A declaração foi dada em entrevista a revista Exame nesta quarta-feira. O anúncio virou uma novela. No segundo semestre de 2011 foi batido o martelo para a instalação de uma fábrica no Brasil. Só faltava escolher entre Araquari (SC) e Tatuí (SP).
Mas em setembro do ano passado, o governo federal decidiu aumentar em 30 pontos percentuais o IPI para carros que não têm pelo menos 65% de componentes nacionais.
Como é impossível começar a produção de um veículo com tantas peças brasileiras, a BMW e outras interessadas em se instalar no Brasil pediram uma regra de transição.
Ela saiu somente neste mês. Foi criada uma tabela e quanto mais pontos, maior o desconto no imposto, podendo fazer todo o acréscimo de IPI ser eliminado. Para isso, é preciso usar componentes nacionais, aumentar a tecnologia dos carros e poluir menos.
Mas até o início da produção nacional o aumento de 30 pontos percentuais no IPI continua valendo e o presidente da BMW reclama de queda nas vendas. Foram 30% desde setembro do ano passado. Ele dá como certa a redução de 20% neste ano na comparação com 2011. Cita que em março a queda foi ainda maior _ 590 veículos contra 1.009.
Henning não vê sinais de melhora porque considera normal que o consumidor se recuse a pagar R$ 160 mil por um carro que alguns meses atrás custava R$ 120 mil. O aumento do IPI afetou os carros de luxo no geral. Até o ano passado, as quatro principais marcas tinham 1,5% do mercado nacional. Desde setembro do ano passado, a participação de Mercedes-Benz, Volvo, Audi e BMW caiu para 0,75%.