, vai ter que implantar saneamento, vai ter que cuidar da Saúde, vai ter que cuidar da Educação. Tem também o Turismo, que é uma moeda comercial. O que temos que trabalhar é a economia na administração pública e a valorização do servidor público. Sou concursado pela Câmara de Vereadores, mas nesse mandato, até dia 10 de abril, eu estava em cargo de assessoria jurídica no Município. Eu, pessoalmente, me senti bastante valorizado – é um cargo político e só fui levado para a Emhab (Empresa Municipal de Habitação) porque tinha um compromisso com essa administração. O gestor tem que ser cada vez melhor escolhido. Não adianta ter um corpo técnico se o secretário - ou o diretor - não fizer o link entre a população e esses técnicos. O que faz a máquina pública movimentar, via de regra, são os técnicos. A equipe política tem que ser de confiança do prefeito e deve dar respaldo ao que a população pretende. Em resumo: não vamos colocar nas propostas de governo o que a população já espera.
EVOLUÇÃO – Muito bem, presidente. Algo mais para deixar registrado nesta entrevista?
HERÁCLIO STEINBACH – Estamos – como sempre estivemos – à disposição da imprensa e do cidadão são-bentense. O partido político, se não trabalhar para atender à população, não tem função nenhuma. Se for para o PSDB trabalhar para atender às minhas intenções, então o partido não serve para nada. Quem tem que ser beneficiado é a população como um todo.