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Segunda, 09 de abril de 2012

 

 

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São-bentenses foram ao show comemorativo aos 30 anos do clássico disco duplo de ópera rock 


Por Luis Gustavo Erzinger

Chegamos a São Paulo após sete horas de viagem, numa caravana de sete ônibus de uma excur­são oriunda de Curitiba, por volta das 15:00 de domin­go (1º de abril). Contornamos aproximadamente 2 km que se formaram já àquela hora em frente ao portão 2, que dava acesso à pista simples, no gramado do está­dio do Morumbi. Por volta das 17:00 entramos, após algumas revistas, no estádio – e a primeira visão que tivemos foi a enorme estrutura arquitetada para a exe­cução da clássica obra de 1979, na íntegra, ao vivo. O palco já abrigava parte do imenso muro de 137 metros de comprimento e 11 metros de altura. Aguardamos, contando os minutos, até às 19:30, pois esperávamos que um britânico entrasse pontualmente, o que não aconteceu. Exatamente às 19:43, com treze minutos de atraso, o show começou.

 

O SHOW – PRIMEIRA PARTE

Já na abertura, evidentemente com a música “In The Flesh?”, que abre a primeira parte do disco, vejo mais pirotecnia do que jamais vi em outro show, de mesmo nível, que já assisti. Ao final da música sur­ge a constatação de que esse seria o primeiro show com áudio em “surround sound” que eu assistiria. No “epílogo” da canção, como no disco, ouve-se o som de um avião em queda livre, e nesse momento do fun­do surge um avião cenográfico, preso a um cabo, que desce como que “em queda livre” e se choca contra o palco numa explosão que pontua o frenético fim da primeira canção. O show segue com “The Thin Ice”, “Another Brick In The Wall, Part I”, “The Happiest Days Of Our Lives” e o clássico “Another Brick In The Wall, Part II”, durante o qual o primeiro “personagem inflável” surge, “The Teacher” (O Professor). Após a execução do clássico, Roger Waters pega o violão e faz uma versão acústica com o refrão do clássico – e nesse momento presta uma homenagem ao brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por policiais britâni­cos em Londres, em 2005, ao ser confundido com um terrorista.

Em seguida a execução da belíssima can­ção “Mother”, durante a qual particularmente já me encontrava emocionado e com os olhos marejados. Ao cantar a frase “Mother, should I trust the govern­ment?” (“Mãe, devo eu confiar no governo?”), no lado esquerdo do muro é projetada em vermelho, em letras garrafais e em português, a frase “Nem fudendo”. En­quanto no telão passam imagens sincronizadas de Ro­ger Waters jovem, em 1980, no lendário “Earl’s Court” de Londres, executando a mesma canção na turnê “The Wall” do Pink Floyd original. Na sequência, são executadas as canções “Goodbye Blue Sky”, “Emp­ty Spaces” – com uma sincronia fantástica do solo de guitarra com o vídeo original do filme –, “What Shall We Do Now?”, “Young Lust” – co-escrita e cantada por David Gilmour, integrante original do Pink Floyd e que foi muito bem interpretada pelo vocalista que acompanha a turnê fazendo apenas as vozes que Gil­mour faz no disco e fazia na turnê original de 1980.

Seguindo agora para o final da primeira parte do show, em que o muro já está praticamente construí­do por completo, com a execução das músicas “One Of My Turns”, “Don’t Leave Me Now”, “Another Brick In The Wall, Part III”, “The Last Few Bricks”, música esta sendo um meddley com excertos de várias canções da primeira parte do disco e que é executada durante a colocação dos últimos tijolos no muro, deixando apenas o espaço de um tijolo no meio do muro, em que Roger Waters aparece para cantar “Goodbye Cruel World”, canção que fecha a primeira parte do disco.

 

SHOW – SEGUNDA PARTE

Durante o intervalo de vinte minutos, em to­dos os 137 metros do muro foram projetadas imagens de pessoas que foram mortas em combate em diversas guerras por toda a história recente e vítimas diretas e indiretas do terrorismo. Com o muro totalmente ergui­do e cobrindo todo o palco, começa a segunda parte do show, com a execução da canção “Hey You”. Du­rante toda a música a única coisa que se consegue ver é o enorme muro construído, pois Roger Waters e toda a banda ficam atrás do muro. Na sequência a bela ins­trumental “Is There Anybody Out There?”, “Nobody Home”, momento em que no lado esquerdo do muro alguns tijolos se abrem e Roger Waters aparece can­tando em um cenário que imita um decadente quarto de motel. A próxima é a melancólica “Vera”, seguida de “Bring The Boys Back Home”, momento esse em que as primeiras encenações começam a ocorrer em frente ao muro. Então chega o momento mais aguar­dado por todos, a execução do clássico “Comfortably Numb”. Setenta mil pessoas cantão em uníssono a canção inteira, e todos com um “fundinho de esperan­ça” de ver David Gilmour surgindo em cima do muro e executando um dos solos mais lindos da história do rock, que por sinal foi muito bem executado por um dos guitarristas que acompanha Roger Waters na tur­nê. Realmente um momento transcendental perceber que setenta mil pessoas aguardavam a parte da música em que não há letra cantada e sim um solo de guitar­ra, e enquanto esse momento acontecia podia se notar muitas pessoas emocionadas sem conter as lágrimas, inclusive a pessoa que vos escreve.

