Eleições 2012 (2): Mobilidade urbana – Contorno Norte

Um dos assuntos mais debatidos em nossa cidade

 
 - - Por Otair Becker* - -

Analisando-se friamente tudo que vem sendo debatido e discutido sobre o assunto, lamentavelmente muito pouco de útil tem sido dito. Sem pretender desmerecer quem quer que seja, não posso deixar de manifestar minha satisfação em verificar que até a oposição na Câmara Municipal é favorável à obra, conforme noticiado pelo jornal “A Gazeta” na edição do dia 29 de março. Particularmente acho estranho que os membros da ConCidade – Conselho da Cidade  ainda não tenham se manifestado sobre o assunto.

A título de contribuição, permitam-me sugerir alguns pontos: 1) Que os interessados no assunto devem ler o artigo sob o título “Plano Diretor e Marselha”, de autoria de Samantha Buglione, bacharel e mestre em Direito, doutora em Ciências Humanas, publicado no jornal “A Notícia” do dia 20 de março, a qual destaca: a) “Florianópolis e outras cidades de Santa Catarina estão na contagem regressiva para cumprir a lei que exige a definição do Plano Diretor”; b) “Uma cidade é um corpo, mudar sua natureza é sempre afetar uma harmonia difícil de ser recuperada. A cidade é uma invenção humana, sem dúvida, mas isso não legitima ações que acham que toda intervenção é aceitável. O Plano Diretor deveria ser o remédio preventivo para a vida longa. Resta saber se seremos pragmáticos ou vamos deixar a doença chegar a níveis insuportáveis e, aí, tomar medidas exageradas e violentas”.

PAISAGEM URBANA

2) A revista “Veja” – edição 2262 – nº 13, de 28 de março – publicou uma entrevista com Edward Glaeser, economista americano, grande estudioso de cidades, que no meu entendimento também deveria ser lido por todos que têm demonstrado interesse e preocupação com os possíveis danos que o Contorno Norte poderá ocasionar, faço dele,  minhas palavras: “Ninguém quer ferir a valiosa paisagem urbana, mas cabe indagar: será que tudo ali deve ficar eternamente de pé? Cidades não podem se comportar como museus. Elas precisam saber se renovar e ainda existe um mito de que as metrópoles empobrecem as pessoas. Na verdade, são os mais pobres que são atraídos pelos grandes centros urbanos em busca de oportunidades para subir na vida. É mais um sinal de seu dinamismo”.

Faça-se um Plano Diretor da cidade e simultaneamente faça-se entrar em pleno funcionamento o Instituto de Planejamento Urbanístico de nossa cidade.

Finalmente, cabe-me destacar que nosso crescimento se deu graças a pessoas que tiveram espírito empreendedor e se algo não saiu corretamente, a responsabilidade foi daqueles que não fiscalizaram ou negligenciaram nas suas atribuições.

*Ex-senador da República