18/03/12 Dom: 2Cr 36,14-16.19-23 – Sl 136 – Ef 2,4-10

EVANGELHO: (Ler na Bíblia Jo 3,14-21)

Para entender esta figura da ‘serpente’, é preciso ir ao livro dos Números. Ao povo, picado pelas serpentes, Moisés mostrou, elevado como um estandarte, uma serpente de bronze. Quem levantava o olhar para ela era curado do veneno fatal. Qual o simbolismo que está por detrás desse gesto de aparente magia? Temos que ir ao Gênesis. Se Eva, diante da sugestão da ‘serpente’, tivesse ‘elevado’ seu olhar para Deus, ao invés de fugir e de se esconder dele, com certeza a sua história – que é nossa, pois ‘Eva’ somos todos nós – teria sido diferente. Da mesma forma, “é preciso que o Filho do homem seja levantado”. Aqui é preciso lembrar daquele diálogo noturno entre Jesus e Nicodemos: “é preciso nascer do alto”. Para isso, ‘é preciso’ que o Filho do homem seja ‘elevado’. ‘Elevado’ significa também ‘glorificado’. Não é só na Bíblia – ou na língua da Bíblia – que esses dois termos aparecem lado a lado. Jesus é, sim, o Messias, como Nicodemos pensa, mas não é Messias com Nicodemos pensa. (Se achou que eu disse a mesma coisa duas vezes, leia de novo as frases, observando bem as vírgulas. Ah! As vírgulas!). Jesus é, sim, o Messias, como Nicodemos pensa, mas não é o Messias do jeito que Nicodemos pensa! O que ficou claro para você precisava ficar claro também para Nicodemos: Jesus é o Messias, sim, mas não rico, poderoso, prestigiado como um rei oriental, mas pequeno, humilde, desqualificado como um escravo, ‘levantado’ na cruz, entre dois ladrões, como a serpente pregada na ponta do pau! Enquanto os sinóticos – Marcos, Lucas e Mateus – registram, três predições da paixão, o evangelho de João traz três predições sobre o ‘levantamento’ do Filho do homem. Mas tem uma diferença: para o evangelho de João, a cruz é apresentada, desde o início, como a glória! Em Jo 3,14, se diz que Filho do homem ‘levantado’ obtemos a vida eterna; em Jo 8,28, se diz que conheceremos ‘Eu-Sou’; em Jo 12,32, é dito que todos seremos atraídos para ele. O que quer dizer isso? Quer dizer que, contemplando o Crucificado, somos ‘desenvenenados’ da mentira da ‘serpente’ que nos roubou o conhecimento do Pai e nos fez fugir para longe dele. Em Jesus, porém, em Jesus crucificado, conheceremos a verdade de Deus e a nossa verdade: ele nos ama e nós somos o amor que ele tem por nós. Voltando nosso olhar para aquele que ferimos – João é o único que dá testemunho disso – descobrimos a verdade que nos liberta e nascemos do alto. Em ‘Eva’, nos perdemos, mas em ‘Eva’, também nos reencontramos: assim como Eva, a esposa nasce, do lado de Adão que dorme, da mesma forma, a humanidade nova, esposa do seu Senhor, nasce da ferida de amor do seu lado! Os Santos Padres exploraram esta ferida por todos os lados. O crucificado é comparado com a serpente de bronze, por mais uma razão. Nele, vemos o mal que a serpente nos trouxe, mas também o bem que Deus nos quer. A serpente na vara se parece fisicamente com o cordeiro pascal imolado que tira o pecado do mundo. O Filho – entregue pelo Pai, entregue por Judas, entregue por Anás, entregue por Caifás, entregue por Pilatos, entregue pela multidão – faz-se maldição e pecado e entrega-se a si mesmo à morte. Manifesta, ‘a quem quiser ver’, o seu amor incondicional!            

19/03/12 – Seg: 2Sm 7,4-5a.12-14a.16 – Sl 88 – Rm 4,13.16-18.22 – Mt 1,16.18-21.24a

20/03/12 – Ter: Ez 47,1-9.12 – Sl 45 – Jo 5,1-16

21/03/12 – Qua: Is 49,8-15 – Sl 144 – Jo 5,17-30

22/03/12 – Qui: Ex 32,7-14 – Sl 105 – Jo 5,31-47

23/03/12 – Sex: Sb 2,1a.12-22 – Sl 33 – Jo 7,1-2.10.25-30

24/03/12 – Sáb: Jr 11,18-20 – Sl 7 – Jo 7,40-53

Seja um participante fiel, na sua Igreja, ofereça o Dízimo!