São Bento - Enquanto as obras para implantação da rede coletora de esgoto prosseguem seguindo o planejamento inicial por diversas ruas nos bairros Rio Negro, Colonial e Centro, uma das vias necessitou de uma operação especial para que a obra pudesse prosseguir.
Na Rua Bruno Fischer os trabalhos transcorriam normalmente até que a equipe de escavação da empresa Itajuí se deparou com um extenso trecho de rocha. Tratava-se de uma lage de pedra que necessitou por dias do uso de um equipamento pesado especial para o rompimento da rocha. O equipamento pesado, chamado de pica pau pela equipe, conseguiu partir boa parte da rocha, porém, exatamente no trecho mais alto da rua, em uma “lomba”, onde a profundidade da escavação deveria chegar a 4,5 metros, a lage de rocha com 15,6 metros de comprimento nas escavações impediu a continuidade dos trabalhos. Foram cerca de duas semanas com os trabalhos suspensos na via até que ontem, em uma operação especial, a obra foi retomada.
Explosivos
A empresa Itajuí se deparou com um problema que só tinha uma solução, detonar a rocha com a utilização de explosivos. Para tal operação a Itajuí contratou a Tec Drill, de São José, empresa esta especialista em detonações.
Os trabalhos então iniciaram no dia 24 de abril, quando o Exército Brasileiro através do Comando da 14a Brigada de Infantaria Motorizada de Florianópolis expediu a Autorização para Prestação de Serviços nº 044/12, liberando a utilização de 50 quilos de dinamite e demais equipamentos necessários para a detonação dos explosivos.
Alerta
Imediatamente a empresa especializada na detonação dos explosivos contatou a Defesa Civil de São Bento do Sul para proceder com os trâmites de alerta e acompanhamento obrigatório de toda operação.
Segundo Ivan Formigari, que acompanhou a operação na Rua Bruno Fischer, a solicitação foi atendida de imediato. “Quando recebemos a comunicação de que seriam utilizados explosivos, imediatamente iniciei as pesquisas para apurar a real situação, conhecer os materiais explosivos, e verificar quais cuidados seriam necessários junto aos moradores da vias”, disse.
Operação
A operação iniciou na manhã desta quarta-feira (25), quando as máquinas abriram a rua novamente até a profundidade da rocha que impedia a continuidade dos trabalhos. Após atingirem a profundidade necessária, a equipe da Tec Drill iniciou as perfurações da rocha, com a utilização de equipamento especial para perfurar com precisão a rocha maciça a uma profundidade de 70 centímetros para cada buraco.
Segundo o responsável pela operação, João Mauro Pereira, que tem sua habilitação como “blaster”, ou seja, profissional em explosivos e detonações autorizado pelo exército, todos os buracos tem a profundidade de aproximadamente 70 centímetros para que os explosivos sejam inseridos e detonados a uma profundidade necessária para romper a rocha em aproximadamente 1,5 metro de profundidade, o que é necessário para a continuidade das escavações.
João ainda explicou que todos os buracos são feitos com um grau de inclinação apontando para a linha da rua e para o lado mais fraco da rocha. “Assim o impacto maior da explosão será direcionado para o meio da rua, e não para as casas que estão aqui na lateral muito próximas do ponto de detonação”, disse João.
Depois de algumas horas realizando as perfurações para a colocação dos explosivos, que somaram 44, os cabos de conexão foram preparados e as máquinas depositaram aproximadamente 1,5 metro de terra e pedras sobre todos os 16 metros de escavação abertos na via.
Segundo os técnicos, a camada de terra sobre os explosivos foi necessária para a proteção de todos e das residências próximas, evitando que estilhaços fossem lançados por todo o local, e para abafar as explosões.
Os 44 explosivos utilizados representaram apenas um terço do que foi liberado pelo exército, que inicialmente representava 50 quilos de explosivos. “Inicialmente preparou-se uma carga de explosivos para explodir 4 metros de rocha (de profundidade), mas ao chegar aqui no local, verificou-se a necessidade de explodir somente 1,5 metros de profundidade”, disse Ivan Formigari, da Defesa Civil.
Detonações
Após as 17:30 horas quando já havia terra o suficiente por cima de toda a extensão da escavação o processo de detonação dos explosivos foi iniciado. Ao todo foram doze explosões que fizeram a Rua Bruno Fischer literalmente tremer, e que foram acompanhadas por alguns moradores da rua. Após alguns minutos, todas as detonações foram realizadas com sucesso e precisão, sem causar danos no local.
E quanto ao resultado das explosões, as obras de escavações serão retomadas após as chuvas para que toda a rocha dinamitada seja retirada e enfim, este trecho de tubulação para a rede coletora de esgoto possar ser instalado, concluindo os trabalhos na rua.