Novo grupo consultivo da FIESC realizou nesta sexta-feira sua primeira reunião para avaliar as grandes preocupações do setor com vistas à competitividade
Florianópolis - Educação e infraestrutura foram os temas dominantes da primeira reunião do Fórum Estratégico da Indústria Catarinense, nesta sexta-feira (2). O novo fórum consultivo da Federação das Indústrias (FIESC) reuniu, sob a liderança do presidente Glauco José Côrte, empresários como Carlos Rodolfo Schneider (Ciser), Carlos Vitor Ohf (Cassava), Cesar Bastos Gomes (Portobello), Décio da Silva (Weg), Fernando Marcondes de Mattos (Costão do Santinho), Germano Purnhagen (Hergen), José Fernando Xavier Faraco (Dígitro), Mario Aguiar (Vectra), Michel Miguel (Revelux), Ney Silva (Laboratório Catarinense), Osvaldo Moreira Douat (Douat Têxtil), Rui Altenburg (Altenburg) e Vicente Donini (Marisol), além do ex-governador Jorge Konder Bornhausen e do presidente do BRDE , Renato Vianna.
O Fórum Estratégico é composto por empresários das principais cadeias produtivas do estado e convidados de notória relevância para discutir os temas mais importantes para o setor. "Ficou muito clara a necessidade de focarmos a educação como um pilar básico, uma premissa que antecede qualquer politica de desenvolvimento. Vamos dar sequência a essa a essa orientação que recebemos dos industriais. Estamos aproximando cada vez mais a Federação da indústria catarinense, das principais lideranças empresariais do estado. Quanto mais próximos estivermos da indústria, dos seus sindicatos, mais teremos condições de refletir o que a indústria pensa sobre o desenvolvimento de Santa Catarina", disse Côrte, ao final do encontro.
A partir da exposição realizada sobre os esforços do Sistema FIESC previstos até 2014 na formação profissional e na escolarização básica, os empresários chamaram atenção para as deficiências do sistema público de educação. Donini destacou que a qualidade da educação básica impacta diretamente no ensino técnico. Schneider afirmou que o problema não está no volume de recursos destinados à educação, "mas na qualidade do gasto". Para ele, o poder público investe demais nas universidades, quando deveria priorizar a educação básica. Silva concordou e disse que o crédito educativo é a melhor forma de apoiar a formação superior de quem não tem condições de bancar os cursos.
Também esteve em pauta o projeto Sul Competitivo, que está sendo realizado pelas três federações industriais da região e vai mapear, de forma integrada, as principais obras estratégicas para a infraestrutura dos três estados. O trabalho foi apresentado pelo consultor da empresa Macrologística, Olivier Girard. Douat elogiou a iniciativa de contratar o estudo e afirmou que, a partir da lista de projetos prioritários, é possível ter propostas concretas "para diferenciar o país real para investimentos do país da fantasia", com ampla divulgação de oportunidades para a participação do setor privado nos investimentos. Faraco lembrou da importância de pressão política para que o trabalho resulte na efetiva realização das obras propostas, valorizando mais modais como o ferroviário.
O cientista político Amaury de Souza afirmou que nos últimos dez anos a carga tributária do país cresceu, mas o investimento não foi na mesma proporção, apesar de o governo Dilma Rousseff ser "sensível" às questões de infraestrutura. O gasto público tem ido para o custeio da máquina e para a seguridade social. "Não é fácil desarticular esse quadro porque tem que acomodar interesses", disse. Na opinião de Souza, estão muito claras as prioridades do atual governo, com destaque para a infraestrutura, a ciência e a tecnologia, o plano Brasil Maior, a previdência social, o programa Brasil sem Miséria e a gestão. Em relação à melhora na gestão, ele destacou a criação da Câmara de Gestão do Governo, que tem a participação do setor privado. "São conselheiros que estão formulando políticas para tornar o país menos oneroso", disse.
A próxima reunião do Fórum foi marcada para o dia 28 de setembro.