Já são seis os ataques a caixas eletrônicos registrados em Santa Catarina desde sexta-feira
Somente neste domingo, equipamentos em Garuva, São João Batista, Biguaçu e Florianópolis foram alvo de criminosos
A onda de ataques contra caixas eletrônicos em Santa Catarina registra ao menos cinco ocorrências neste fim de semana. Na manhã deste domingo o alvo dos criminosos foi uma agência do Santander em frente ao Hospital Universitário, na Capital. Durante a madrugada, equipamentos do Bradesco em São João Batista, na Grande Florianópolis, e em Garuva, no Litoral Norte, foram atacados. Biguaçu, também na região metropolitana da Capital, teve máquinas atacadas por bandidos nas madrugadas de sexta-feira e de domingo - o primeiro do Banco do Brasil e o segundo do HSBC. No sábado, houve um caso de arrombamento na Lagoa da Conceição.
Na manhã deste domingo, a Central de Operações da Polícia Militar (Copom) recebeu uma ligação de um mulher que havia avistado uma faísca na agência do Santander na Rua Professora Maria Flora Pausewang, bairro Trindade.
Quando as duas viaturas enviadas ao local chegaram, os policiais encontraram o gás ainda vazando. Uma maleta com dois cilindros foi deixada pelos caixeiros, que utilizaram um maçarico para arrombar o equipamento. No local eles deixaram ainda dois isqueiros e uma garrafa de água. Duas notas de R$ 20 foram encontradas intactas no local. Até as 10h30min não havia informação sobre a quantia levada.
Dois agentes do Instituto Geral de Perícia (IGP) ficaram surpresos com a maleta usadas na ação. O corte feito no equipamento mostrou que os ladrões tinham habilidade neste tipo de crime.
— Quem olha alguém entrar no local com uma maleta desta não desconfia — relatou um deles.
Os bandidos usaram um balcão da agência para esconder a ação, feita em apenas um caixa eletrônico. Os policiais acreditam que eles foram surpreendidos e tiveram que sair com rapidez, por isso deixaram os objetos no local.
Em São João Batista, na Grande Florianópolis, o ataque teve uso de explosivos. Durante a madrugada deste domingo, um caixa eletrônico do Bradesco foi arrombado no centro da cidade. Apesar disso, os criminosos não conseguiram roubar o dinheiro. Análise inicial da polícia indica que a quantidade de dinamite usada não foi suficiente para estourar o caixa.
Já em Biguaçu, a polícia acredita que o ataque tenha ocorrido entre às 3h30min e às 8h de domingo. Um morador de rua que dormia nos fundos do posto de combustíveis, onde fica o caixa eletrônico do Banco HSBC, teria percebido que o dijuntor do local havia sido desligado e teria reclamado. Duas vidraças da loja de conveniência, onde o caixa fica, foram quebradas. Os suspeitos teriam usado maçaricos para arrombar a parte inferior e lateral do equipamento.
A parte onde fica armazenado o dinheiro, não teria sido atingida, segundo informações do delegado da cidade, Nilton Cesar da Silva, que deverá pedir suporte à Delegacia Estadual de Investigações Criminais. Dois vidros de gás, usados nos maçaricos, e um pedaço de lona preto, que poderia ser usado para camuflar a ação, foram abandonados no local. Os policiais fizeram rondas na região, mas até o momento ninguém foi preso.
Caixeiros na mira da polícia
Com mais de 60 ataques contra caixas eletrônicos em Santa Catarina, o combate a esse tipo de crime receberá ajuda do Ministério da Justiça. Informações da inteligência da Força de Segurança Nacional serão usadas nas investigações.
— Vamos agregar informações levantadas pela Força Nacional da Secretaria Nacional de Segurança Pública no contexto de Santa Catarina. As quadrilhas serão combatidas com a mesma intensidade com que o delegado Claudio Monteiro estava trabalhando. Os esforços continuarão no mesmo sentido — garantiu o novo diretor da Deic, Laurito Akira Sato.
Em recente caso de ataque contra caixas eletrônicos na cidade de Luis Alves, um caixeiro acabou morto pela polícia. Um dia após o crime, no início de abril, houve perseguição e tiroteio. Integrantes da quadrilha acabaram presos.
O então diretor da Deic, delegado Claudio Monteiro, chegou a dar uma declaração polêmica sobre o caso.
— Se vierem a Santa Catarina vão ser presos ou vão ser mortos. Porque se vieram para o confronto, nós vamos matar — disse o delegado, que acabou sendo sendo exonerado do cargo.
Em março, uma quadrilha catarinense especializada em ataques contra caixas eletrônicos foi presa no Paraná.
Relembre alguns casos recentes de ataques:
— 9 de abril, em Blumenau — Agência do Banco no Brasil no Distrito Vila Itoupava foi alvo de criminosos. Eles tentaram arrombar caixas eletrônicos, mas não conseguiram. Foram encontradas marcas de cortes nos equipamentos e muita fumaça na sala de autoatendimento.
— 7 de abril, Nova Trento — Bandidos explodiram três caixas eletrônicos do Banco do Brasil. O cenário de destruição chamou atenção da polícia.
Foto: Fabiano Bottamedi / Agência RBS
— 1º de abril, em Luis Alves — Interrompendo um breve período de calmaria, ladrões explodiram caixa eletrônico do Bradesco. Após o crime houve perseguição policial que terminou com um caixeiro morto. A quadrilha acabou presa. Foram apreendidos armamentos pesados e grande quantidade de explosivos.
— 7 de março, em Pomerode — Moradores foram acordados com uma forte explosão. Ladrões atacaram equipamento em uma cooperativa de crédito na SC-418.
— 2 de março, São José do Cedro — Grupo de 12 homens armados com fuzis e pistolas detonou caixa eletrônico na pequena cidade do Oeste catarinense. O cenário de destruição chamou atenção da polícia. Na fuga do bando houve tiroteio, mas ninguém foi preso.
Foto: Divulgação