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Marco Redlich: “Em primeiro lugar, dedicação”

Segunda, 02 de abril de 2012

Secretário de Administração municipal e eleito “O Cara do Ano” através de votação feita pelo Evolução, Marco Redlich, 29 anos, fala da sua carreira e das realizações de sua secretaria. Funcionário de carreira e com atuação em cargos técnicos, Marco admite pretensões políticas, devendo se desincompatibilizar agora em março

 

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“É preciso gostar do que se faz. Muitas vezes, é preciso também estar no lugar certo e na hora certa. É preciso estar pronto quando a oportunidade surgir” (Foto Elvis Lozeiko/Evolução)
  

EVOLUÇÃO – Olá, Marco. Para abrirmos nossa entrevista, por favor, faça uma breve apresentação.

MARCO REDLICH – Sou natural de Curitiba – na realidade, apenas nasci em Curitiba, onde fiquei três dias, mas logo depois já vim para São Bento do Sul, de onde é toda a minha família. Estou com vinte e nove anos, agora. Estudei no colégio Roberto Grant e no São José também. Fiz vestibular para cinco profissões diferentes. Não tinha em mente, ainda, o que eu queria ser. Decidi fazer Administração de Empresas na Univille, me formando em 2005. Depois, iniciei a pós graduação em Administração Pública. Iniciei minha carreira no Samae em 2001. Entrei como funcionário concursado – fiz concurso para auxiliar administrativo. Estou completando onze anos no serviço público.

 

EVOLUÇÃO – Como é que um são-bentense que estudou em escola pública chega ao comando de uma Secretaria Municipal de Administração antes dos trinta anos? Qual é a fórmula?

MARCO REDLICH – Em primeiro lugar, dedicação. É preciso gostar do que se faz. Muitas vezes, é preciso também estar no lugar certo e na hora certa. É preciso estar pronto quando a oportunidade surgir. Não é todo dia – como se diz – que o cavalo passa encilhado. No Samae, comecei na área de atendimento, passei para o setor de compras – trabalhando com licitações e contratos –, depois aconteceu de a pessoa responsável pela área financeira se aposentar. Após um ano na área financeira, fui nomeado chefe de divisão – meu primeiro cargo de comissão. No Samae, sempre trabalhamos com concursos de redação, de desenho – sempre fazendo algo a mais do que era atribuído. Isso foi contando pontos. Os trabalhos voluntários também contam muitos pontos hoje em dia no curriculum. Faço parte da JCI (Junior Chamber International) desde a fundação, em 2005. Então, é preciso contribuir com a empresa e principalmente com a comunidade. Fazendo um trabalho voluntário, a gente cresce como pessoa – e isso ajuda também no trabalho. Ainda no Samae, passei para o trabalho com orçamento também. Em 2008 fui convidado para trabalhar com o orçamento do Município. Isso deu um conhecimento muito grande, porque é preciso conversar com todos os secretários, é preciso saber a realidade das secretarias, os programas que desenvolvem. Em 2009 fui convidado, pela prefeitura, para montar o PPA, que é o Plano Plurianual – as metas da administração para quatro anos. Com esse passo a passo, acabou surgindo a oportunidade. O (José) Canísio (Tschöke, então secretário de Administração) solicitou afastamento do governo. Então meu nome surgiu como uma possibilidade. Até agora nunca estive envolvido politicamente. Sempre trabalhei na área técnica e foi assim que cheguei até aqui – como técnico. Hoje é diferente. Já me envolvo muito mais com política. Estou aliando a técnica à política.

 

EVOLUÇÃO – Como foi no dia em que o prefeito Magno (Bollmann) lhe chamou e disse “Marco, você vai ser meu secretário”?

MARCO REDLICH – Na verdade, você “treme na base”. A Margareth (Keiser Bayer, secretária de Magno) me ligou e disse: “O prefeito quer falar com você”. Então pensei: “Vixe... o que aconteceu?”. Então o prefeito mostrou as metas da secretaria e do governo – e fez o convite. Foi muito gratificante. O nosso trabalho está sempre sendo observado, porque mais que a gente ache que não.

 

EVOLUÇÃO – Que setores estão sob sua responsabilidade?

MARCO REDLICH – A área de Recursos Humanos. São dois mil e quatrocentos funcionários na prefeitura. Também a área de Compras, que é vital para o bom andamento do serviço público. Muito se fala que a Lei de Licitações e a burocracia travam o serviço público, mas elas estão aí para serem respeitadas, trazendo segurança para o uso do dinheiro público. Através de algumas medidas administrativas, conseguimos dar mais celeridade aos processos. Todas as compras da prefeitura passam pela Secretaria de Administração. Temos também a área de Tecnologia da Informação. Além disso, tem a área de Patrimônio. Na Vigilância Patrimonial, são cerca de sessenta profissionais que trabalham.

 

EVOLUÇÃO – Nesse período frente à Secretaria de Administração, quais foram suas maiores alegrias e suas maiores frustrações? (Se é que houve frustrações).

