A questão já se inclui poderosamente entre as ponderações de boa parte de segmentos influentes da cidade
- - Por Otair Becker * - -
O crescimento de São Bento e também dos municípios da região Nordeste de Santa Catarina está tornando mais urgente a cada dia uma profunda reformulação das questões da Saúde Pública e, principalmente, de ampliação das atividades do hospital Sagrada Família de nossa cidade.
A questão já se inclui poderosamente entre as ponderações de boa parte de segmentos influentes da cidade, todos preocupados com o melhor encaminhamento e solução. Somos partidários da proposta de construção de uma nova ala no terreno em que funciona o nosso hospital da Sagrada Família, dirigido pelas Irmãs da Divina Providência.
Ali se pode pensar em projeto vertical, com área construída de muitos metros quadrados, permitindo a expansão dos serviços por mais algumas décadas. É preciso, contudo, promover as definições, elaborar projetos e empreender os trabalhos de captação de recursos tanto na esfera municipal quanto estadual e federal. Os mecanismos existem e podem permitir a canalização de alguns milhares de reais em diferentes momentos, mas é preciso mobilização e decisão.
A congregação da Divina Providência precisa ter claro que as definições da comunidade contemplam a permanência da entidade na administração do novo hospital, pois provado está que esta continua sendo a solução mais adequada em termos administrativos e operacionais. Hospitais públicos e estatais representam custos elevados, com servidores em excesso e serviços nem sempre eficientes ou eficazes. Assim, a primeira grande negociação é a de que se firme um pacto no sentido da permanência das Irmãs na continuidade dos serviços hospitalares do município.
De outra parte, deve-se pensar em solução flexível e funcional, que permita o atendimento da população por muitos anos, pensando-se numa estrutura capaz de atender com segurança as necessidades do futuro. O empresariado, através da Associação Empresarial, precisa se envolver ainda mais nestas discussões, ampliando as negociações e permitindo avanços em direção à captação de recursos, na medida em que estes serão de grande monta, muito acima da capacidade de investimento do poder público municipal. É preciso contar com a participação de recursos estaduais e federais, mas existem mecanismos para tanto. O que é de fundamental importância, contudo, é a formação de um conselho que abrigue lideranças da comunidade na busca de soluções para a questão hospitalar em São Bento do Sul. O diálogo, portanto, se impõe como primeira de todas as necessidades, abrindo caminho para uma solução abrangente com vistas ao atendimento das necessidades imediatas e futuras nessa área.
*Ex-senador da República