Na semana passada rapidamente a notícia se espalhou pela internet. Em plena luz do dia, na área central de São Bento do Sul, com a presença de transeuntes, de pessoas que estavam a trabalho, de pessoas que estavam sentadas nos bancos da praça Getúlio Vargas, de crianças brincando no parquinho, um caso de violência com direito a disparo de arma de fogo e rastros de sangue. Caso típico de cidade grande, de notícia policial na TV. Comenta-se, à boca pequena, que teria sido um “acerto de contas” que teria ligação direta com o tráfico e o consumo de entorpecentes, sobretudo de crack. Consta que o autor da tentativa de homicídio foi um menor – que, por conta da lei, não ficou preso. Não se pode, nessa situação, culpar a polícia ou a Justiça pela liberdade do autor – e sim os nossos legisladores, que insistem em proteger criminosos. Se aos 16 anos um cidadão tem o direito de votar, por que não pode responder por seus atos inclusive com prisão? Parece ser hora de, definitivamente, rever a questão da maioridade penal. A sociedade em geral deixa transparecer que está no momento de tornar mais rígida as penalidades para menores infratores, que sentem-se à vontade para cometer delitos, pois sabem que nada de mais grave acontecerá em termos de punição. Imagine se um inocente – uma criança, por exemplo – sai morto dessa situação toda? A comoção seria maior ainda. Mas e a punição?