MARCO REDLICH – Alegrias foram muitas. A começar pelo Plano de Cargos e Salários. Vim para a Administração em abril de 2011 – e em maio é o mês da negociação da data base. Então, estava um clima bem tenso, porque existiam várias cobranças por parte do sindicato (dos servidores municipais) e, consequentemente, por parte dos funcionários. Eram ações esperadas por muitos anos, mas que não eram realizadas – ou por falta de vontade política ou por falta de caixa. A maior alegria foi concretizar o Plano de Cargos e Salários. Hoje os servidores têm um plano de carreira. Até então, tínhamos o plano apenas no Magistério, desde 1999. O servidor agora vai ser valorizado devido aos seus estudos. É um incentivo para quem quer estudar, correr atrás. Pode ser uma evolução horizontal (por tempo de serviço) e vertical (por graduação). Isso, agora, é uma realidade. Levamos um ano para isso. Foram várias reuniões com o sindicato. Com o plano, tivemos mudanças nas tabelas dos vencimentos. Agora em março todos os servidores tiveram reajuste além da inflação. Foi um ganho real nos salários. Em fevereiro, tínhamos 3,63% de inflação e demos 4% de reajuste. Em março, houve mais um ganho real para todos os servidores. Outra alegria foi o auxílio alimentação, implantado no ano passado. Começamos com R$ 80,00. Na época o valor foi questionado. Porém, precisamos lembrar que partimos do zero. Hoje já estamos falando em R$ 110,00. Então, são R$ 5,00 por dia útil trabalhado. Ainda não é o ponto ideal, mas crescemos do zero para R$ 110,00.

 

EVOLUÇÃO – O que mais?

MARCO REDLICH – Tem também o seguinte: começamos um programa com uma assistente social e uma psicóloga dentro da Secretaria de Administração, para fazer o acompanhamento dos servidores. Às vezes tem servidores que estão passando por problemas – familiares, de alcoolismo, de depressão. Também tem a Central de Compras – estamos terminando de implantá-la. Muitas secretarias faziam compras fora, então isso não dava ganho em compras em volumes. Assim, conseguimos encontrar mais fornecedores. Ainda implantamos o Diário Oficial dos Municípios. Tínhamos o Informativo Municipal impresso, até ano passado. Agora temos online. Isso foi feito através da Fecam (Federação Catarinense dos Municípios), para facilitar esse trabalho. Outra coisa: ano passado chegamos a dezessete novos veículos, além da grande compra de máquinas para a Secretaria de Obras e o leilão de bens inservíveis agora em março. Nós temos um levantamento de controle da frota – para saber quanto está custando o quilômetro rodado, por exemplo. É um trabalho feito para usar bem o dinheiro público. Assim, são mais alegrias do que frustrações.

 

EVOLUÇÃO – De repente algo que não foi implantado...

MARCO REDLICH – Tem a questão da reforma do prédio da prefeitura na parte elétrica e na parte de dados e telefonia. Isso está em fase de projetos. Gostaria de ter terminado isso antes de sair (da secretaria), agora em março.

 

EVOLUÇÃO – Por que você vai sair em março?

MARCO REDLICH – Saio em março devido ao prazo de desincompatibilização, seis meses antes da eleição.

 

EVOLUÇÃO – Você tem pretensões políticas?

MARCO REDLICH – Tenho. Acho que posso aproveitar um pouco mais da experiência que acabei tendo com meus cargos. Tenho essa pretensão. É uma experiência nova para mim. É um caminho longo e cheio de percalços. Porém, esses onze anos de serviço público podem ajudar em uma eventual legislatura.

 

EVOLUÇÃO – Bom, também queremos fazer uma pergunta ao cidadão são-bentense – e não ao secretário e integrante do governo: como você avalia o movimento contra o avanço imobiliário no entorno do Parque 23 de Setembro por conta da abertura do Acesso Norte?

MARCO REDLICH – Tenho acompanhado principalmente no Facebook. De vez em quando também dou meus palpites. Já declarei que sou favorável ao Acesso Norte, porque é mais uma etapa do Plano Diretor que estará sendo cumprida. Porém, concordo também com o movimento, porque não é interessante ter toda aquela área transformada em comércio e em residências. Precisamos continuar tendo áreas de preservação. Sou mais um meio-termo. Gosto da ideia de ampliação do Parque 23 de Setembro. São Bento sempre foi um exemplo na área ambiental. Temos outras áreas, também. Perto do Cemitério Central temos a nascente do rio São Bento. Também é uma grande área que merece ser preservada. Quanto ao Contorno Norte, acho uma necessidade por conta do crescimento da cidade. Podemos crescer sem afetar tanto o meio ambiente. Porém, há esse conflito, né? Para abrir uma rua, é preciso derrubar uma árvore ou afetar um pouco a natureza. O próprio prefeito já falou que o que a maioria do povo quiser será feito. Se for optado pela ampliação do parque, sou favorável também. Temos o próprio exemplo do Parque do Samae – uma área comprada para ser preservada. Em São Bento precisamos oferecer opções de lazer.

 

EVOLUÇÃO – Para encerrarmos. Através de uma votação via jornal Evolução e através da nossa página, você foi escolhido “O Cara do Ano”. Certamente foi mais uma boa notícia...

MARCO REDLICH – Foi uma ótima notícia. No final do ano, em uma prévia, me falaram eu estava em primeiro lugar. Alguns servidores inclusive vieram me contar que estavam votando. Então, é o resultado de um trabalho. É um voto de confiança.



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