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Antonio Tomazini: “São Bento terá mais uma opção”

Quinta, 17 de maio de 2012

O presidente do Democratas de São Bento do Sul, vereador Antonio Tomazini  (o mais votado das últimas eleições), também médico – funcionário público, declara-se pré-candidato a prefeito nesta entrevista. “Também queremos um lugar ao sol”, disse ele, que presidiu a Câmara Municipal nos dois primeiros anos da atual legislatura. Tomazini afirma que espera “ideias conflitantes” durante a campanha eleitoral e registra: “Se o DEM nunca desceu do muro, talvez foi por falta de opções”.

 

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“Quando falamos em mudança, falamos em colocar novas pessoas, novos talentos, dar mais oportunidades para que o povo de São Bento tenha uma chance de escolha” (Foto Elvis Lozeiko/Evolução)
  

EVOLUÇÃO – Conversamos com mais um presidente de partido político de São Bento do Sul – o vereador Antonio Joaquim Tomazini Filho, presidente do Democratas, que nos recebe nessa ocasião para continuarmos a nossa série de entrevistas. Presidente, como está, tudo tranquilo?

ANTONIO TOMAZINI – Tudo muito tranquilo, graças a Deus.

 

EVOLUÇÃO – Essa tranquilidade toda a cada dia vai ficando menor, afinal estamos em um período pré-eleitoral e sabemos que essa eleição é a que mais mexe com a população, porque é a eleição que está mais próxima da comunidade. O senhor também acredita que essa tranquilidade vai se acabar daqui para frente?

ANTONIO TOMAZINI – Quero deixar claro, de início, que gostaria que as ideias fossem conflitantes. Temos que deixar as questões pessoais de lado e pensar mais nos projetos para a cidade. É assim que imagino que a política deve ser. Independente do partido, vivemos em uma cidade e é aqui que devemos fazer o melhor possível. Claro que os ânimos irão se acirrar, mas eu gostaria que a eleição transcorresse com ética e com compostura. Moramos em uma cidade maravilhosa. Optei por morar aqui! Faz vinte e quatro anos que estou em São Bento. Sou funcionário público faz vinte e três anos e meio. Trabalhei em vários Postos de Saúde – no Centenário, em Serra Alta, na Vila São Paulo. Tenho uma experiência grande nesta área. Trabalhei dando plantão no hospital – voluntariamente, diga-se de passagem, na época. Também temos esse projeto novo aqui, como diretor do Cemox. Estamos desenvolvendo uma unidade de tratamento, uma unidade cirúrgica aqui – é mais uma opção para a cidade, através de um investimento nosso, dos médicos. Se Deus quiser, neste ou no outro ano vamos inaugurá-lo. Eu me preparei durante todo estes anos. Fiz Administração Hospitalar e diversos outros cursos. Tem também a atuação como presidente do partido e como vereador, apesar das limitações que o vereador tem.

 

EVOLUÇÃO – Que balanço o senhor pode fazer da sua atuação como vereador, embora às vezes seja difícil fazer uma autoavaliação?

ANTONIO TOMAZINI – Tenho a impressão que cumpri meu papel como vereador – e ainda estou cumprindo. Fui o vereador mais votado de São Bento do Sul. Tenho um respeito muito grande por estas pessoas que depositaram essa confiança em mim – foram 1.810 pessoas que saíram de suas casas para votar em mim. Foram mais de cem candidatos a vereador. De tudo aquilo que mostramos em termos de propostas, tenho a impressão que conseguimos contribuir com pelo menos setenta por cento. Tive a felicidade de ser o presidente da Câmara. Na presidência, consegue-se fazer um pouquinho a mais do que se fosse somente vereador. Tem o caso das sobras orçamentárias, por exemplo, graças a todos os vereadores. O hospital, por exemplo, estava quase falindo. Junto com o Executivo, conseguimos R$ 500 mil – R$ 200 mil da prefeitura e R$ 300 mil da Câmara. O hospital estava no vermelho. Outros R$ 250 mil foram liberados para cirurgias eletivas. O Posto (de Saúde) do (bairro) Mato Preto tinha uma estrutura lastimável. Quando fui eleito presidente da Câmara, o vereador Josias (Terres/DEM) e eu fomos convidados para conhecer o posto. Realmente, quando o conheci, fiquei chocado. Era um posto com extrema precariedade. Conversamos com o prefeito Magno (Bollmann), que nos atendeu, comprometendo a verba de R$ 247 mil da sobra orçamentária. Não vou criticar os outros presidentes, mas conseguimos fazer algo diferente. Antes, esperava-se até o final de ano e fazia-se a entrega para a prefeitura. Como começou a haver um superávit em maio, por que já não aplicá-lo?

