Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
Facebook Jornal Evolução       (47) 99660-9995       Whatsapp Jornal Evolução (47) 99660-9995       E-mail

“Se o negócio for inovador, nós apoiamos”


O gerente da Incubadora Tecnológica de São Bento do Sul conversou com o Evolução após a inauguração da mesma, na manhã de quarta-feira, para conceder a presente entrevista

  

Clique para ampliar
“As regiões que investiram no empreendedorismo e na inovação são as que mais se desenvolveram” (Foto Elvis Lozeiko/Evolução)
 

EVOLUÇÃO – Conversamos nesta ocasião com Osvalmir Tschoeke, gerente da ITFetep, a Incubadora Tecnológica do Alto Vale do Rio Negro, ou simplesmente a Incubadora Tecnológica de São Bento do Sul, que acaba de ser inaugurada. Esse momento é uma grande emoção, certo, Tschoeke?

OSVALMIR TSCHOEKE – É uma realização profissional e pessoal também. A construção desse prédio planejamos já em 2007. A partir de então começamos a trabalhar com este objetivo. Foram praticamente cinco anos trabalhando para convencermos as pessoas sobre essa necessidade, sobre a importância e a possibilidade da obra. Portanto, é um momento de realização e também de alívio.

 

EVOLUÇÃO – Como explicar didaticamente ao leitor o que é uma Incubadora Tecnológica?

OSVALMIR TSCHOEKE – É uma espécie de condomínio de empresas. Porém, são empresas nascentes – geralmente pessoas com ideias sobre algum negócio. Se o negócio for inovador, nós apoiamos. A diferença de uma incubadora para um condomínio “normal” é que nós, além de termos o espaço físico, assessoramos os empreendedores desde o primeiro dia – desde a elaboração do plano de negócios. Após a abertura da empresa, continuamos acompanhando e aconselhando o negócio, oferecendo consultorias de outros órgãos, como universidades, por exemplo. Então, de maneira bem simples, a incubadora é como se fosse um condomínio, mas as empresas têm que oferecer produtos ou serviços inovadores. Vem alguém aqui e diz, por exemplo: “Eu quero abrir uma confecção”. A primeira pergunta que fazemos é: “O que vai você inovar neste mercado de confecção?”. Se a pessoa quiser fabricar uma camiseta de malha tradicional, então a orientamos a procurar o Sebrae ou o condomínio empresarial da prefeitura, porque não é o público da incubadora.

 

EVOLUÇÃO – Entre as empresas já incubadas – que hoje caminham com as próprias pernas – e as que continuam incubadas, já são diferentes produtos e serviços oferecidos, certo?

OSVALMIR TSCHOEKE – A nossa incubadora foi indo naturalmente mais para a área de software – desenvolvimento de sistema, então é mais tecnologia da informação e comunicação. Porém, temos empresas de design, de desenvolvimento de produtos eletroeletrônicos, etc. Entre as empresas que estão entrando agora, existem as que vão trabalhar na área de energia, por exemplo. Está havendo uma diversificação nos projetos também.

 

EVOLUÇÃO – Com essa diversificação de projetos, há também a diversificação da própria economia de São Bento do Sul!

OSVALMIR TSCHOEKE – Temos uma empresa incubada, que trabalha com eletroeletrônicos, que desenvolve medidores de energia elétrica. O próprio jornal Evolução fez uma reportagem sobre isso. É um negócio que vai mexer com todos os lares, de todos os brasileiros – e foi algo desenvolvido aqui em São Bento do Sul! Essa empresa tem tudo para ter muito sucesso nessa área. Por outro lado, temos uma empresa de desenvolvimento de sistemas que começou na incubadora com duas pessoas – o dono e mais um. Hoje já são mais de vinte funcionários – com um salário médio acima de R$ 2,5 mil, enquanto a indústria moveleira paga R$ 700,00.

 

EVOLUÇÃO – O que dizer sobre a fala do ex-prefeito – para alguns, o eterno prefeito – Osvaldo Zipperer, que lá em 1975 plantou uma semente?

OSVALMIR TSCHOEKE – A visão do pessoal daquela época, de certa forma, impulsionou a economia de São Bento do Sul na indústria moveleira. Acho que estamos em um segundo momento, agora, porque o que estamos fazendo agora pode impulsionar a economia no futuro. Se observarmos, já temos um parque tecnológico implantado aqui, na prática. Estamos falando já em ampliar a incubadora, para até trinta empresas. Já estamos falando também em um condomínio tecnológico. Ou seja, a empresa fica na incubadora por dois ou três anos e depois, ao se graduar, vai para o condomínio. Nesse contexto, vamos imaginar o bairro Centenário daqui a dez anos. Isso vai ser muito importante.

 

EVOLUÇÃO – Aqui, neste local, já existem o Senai, a Sociesc, a Fetep...

OSVALMIR TSCHOEKE – Estamos conversando também com a Udesc, para firmarmos uma parceria para formação de mão de obra. O próprio Senai já está colocando seus laboratórios todos à disposição das empresas, para que elas possam desenvolver produtos. Esse convívio aqui vai ser bom tanto para as empresas como para as próprias entidades. Normalmente, as empresas começam a crescer e a contratar, o que vai incentivar os próprios jovens do bairro Centenário a estudarem aqui. Estamos imaginando esse contexto para daqui a dez anos, com cinquenta empresas instaladas, por exemplo. Hoje o Centenário é considerado um bairro de classe baixa, pobre – mas vamos imaginar daqui a uma década. Podemos olhar o exemplo da Celta (incubadora de Florianópolis), que hoje gera cerca de quatro mil empregos em seis ou sete prédios.

 

EVOLUÇÃO – A inauguração em si e o fato de algumas empresas estarem se dando bem no mercado são uma resposta aos céticos, mostrando que é realmente possível fazer acontecer?

OSVALMIR TSCHOEKE – Sempre precisamos ter a tríplice hélice – poder empresarial, universidades/escolas e prefeitura. Claro, isso tem um custo. Porém, como estas empresas são basicamente prestadoras de serviços, então elas devolvem para o município através de impostos diretos e indiretos. Hoje, as empresas que já temos devolvem mais em impostos para o município do que o município investe. Então, financeiramente, é um bom negócio. São Bento do Sul e outros municípios menores da região perdem muitos cérebros, porque são pessoas que estudam aqui mas depois vão a Joinville, Jaraguá do Sul ou Curitiba atrás de empregos melhores. Assim, acaba-se gerando uma condição para que estes fiquem aqui.

 

EVOLUÇÃO – Ou seja, para que estas inteligências não fujam daqui...

OSVALMIR TSCHOEKE – Que é o que acontece hoje. Muitos dos que vão para fora acabam não voltando mais. Claro, aqui estamos fazendo passo a passo, mas indo atrás de modelos de sucesso. Estamos indo nessa direção. A Celta, de Florianópolis, para mudar a realidade do município, levou vinte e cinco anos. Nós vamos levar dez anos, porque temos o exemplo deles e sabemos um caminho mais curto. Tenho pesquisado, estudado e viajado muito, vendo estes modelos. As regiões que investiram no empreendedorismo e na inovação são as que mais se desenvolveram.



Comente






Conteúdo relacionado





Inicial  |  Parceiros  |  Notícias  |  Colunistas  |  Sobre nós  |  Contato  | 

Contato
Fone: (47) 99660-9995
Celular / Whatsapp: (47) 99660-9995
E-mail: paskibagmail.com



© Copyright 2025 - Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
by SAMUCA