Serviços a serem licitados no âmbito da segunda fase do Programa de Contratação, Restauração e Manutenção (Crema) permitirão aumento da segurança da rodovia
Florianópolis - O compromisso, anunciado em ofício do Ministério dos Transportes, de lançar, ainda neste mês de maio, a licitação para obras de melhoria defendidas por estudo da Federação das Indústrias (FIESC) na BR-282 representa um importante avanço no sentido de tornar a rodovia mais segura, avalia a entidade. Em comunicado à FIESC, o Ministério confirma o lançamento do edital para a segunda etapa do programa de Contratação, Restauração e Manutenção por Resultados de Rodovias Federais (Crema), contemplando a rodovia que faz a ligação entre o Oeste e o Litoral do Estado.
"Embora haja atraso em relação à promessa feita na reunião com a FIESC e empresários do Oeste, em Brasília, no final do ano passado, esta é uma notícia importante. O Crema segunda etapa permitirá a execução de obras um pouco mais complexas, como terceiras faixas, sinalização, acostamentos e drenagem. E isso é muito importante para ampliar a segurança no ponto mais crítico da rodovia, entre Ponte Serrada e Chapecó, num prazo razoável", avalia o presidente do Sistema FIESC, Glauco José Côrte, que, à época, liderou o grupo empresarial catarinense em Brasília. "Agora precisamos acompanhar a efetiva contratação das obras. Isso, sim, representará uma importante vitória para o Estado", acrescenta.
No ofício à Federação, o Ministério dos Transportes também informa que ainda no primeiro semestre lançará a licitação para os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) para adequação de capacidade de tráfego entre Xanxerê e São Miguel do Oeste. "Embora a obra ainda esteja distante, esse estudo é um primeiro passo para atender a reivindicação de duplicar este trecho", diz Côrte, lembrando que os trabalhos previstos no programa Crema segunda etapa e no EVTEA contemplam muitas das obras definidas como prioritárias no estudo da FIESC para tornar a BR-282 mais segura.
Realizado no ano passado, o estudo avaliou in loco os 665 quilômetros da rodovia entre Florianópolis e Paraíso, no Extremo-Oeste, constatando o esgotamento dela.
Grande parte da economia transita pela BR-282, que atende um quarto da população catarinense. Somente a cadeia industrial instalada na região Oeste, que abrange o transporte de carne e insumos, movimenta, por dia, cerca de 1,1 mil carretas de 30 toneladas na rodovia. O setor de alimentos no Estado, com principal polo produtor na região, tem 3,4 mil indústrias, 96,8 mil trabalhadores e é responsável por mais de um terço das exportações catarinenses.
O estudo da FIESC mostrou que, como a movimentação de cargas das agroindústrias e dos diversos fornecedores de empresas de outros setores é terceirizada, os pequenos e médios transportadores enfrentam os altos custos de manutenção dos veículos. Há situações em que até 40% do faturamento do caminhão é destinado para manutenção. Estatísticas da Polícia Rodoviária Federal de janeiro de 2007 a julho de 2011 apontam a ocorrência de uma média de seis acidentes diários e uma morte a cada três dias no local da ocorrência.
Saiba mais:
CREMA (segunda etapa): Programa de Contratação, Restauração e Manutenção por Resultados de Rodovias Federais Pavimentadas do DNIT.
Programa que inclui obras de recuperação do atual pavimento, compreendendo fresagens contínuas e descontínuas; recomposição da capa asfáltica; recuperações de acostamentos; execuções de terceiras faixas; drenagens; sinalizações horizontais e verticais; execuções de defensas; execuções de interseções; recuperações de instabilidades de taludes, dentre outras.
Para a FIESC, a grande maioria das obras necessárias para atenuar os índices de acidentes rodoviários na BR-282 está contemplada no programa.