 

EVOLUÇÃO – Também houve a situação do prédio do antigo Fórum de São Bento...

ANTONIO TOMAZINI – Teve a questão da sede do antigo Fórum, por exemplo. A própria presidência do Tribunal (de Justiça) entendeu que era uma questão de justiça esse prédio ser doado para São Bento. Houve uma grande força partidária, com ajuda do (deputado estadual) Silvio Dreveck (PP), do (deputado estadual) Darci de Matos (DEM), do (deputado federal) Mauro Mariani (PMDB), da presidente (da Câmara, Nilva Larsen Holz, PP), dos vereadores que estavam presentes. Essa questão (da doação) passou pelo Pleno, que tem cinquenta desembargadores, e pela Assembleia Legislativa. O que me preocupa é que temos um prazo de nove meses para que este prédio do antigo Fórum seja reformado e sejam transferidas áreas da Saúde para lá. Isso foi um acordo e está previsto no projeto. Tenho essa preocupação. Precisamos acelerar um pouco esse processo. Através da presidente Nilva, a Câmara já reservou uma verba de R$ 100 mil para o prédio. O Silvio (Dreveck) também disponibilizou R$ 50 mil através da verba de gabinete. Com um prédio próprio para a Saúde, conseguiremos ficar livres de um aluguel do Centro de Especialidades Médicas de mais de R$ 9,5 mil. Temos a chance de sair deste aluguel. Quero conversar com o secretário de Saúde (Marcus Maluf), porque isso é preocupante. Precisamos ter uma agilidade maior.

 

EVOLUÇÃO – Até as convenções, em junho, tem muita água para rolar debaixo desta ponte? Já existem algumas definições quanto à posição do DEM, que até certa forma é conhecido como um partido em cima do muro?

ANTONIO TOMAZINI – O Democratas realmente tem essa posição. Antes eu me chateava com isso. Hoje, não. Sinto que há uma vontade do povo, uma esperança de mudança. Quando falamos em mudança, falamos em colocar novas pessoas, novos talentos, dar mais oportunidades para que o povo de São Bento tenha uma chance de escolha. Considero que os partidos que estão governando ou que governaram fizeram, trabalharam, construíram... Quando cheguei aqui, pensei: “É aqui que quero que meus filhos cresçam”. Acertei em cheio! Orgulho-me de ter aderido a esta cidade de coração. Temos uma candidatura própria. Sou um soldado do partido. Essa viagem aos Estados Unidos não foi por acaso. As aparições, ainda que poucas, na televisão também não são por acaso. Teremos pessoas em nível estadual que nos ajudarão com o plano estratégico que estamos fazendo para a nossa campanha. Já tivemos três encontros. Conseguimos envolver pelo menos setenta filiados com suas ideias. Agora, porém, precisamos trabalhar um pouco mais concentrados, porque serão tópicos mais específicos, como Saúde, Educação, etc. Estamos estudando nossos pontos fortes e nossos pontos fracos. O fato é que o Democratas tem um pré-candidato a prefeito de São Bento. Estamos abertos para conversas com outros partidos, porém. Nós precisamos de parceiros. A política é a arte de encontrar parceiros para governar, porque sozinhos não vamos a lugar nenhum. Temos que coligar com partidos que somem. Veja bem: se formos analisar, o orçamento (municipal) já está com quase cinquenta por cento comprometidos com a folha de pagamento. Tem mais vinte e cinco por cento na Educação e quinze por cento na Saúde. Mas, na Saúde, quinze por cento não dá mais. O modelo que vi nos Estados Unidos é totalmente diferente, porque todos os impostos nas duas cidades que conheci ficam lá – elas não mandam nem um centavo para o nível federal. São cidades menores que São Bento do Sul, com trinta mil habitantes, que têm orçamentos aproximados ao nosso. São modelos diferentes. Eles tratam as cidades como empresas. Os maiores beneficiários são os munícipes, que são os “acionistas”. Aqui no Brasil o prefeito tem que investir vinte e cinco por cento em Educação. Lá, são trinta e sete por cento!

