Inicia nesta semana uma série de entrevistas com os presidentes de partidos políticos de São Bento do Sul. O primeiro é Celso Luiz Baptista, 55 anos, empresário do ramo automobilístico, ex-funcionário público da prefeitura de Curitiba por seis anos, na Secretaria de Administração. Ele assumiu a presidência do PP no dia último dia 1º de abril e fala a respeito dos trabalhos pré-eleitorais e da campanha deste ano.
EVOLUÇÃO – Conversamos, nessa ocasião, com o novo presidente do Partido Progressista, Celso Baptista. Como você encara esse desafio? Como é assumir a presidência do partido do atual prefeito de São Bento do Sul e também a maior sigla partidária de São Bento do Sul?
CELSO BAPTISTA – Sendo a maior sigla partidária do município, para mim é um grande desafio – principalmente por ser nessa época de campanha eleitoral. Entrei “meio que de repente” na política, porém sempre acompanhei de fora e sempre gostei muito de ver. Sempre gostei de acompanhar e de ler sobre política. Nessa ocasião, fui “meio que pego de surpresa” para assumir a presidência – o então presidente, o (Luiz Cláudio) Schuves, teve que assumir uma secretaria no governo. Para mim, realmente, é um grande desafio – porque, se fosse em outra época, seria bem mais tranquilo. Mesmo não tendo grande experiência na política, resolvi assumir. Vou encarar como deve ser. Estou aprendendo bastante ainda, mas espero fazer um bom trabalho.
EVOLUÇÃO – Você não foi aquele militante político tradicional, que carrega bandeira, que participa das campanhas, certo?
CELSO BAPTISTA – Estou filiado ao PP de São Bento há mais de vinte anos – eu mudei de Campo Alegre para cá. Desde então sou filiado ao PP. Eu era do diretório – e ano passado fui convidado a fazer parte da Executiva. Nunca fui esse militante de carregar bandeira, mas sempre gostei muito... acompanhando comícios, bastidores, etc.
EVOLUÇÃO – Como você está sentindo esse clima pré-eleitoral?
CELSO BAPTISTA – Percebe-se que o clima está cada vez ficando mais tenso, ainda que os candidatos sejam apresentados a partir do dia 30 de junho. Encaro com tranquilidade – é só fazer a coisa certa. Tem uma série de leis e passos que devem ser seguidos.
EVOLUÇÃO – Tem a burocracia eleitoral típica dessa época...
CELSO BAPTISTA – É. Temos que cumprir.
EVOLUÇÃO – Em termos de números, o que representa o PP em São Bento do Sul, hoje?
CELSO BAPTISTA – O número exato não sabemos. Acabamos de mandar a listagem para o Tribunal (Regional Eleitoral). Assim, teremos uma ideia mais exata. Mas, aproximadamente, são quase dois mil filiados.
EVOLUÇÃO – Vocês certamente já estão trabalhando com a nominata dos futuros candidatos, a vereador...
CELSO BAPTISTA – A nossa nominata de vereadores é muito boa. Está sendo complicado escolher os nomes. Mas posso dizer que oitenta por cento dos nomes já estão definidos. Falta definir algumas estratégias, apenas.
EVOLUÇÃO – Há secretários que inclusive já deixaram o governo. Irão se candidatar, certo?
CELSO BAPTISTA – Todos os secretários que saíram agora serão candidatos. Tem também a questão dos próprios vereadores atuais do partido – com exceção do Sérgio Pacheco, que está se desligando e não vai sair mais como candidato. Vamos contar muito com ele. É uma pessoa que deixou um exemplo muito bom e um trabalho muito bem feito durante essas legislaturas que teve.
EVOLUÇÃO – A cada dia que passa o prefeito Magno Bollmann esconde menos que quer disputar a reeleição. É o candidato natural do partido? Não tem outro nome, certo?
CELSO BAPTISTA – É o nosso candidato. Tem que ser. Não tem por que não ser. Até porque está fazendo um bom trabalho e hoje, se analisarmos as obras que estão acontecendo, a cidade praticamente virou um canteiro de obras. Houve algumas dificuldades no começo, como todos que assumem têm. Mas, agora, a tendência é melhorar muito. Seria uma grande pena se ele não continuasse por mais quatro anos para realizar os programas que estão sendo elaborados e que serão elaborados daqui para frente.
EVOLUÇÃO – Você acha que quatro anos é um período curto para um mandato?
CELSO BAPTISTA – Em minha opinião, deveriam ser seis anos, sem reeleição – não só para prefeito, mas para os demais cargos também.
EVOLUÇÃO – Hoje, quando se fala no prefeito, automaticamente vem a questão do vice. Não convém entrar em detalhes, mas houve uma problemática na atual gestão por conta disso. Como se está trabalhando isso?
CELSO BAPTISTA – Na verdade estamos abertos a conversações. Estamos conversando com todos os partidos. Já conversamos com todos, praticamente. Faltam dois partidos menores, ainda. Na medida em que as eleições vão se aproximando, vamos vendo qual vice que se enquadra melhor em nosso programa de governo. Acredito que quem for escolhido será muito bem vindo e vai nos ajudar muito na reeleição do Magno.
EVOLUÇÃO – Isso quer dizer que o PP não vai de chapa pura?
CELSO BAPTISTA – A chapa pura não está descartada. Hoje pensamos em fazer uma coligação.
EVOLUÇÃO – Difícil falar em nomes?
CELSO BAPTISTA – Se coligarmos com determinado partido, este terá que apresentar o vice.
EVOLUÇÃO – Muito bem, Celso, tem algo mais que você quer registrar?
CELSO BAPTISTA – Gostaria que fosse uma eleição sem ataques pessoais. Que o povo analise a realidade, o que está acontecendo, os projetos, os programas. Que seja uma eleição limpa. Que vença aquele que merecer e apresentar o melhor programa de governo.
EVOLUÇÃO – Afinal, o povo não está interessado em picuinhas...
CELSO BAPTISTA – O povo não quer mais saber de partido, na maioria das vezes, porque pensa mais nas pessoas e no programa de governo. De minha parte, quero dizer que vou fazer tudo para vencer. Em qualquer situação, vou colocar meu time para jogar. Conto muito com meus filiados e vou falar com todos, na medida do possível, para pedir a colaboração. Nossa militância é muito grande. Usando uma frase do nosso prefeito Magno Bollmann: “Não é só com obras que se ganha uma eleição. É com trabalho e com militância”.