Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
04/03/12 Dom: Gn,1-2.9a.10-13.15-18 – Sl 115 – Rm 8,31b-34
EVANGELHO: (Ler na Bíblia Mc 9,2-10)
Marcos não conta as aparições do Ressuscitado. Seu evangelho, diferente dos outros, termina com a cena em que, amedrontadas as mulheres ouvem a ordem de voltarem para a Galileia, onde tudo começara: “Não fiquem assustadas. Vocês estão procurando Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Veja o lugar onde o puseram. Agora vocês devem ir e dizer aos discípulos missionários dele e a Pedro que ele vai para a Galileia na frente de vocês. Lá vocês o verão, como ele mesmo disse”. O final do evangelho remete ao começo, a Galileia. É um convite a reler todo o evangelho à luz do anúncio de Jesus morto e ressuscitado. Não para fazer um complexo exercício de transfiguração do texto e da história contada, mas para deixar que ele realize no leitor ou ouvinte a necessária transfiguração. Se eu escutar Jesus, vou encontrá-lo na sua palavra que realiza em mim aquilo que diz, transformando pouco a pouco a minha vida conforme a imagem da sua. O dom do pão, a Eucaristia, com o milagre do surdo e do cego, me capacita a escutá-lo e a vê-lo. A sua glória, a transfiguração, é a realização de toda a promessa de Deus, antecipada nele e dada a quem o contemple. Vê-lo é a vida do homem, espelho destinado a refletí-lo. Aquele pedido: “Mostra-me a tua glória, o teu rosto” que, em Moisés, não pôde ser satisfeito, é agora ‘atendido’ de modo inesperado e insuspeitável. Os discípulos missionários não o pedem. É Jesus que toma a iniciativa: “Tomou consigo... e os levou...”. Os discípulos missionários não cabem em si de contentamento: “É bom ficarmos aqui”. A transfiguração, colocada no centro do ministério público de Jesus, simboliza não só a sua futura ressurreição, mas também aquela ressurreição quotidiana que a sua palavra opera no coração da nossa vida, esculpindo-nos para a vida definitiva. Essa ressurreição tem início na escuta que nos cura, torna-se definitiva no batismo que nos une a Ele, se alimenta do seu pão que nos faz caminhar atrás d’Ele, e será consumada na visão de sua face, refletida na nossa. A transfiguração é o ponto de chegada de Jesus, o nosso e o de todo o universo. O nosso destino não é a desfiguração, mas a transfiguração. Nosso verdadeiro rosto é o de Jesus, beleza de Deus: “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova!”, diz Santo Agostinho. Foi por ele, nele e para ele que fomos criados. É nele e por meio dele, que no fim – que será de transfiguração, não de desfiguração – Deus será tudo em todos. A transfiguração ‘sobre uma alta montanha’ – onde Moisés não pode ver a glória do Senhor – marca uma grande virada decisiva na vida de Jesus e dos discípulos missionários. A vida, como pré-condição biológica do existir, evidentemente, é igual para todos. Mas, enquanto um somente sabe que, no fim, morrerá, outro sabe que está indo em direção ao encontro desejado. Duas coisas iguais podem tornar-se radicalmente desiguais.
Oração e Bênção: Que o Senhor nos abençoe e nos guarde, curando as nossas doenças, sarando as nossas feridas, aliviando as nossas dores, perdoando os nossos pecados e enchendo o nosso coração de Paz!
05/03/12 – Seg: Dn 9,4b-10 – Sl 78 – Lc 6,36-38
06/03/12 – Ter: Is 1,10.16-20 – Sl 49 – Mt 23,1-12
07/03/12 – Qua: Jr 18,18-20 – Sl 30 – Mt 20,17-28
08/03/12 – Qui: Jr 17,5-10 – Sl 1 – Lc 16,19-31
09/03/12 – Sex: Gn 37,3-4.12-13a.17b-28 – Sl 104 – Mt 21,33-43.45-46
10/03/12 – Sáb: Mq 7,14-15.18-20 – Sl 102 – Lc 15,1-3.11-32
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