Florianópolis - As vendas reais da indústria catarinense encerraram o primeiro bimestre do ano com crescimento de 12,6% sobre o mesmo período em 2011. O resultado foi puxado principalmente pelo desempenho dos setores máquinas, aparelhos e materiais elétricos (36,7%), máquinas e equipamentos (30%) e alimentos e bebidas (18,8%), mostra a pesquisa indicadores industriais da Federação das Indústrias (FIESC), realizada com 200 indústrias.No mesmo período, as contrações ocorreram nos segmentos material eletrônico e equipamentos de comunicação (-18,8%), veículos automotores (-12,6%) e produtos têxteis (-6,9%).
"O crescimento das vendas deve ser avaliado com cuidado considerando que a produção industrial acumula queda de mais de 6% no bimestre, conforme os dados do IBGE. A elevação pode estar relacionada à redução dos estoques da indústria, mas também ao aumento da participação dos produtos importados no faturamento", avalia o diretor de relações industriais e institucionais da FIESC, Henry Quaresma.
As vendas de fevereiro ante janeiro cresceram 12%. A alta se deve à sazonalidade, ao retorno das férias coletivas e a maior demanda em função da redução do IPI para a linha branca. Nesse período, os setores que registraram as maiores altas foram confecções e artigos do vestuário (106,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (40,4%), móveis (37,3%), máquinas e equipamentos (16,9%) e produtos têxteis (12,4%).
A reação das moveleiras no período está em linha com a expectativa positiva dos empresários. Depois de fechar 2011 com queda de mais de 10% nas vendas, o setor está mais otimista para este ano afirma o vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Rio Negrinho (Sindicom), Carlos Alberto Barbosa Mattos. "A indústria do Planalto Norte, que sempre foi especializada em exportação, mudou o foco e voltou para o mercado brasileiro com bastante interesse, tanto que as vendas no País têm crescido", diz. Segundo ele, o crescimento do setor é consequência direta do ganho de renda da população, da expansão do País, mas, principalmente, do bom momento da indústria da construção.
Mattos afirma que hoje a taxa de câmbio praticada no Brasil inviabiliza a participação do setor no mercado internacional. "Por ser uma indústria intensiva em mão de obra, os custos não têm reduzido na mesma proporção que o câmbio, o que torna nossos produtos caros lá fora. No exterior temos atendido nichos de mercado em que o preço não é o fator principal", disse ele.
O levantamento da FIESC mostra ainda que no acumulado do ano a massa salarial real cresceu 5,9%. No entanto, as horas trabalhadas na produção decresceram 0,8% e a capacidade produtiva das fábricas fechou em 84,2%, valor de 0,7% menor que o registrado no mesmo período no ano passado.