Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
EVANGELHO: (Ler na Bíblia: Lc 24,35-48)
Hoje o Evangelho de Lucas liga o nosso reconhecimento do Senhor ressuscitado com a experiência dos discípulos missionários históricos. A diferença entre nós e eles está em que eles puderam vê-lo fisicamente, enquanto nós só podemos tocá-lo espiritualmente, mediante a palavra das testemunhas e o memorial da ceia. Lucas insiste aqui na corporeidade do ressuscitado. A evangelização em ambiente helenista o exige. Os gregos, como os egípcios, já antes deles acreditavam na imortalidade da alma, mas não na ressurreição dos corpos, vemos hoje tendência semelhante, que se manifesta no expressivo crescimento do espiritismo, sobretudo em ambientes ricos e letrados. Atenção, porém. A ressurreição de Jesus não é uma simples reanimação de cadáver, uma volta à vida biológica anterior. Foram assim as ‘ressurreições’ da filha de Jairo, do filho da viúva de Naim, do amigo Lázaro. A ressurreição de Jesus é a participação do seu corpo, da sua natureza completa, na glória do Filho de Deus. É a glorificação de Jesus. É a total transformação da realidade humana de Jesus na realidade divina do Filho. A filha de Jairo, o jovem de Naim, o amigo Lázaro mais cedo ou mais tarde morreram de novo. Jesus, não. Ele só não morre mais, mas vive para sempre, porque vive uma vida qualitativamente superior à vida que vivia antes. A ressurreição, por isso, não é um conteúdo secundário ou marginal da fé. A ressurreição se situa no coração da fé. Com ela mantem-se de pé ou cai por terra tanto a promessa de Deus como a esperança última da humanidade. De fato, se Cristo não ressuscitou, a nossa fé é ilusória, e a nossa esperança vazia. Chave de leitura e síntese das Sagradas Escrituras não é está ou aquela passagem, mas o próprio Crucificado, que nos revela Deus como amor e misericórdia infinita. A morte de Jesus é a expressão humana do amor do Pai que vai até aos extremos de dar seu Filho por nós. A ressurreição de Jesus é a expressão mais que humana do amor do mesmo Pai que devolve seu Filho à vida para que se torne fonte de vida para todos. É nossa missão dar testemunho desse evento único e inigualável. A força que sustenta esse testemunho é o Espírito Santo, o poder do alto. Assim como desceu sobre Maria, na hora da encarnação, descerá sobre nós. A solidariedade de Deus, que desde a encarnação, com os seres humanos atingiu o alvo e o auge. Nos tempos antigos, esteve ‘diante de nós’ como Lei para levar-nos à terra prometida. No tempo de Jesus, esteve ‘conosco’ para abrir-nos e mostrar-nos a estrada para o Pai. Agora, nesses tempos que, desde a encarnação, são os últimos, ele está ‘em nós’, como vida nova. A semente foi semeada e a germinou; cresceu e já está produzindo frutos; a colheita, porém, só se dará quando Deus for tudo em todos. Jesus terminou sua missão. Nós a continuamos, a testemunhamos! No espaço e no tempo, em todos os espaços e em todos os tempos. Modelo da missão é o que ele nos deixou. Ele tornou-se próximo de nós; devemos fazer-nos próximos dos irmãos e irmãs. Ele repartiu com as multidões a palavra e o pão, tratando com o óleo e o vinho suas feridas; as multidões continuam com fome de palavra e de pão; à beira das estradas, as vitimas do inimigo esperam que alguém lhe estenda a mão.
23/04/12 – Seg: At 6,8-15 – Sl 118 – Jo 6,22-29
24/04/12 – Ter: At 7,51-8,1a – Sl 30 – Jo 6,30-35
25/04/12 – Qua: 1Pd 5,5b-14 – Sl 88 – Mc 16,15-20
26/04/12 – Qui: At 8,26-40 – Sl 65 – Jo 6,44-51
27/04/12 – Sex: At 9,1-20 – Sl 116 – Jo 6,52-59
28/04/12 – Sáb: At 9,31-42 – Sl 115 – Jo 6,60-69
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