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Projeto busca o resgate da história da ginástica em São Bento do Sul

Domingo, 13 de maio de 2012

 

Objetivo também passa pela formação de novos campeões

 
Projeto busca o resgate da história da ginástica em São Bento do Sul Diorgenes Pandini/Agência RBS
A nova safra de ginástas de São Bento do Sul Foto: Diorgenes Pandini / Agência RBS
Caroline Stinghen

caroline.stinghen@an.com.br

Sob a supervisão de um símbolo da tradição do esporte em São Bento do Sul, projeto busca o resgate da história e a formação de novos campeões Uma sensação boa de reviver momentos inesquecíveis e começar novamente, do zero.

É assim que o ex-ginasta Charley Malewschik se sentiu ao apresentar um projeto inovador em Santa Catarina. Oito anos longe dos tablados, um dos maiores medalhistas dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) e um dos catarinenses que vestiu a camisa da Seleção Brasileira voltou às origens.

Não às barras. Desta vez, ele e uma equipe de profissionais de grosso calibre organizam a renovação e a volta triunfante da ginástica artística em São Bento do Sul. A ginástica artística foi para São Bento o que hoje o basquete e o futsal são para Joinville: orgulho da cidade, motivos para torcer e vibrar.

Desde 1925, quando foi inaugurada a Sociedade de Ginástica e Desportiva São Bento, que a sequência de exercícios em barras, argolas e, mais tarde, em camas elásticas se tornou rotina comum para os jovens da cidade. Até mesmo o atual prefeito, Magno Bollmann, foi ginasta.

Agora, em 2012, depois de 87 anos, Charley, com 30 anos, segue os passos do seu avó, Leo – que fundou a Sociedade – e do pai, Walter, que foi instrutor e presidente da sociedade.

— Em novembro, recebi um telefonema da Fundação Municipal de Desportes pedindo para fazer um estudo e sugestões de profissionais que pudessem levantar a ginástica em São Bento. E fomos atrás — revela.

O município não tem como objetivo chamar ginastas reconhecidos para representar São Bento. E, sim, buscar novos talentos em crianças de quatro a dez anos que moram na cidade.

— Queremos criar as categorias de base e acompanhar o progresso delas — explicou Charley.   

Um ginásio exclusivo para os atletas

Mesmo sem o encerramento das aulas de ginástica – no ano passado, por exemplo, 30 crianças praticavam o esporte –, o ginásio que foi construído em 1989 somente para a prática da modalidade foi esquecido.

Em janeiro deste ano, com a retomada definitiva da ginástica, um mutirão de limpeza foi organizado pela equipe da FMD. Os equipamentos, que já tinham mais de 30 anos – alguns deles feitos por ex-ginastas, lembra Charley – foram reformados e receberam nova pintura.

— Nós sabíamos que esta retomada teria um custo. Mas tratamos como investimento — comenta o presidente da FMD.

A fundação já investiu R$ 36,5 mil, mas este valor deve ultrapassar os R$ 50 mil, avisa Márcio Weiller. Devem ser compradas nos próximos 20 dias as espumas para a piscina – um local para os atletas caírem sem se machucar.

O clube ainda espera pelo apoio da Federação Catarinense de Ginástica. De acordo com Charley, a entidade apresentou um projeto ao Ministério dos Esportes para a compra de aparelhagem para vários municípios.

— Foram repassados R$ 500 mil. Deste total, R$ 100 mil seriam repassados para São Bento. R$ 50 mil para a compra de novos equipamentos e R$ 50 mil para uniformes — explicou o organizador da iniciativa. No entanto, o preço dos equipamentos necessários ultrapassa o valor de R$ 50 mil.

— Estamos em busca de parceiros e da iniciativa privada — diz Charley. 

Primeiros candidatos ao pódio

Há duas semanas, quando foi divulgada a nova proposta para a ginástica nas escolas e nas comunidades, cerca de 70 crianças e adolescentes ficaram interessadas e começaram as aulas. Para este ano, nem técnicos nem coordenação pretendem apostar em competições.

— É um começo — lembra Vachagan Ter Meliksetyan. A ideia é treinar e verificar os talentos que São Bento pode criar. Conforme a idade avança, aumentam também os treinamentos.

— Mas nada de pressão. Claro que sonhamos com novos campeões. Mas o nosso objetivo agora é reiniciar as aulas e resgatar o histórico da ginástica na cidade — avisou o presidente da FMD, Márcio Weiller.

Charley complementa e lembra da importância em se começar cedo na ginástica.

— A ginástica é um esporte que se começa muito novo, para verificar as aptidões. Mas claro que os que têm mais de dez anos também podem fazer as aulas — lembrou.

Os irmãos Tiago e Paulo Monteiro, de sete e dez anos, por conta própria, resolveram participar das aulas há duas semanas.

— Eles foram na escola e perguntaram quem queria. Falei com meus pais e no outro dia já estávamos aqui — contou o mais velho, que antes já praticava caratê e capoeira. 

Mestres com muita experiência

Em dezembro de 2010, o ex-ginasta são-bentense Charley procurou Eliana Cecília dos Santos, a vice-presidente da Confederação Brasileira de Ginástica, que trabalhou diretamente com profissionais como Daiane dos Santos.

— Primeiro, eu queria saber qual era o objetivo do projeto. Então procurei saber mais sobre a história de São Bento e a ginástica e me admirei. Como estava atuando no serviço burocrático há um certo tempo e minhas ideias fechavam com a proposta, foi uma grande oportunidade para passar essa minha experiência — contou Eliana, que foi nomeada a coordenadora do projeto.

E foi através de um convite de Eliana que um ex-treinador da Seleção Brasileira, que trabalhou ao lado de Charley, também aceitou o convite. O armênio Vachagan Ter Meliksetyan, o Vatik, atuou como técnico da equipe do Brasil de 1995 a 2000. Com um sotaque ainda arrastado, ele não disfarça a empolgação com o novo projeto.

Aos 61 anos, ele ainda manda bonito nos exercícios em barra e, além de técnico principal, é inspiração aos mais novos. Para fechar o time, outra celebridade da ginástica foi recrutada. Rosimeri Cunha Zoellner, que nasceu em Campo Alegre, será a técnica da equipe feminina. Ela já foi integrante da Seleção Brasileira universitária, venceu diversas provas nos Jasc na década de 1990 e influenciou uma geração de novos ginastas.


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