Comitê de Política Monetária manteve o ritmo e reduziu o juro básico brasileiro para 9% ao ano. Patamar é o menor desde 17 de março de 2010, quando a Selic chegou a 8,75%. Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) optaram por reduzir a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, em reunião realizada nesta quarta-feira (18/4). Dessa forma, a taxa Selic passa a ser de 9% ao ano, em linha com o esperado pelo mercado. A decisão foi unânime e sem viés. "O Copom considera que, neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação. O Comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária", afirma o Banco Central por meio de nota. Enquanto o mercado discute se o ciclo de cortes irá continuar na próxima reunião, a atenção volta-se para a ata do encontro, que será divulgada na próxima quinta-feira (26/4). O comitê voltará a se reunir nos dias 29 e 30 de maio. Repercussão Logo após o anúncio da decisão do Copom, diversas instituições comentaram o corte na taxa Selic. Em linhas gerais, houve apoio na decisão do Copom, mas há a cobrança de desdobramentos específicos na economia brasileira. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), por exemplo, disse que a redução da Selic deve ser acompanhada de reformas institucionais que permitam a queda dos custos de produção e aumento da produtividade do trabalho. Já Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) cobra reduções mais profundas dos juros cobrados pelos bancos de pessoas físicas e jurídicas. "O Banco Central vem baixando os juros há seis meses. Nesse contexto, os bancos devem baixar a taxa de juros para as pessoas físicas e jurídicas", disse Skaf. Enquanto boa parcela do mercado acredite que essa foi a última redução na taxa básica de juros em 2012, o presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef), Keyler Carvalho Rocha, vê a possibilidade de novos cortes. "Acreditamos que nada impede a aplicação de novos cortes nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária, que decidirá conforme os rumos dos cenários macroeconômicos nacional e internacional", afirma. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) destacou que o novo corte representa uma economia de mais de R$ 11 bilhões ao ano, ou quase R$ 1 bilhão por mês, aos cofres públicos. Isso porque, mais de 75% dos R$ 2 trilhões de dívida pública do país estão ligados, de alguma forma, à Selic. Em tese, com os juros mais baixos, o governo precisa de menos esforço para rolar a dívida e, com isso, libera mais recursos para investir em pontos vitais para assegurar o crescimento sustentado, como melhorias em infraestrutura. O presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior, acredita que "a perseguição dos juros mais baixos pelo Banco Central" criou um ambiente favorável à redução dos juros finais cobrados do consumidor. "Com essa redução abrangente de juros por bancos públicos e privados, há mais condições de fortalecer os micro e pequenos negócios brasileiros", acrescentou. Fonte: Brasil Econômico |