Floiranópolis - A cirurgia plástica injeta nas clínicas e hospitais do País um valor médio anual estimado em R$ 4 bilhões. Esta cifra estratosférica resulta de uma demanda que nunca percorreu outro sentido senão o da curva ascendente e, segundo pesquisa do Instituto Datafolha para a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), chega a 630 mil operações. Incluem-se aí os procedimentos reparadores custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O Brasil ostenta o terceiro maior mercado nesta atividade, ficando atrás dos Estados Unidos e da China, que recém-chegou à vice-liderança. Um conjunto de fatores convergentes pode explicar esta posição: aumento do poder aquisitivo, avanços na pesquisa científica, aprimoramento de técnicas e equipamentos, alta qualidade da cirurgia plástica nacional, maior segurança ao paciente, qualificação de novos profissionais, concorrência e acesso à informação.
Toda esta movimentação interna, aditivada com a busca dos estrangeiros pela famosa excelência brasileira em cirurgia plástica, gera milhares de empregos diretos e indiretos, colaborando significativamente para o sustento da indústria fármaco-hospitalar e da prestação de serviços especializados. Mas, para que os diversos setores da economia se interliguem e se abasteçam, é básico que a partida se dê no meio científico.
Cada descoberta, certeza e comprovação ocorrida no ambiente acadêmico desencadeia um processo que poderá originar novos medicamentos, equipamentos e tratamentos, beneficiando uma porção mais abrangente da população. Por consequência, mais estudos, pesquisas, cursos superiores, professores, profissionais da saúde e produtos fabricados serão necessários.
A 28ª Jornada Sul-Brasileira de Cirurgia Plástica, agendada entre 19 e 21 de abril, no Majestic Palace Hotel, em Florianópolis, reunirá cerca de 300 especialistas de várias regiões do território nacional, América do Sul, Estados Unidos e França. “Durante três dias, serão discutidas experiências clínicas sobre métodos e recursos operatórios que conduzam ao aperfeiçoamento dos serviços e, portanto, resultem em conquista qualitativa para os pacientes”, diz o presidente do evento e da SBCP catarinense, Zulmar Accioli. Uma importante atualização técnica que pode promover novo impulso a toda esta engrenagem.