 

EVOLUÇÃO – O senhor está dizendo publicamente que é pré-candidato a prefeito de São Bento do Sul?

ANTONIO TOMAZINI – Sem dúvida. E estamos fortes e concentrados! O partido está investindo as forças em mim. Estamos abertos aos partidos que queiram trabalhar conosco. Temos que investir em várias áreas – em Saúde, em Educação, em Segurança, em Transporte. Em relação à questão do Transporte, temos que tomar alguma medida, porque na área central não tem como promover mais aberturas de estradas. Temos que arrumar uma maneira de descentralizarmos esse “centro nervoso” da cidade, porque a cada ano o número de automóveis está crescendo.

 

EVOLUÇÃO – Essa decisão, de ser pré-candidato, está consolidada ou pode mudar até as convenções?

ANTONIO TOMAZINI – Aprendi uma coisa conversando com o senhor Otair Becker (ex-senador). Ele fala que isso é coisa do Ulysses Guimarães. O Otair disse: “Tomazini, você olha para cima e vê a silhueta de uma nuvem. Aí você abaixa a cabeça e quando olha de novo já não a encontra mais”. Veja bem, queremos ser uma nova opção para São Bento do Sul. Não é nada contra o PP ou contra o PMDB, mas também queremos um lugar ao sol, porque o partido está crescendo. Éramos seiscentas pessoas até sete meses atrás. Hoje já estamos com mil e cem filiados. É um partido que cresceu! Temos que entender que pode ser esse o momento ou pode ser daqui a quatro anos. Estou falando do resultado das eleições. Nós podemos perder, né? Ou você perde e faz oposição ou você ganha e governa.

 

EVOLUÇÃO – Há quem aposte no seu nome como vice-prefeito na eventual candidatura do prefeito Magno Bollmann à reeleição! Isso está descartado?

ANTONIO TOMAZINI – Existem muitas especulações. Já falaram até em vice-prefeito do PMDB ou do Magno. Em termos de vice-prefeitura, não existe nada definido.

 

EVOLUÇÃO – O senhor disse no início da entrevista que gostaria de ver um “conflito de ideias” na campanha. O senhor se compromete, com pré-candidato, que durante a campanha vai fazer propostas em prol da população?

ANTONIO TOMAZINI – Esse é o meu compromisso com as pessoas que votaram em mim como vereador e que votarão em mim como candidato a prefeito. Se o DEM nunca desceu do muro, talvez foi por falta de condições. Temos uma boa nominata para candidatos a vereador – não sei se posso citá-los...

 

EVOLUÇÃO – A legislação eleitoral está em cima...

ANTONIO TOMAZINI – Exatamente. É engraçado, em uma democracia, não poder falar mais...

 

EVOLUÇÃO – Depois de 30 de junho, o senhor poderá falar mais...

ANTONIO TOMAZINI – Se Deus quiser. Vamos trabalhar para isso: São Bento terá mais uma opção. Não é demérito aos outros partidos. Que cada um apresente suas ideias e trabalhe. Todos somos importantes nessa orquestra chamada democracia. 



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Valdir Aguiar


Retificação...Gostaria de pedir desculpas ao leitor em geral e especialmente ao entrevistado ao confundir o seu nome com o do Sr. Fernando Tureck, este sim filho de uma ex prefeito, que também postula um "lugar ao sol" na corrida eleitoral para a prefeitura de São Bento. Contudo, o restante do comentário anterior continua válido.

Responder      20/05/2012

Valdir Aguiar


Um lugar ao sol? As forças conservadoras alternam-se no poder e este senhor filho de um clã que "comandou" a cidade se diz querer um lugar ao sol?No reinado , onde somente dois partidos disputavam o poder, liberais e conservadores, havia um ditado ao qual ilustra bem esta velha situação, "de que nada mais conservador do que um liberal no poder". Onde estão os progressistas de São Bento? Vamos manter o status quo de dois partidos que hoje mais do que nunca estão umbilicalmente ligados?

Responder      17/05/2012

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