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Tiago Peres, Luis Gustavo Erzinger, Jefferson Antonowsky e Cris Galkowski no Morumbi, com Roger Waters no detalhe (Fotos Divulação)
 

Na sequência, “The Show Must Go On” é apresentada e o lendário “porco gigante” é inflado e liberado em cima do público, que freneticamente vai empurrando por toda a extensão da pista enquanto “Run Like Hell”, outro clássico, é executada. E en­tão vamos chegando à parte final do show, em que a performance cênica é mais marcante, durante a exe­cução das canções “Waiting For The Worms”, “Stop” e “The Trial” (essa última: “O Julgamento”), em que as projeções do filme original tomam conta de todo o muro e que ao som de uma legião de pessoas, inclusi­ve as da plateia, ao final da música a frase “Tear Down The Wall!” (“Derrubem o muro!”) é bradada a plenos pulmões. Nesse momento, então, o muro vem abaixo revelando o palco ao fundo já vazio. Após a queda do muro, os músicos vêm à frente do palco e da ruína, e, em meio aos escombros do muro, executam a últi­ma música do show, a leve, doce e acústica “Outside The Wall”, na qual Waters começa tocando trompete e canta junto com um bem executado coro de vozes. Então chegamos ao fim do espetáculo e Roger Waters agradece muitas vezes e apresenta todos os músicos, um a um, que deixam o palco na sequência.

 

OPINIÃO

Minha opinião é de que com certeza esse é um show que deu uma nova definição ao conceito de ser “indescritível”. Por que digo isso? Porque quando assistimos a um show internacional, com artistas com o status de lendas do rock ou da música no mundo, sempre temos essa sensação. Não há como descrever com palavras o que uma experiência como essa é, e representa. Pelo menos não em sua plenitude. Já assisti Pearl Jam em 2005, Queen + Paul Rodgers em 2008, Metallica em 2010, Rush em 2010, Paul McCartney em 2010, System of a Down em 2011 e ao festival SWU em 2011, no qual assisti atentamente Down, Pri­mus, Stone Temple Pilots, Megadeth, Alice in Chains e Faith No More. Quais são as disparidades que tornam esse show de Waters uma experiência à parte? Em pri­meiro lugar a tecnologia de áudio, com efeitos em sur­round, algo por mim nunca antes vivenciado – e tenho que dizer, é incrível! Em segundo lugar a tecnologia de vídeo, cujas projeções eram de alta definição e, por horas, dividiam o muro em sete ou oito telas, ou então você podia ver centenas de pequenas projeções, uma em cada tijolo do muro. E, para fechar, a perfeição na execução de toda a obra, a sincronia de música ao vivo, com vídeo e efeitos sonoros, pirotecnia e a própria performance cênica de Waters, incluindo o figurino e o gestual. Pessoalmente, Waters não é um artista tão querido por mim, não sou tão “faná­tico” pelo artista quanto sou por outros artistas que tive a oportunidade de assistir, mas sem sombra de dúvidas esse foi um dos espetáculos mais incríveis que já vi e inclusive dentre aqueles que ainda ve­rei. Roger Waters é indiscutivelmente um gênio e merece todo o status de lenda viva da história da música mundial.

 

Por Cris Galkowski

Bom, falando um pouco sobre o show (se eu conseguir lhe explicar a sensação)... o estádio do Mo­rumbi ficou lotado, muita gente mesmo. Na primeira música tocada, todos já estavam boquiabertos e im­pressionados ao extremo com a estrutura do negócio. Parecia um grande espetáculo teatral. Tudo ensaiado nos mínimos detalhes para mostrar perfeição para os fãs. Quando havia sons de tiros e aviões, simulando a guerra, o público do estádio chegava a olhar para trás, para ver se realmente havia aviões. “The Wall” não é para você assistir, é para estar dentro. Foi realmente impressionante. Houve um balão de porco, fazendo críticas ao governo brasileiro, escrito em português mesmo... que foi jogado ao público. Coisa incrível de se ver. Até o velho Waters ficou emocionado quando o público o aplaudia sem parar. Ainda houve as home­nagens às vítimas mortas em combates... que emocio­naram muito a todos. Quando olhava para o lado, via muita gente chorando, emocionados com todo aquele espetáculo. E, por mais que eu escreva aqui, relatando os acontecimentos, é impossível explicar o sentimento que senti ao assistir “The Wall” – ou ao participar dele. Foi lindo!

 

N.R.: Outros são-bentenses também estiveram no evento, como o leitor pode perceber na foto, mas Evolução não obteve êxito na tentativa de colher seus depoimentos.



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