Psicodália: Além de um festival de música

Pela terceira vez consecutiva, Fazenda Evaristo foi palco do evento

Programação contou também com recreação infantil, inclusive com temas ambientais (Foto Elvis Lozeiko/Evolução)

Em sua décima quinta edição – a terceira consecutiva realizada em Rio Negrinho –, o Festival Psicodália foi encerrado na terça-feira de Carnaval, tendo como atração principal, neste dia, a dupla “Sá & Guarabyra”, formada há quase quarenta anos! O evento, porém, iniciou já na sexta-feira da semana passada, dia 17, ocasião em que aconteceram mais algumas apresentações históricas do evento: Paulinho Boca de Cantor, um dos fundadores dos “Novos Baianos”, grupo que atuou de 1969 a 1979; as bandas “Jarrah Thompson Band” (da Austrália) e as brasileiras “Terra Celta” e “A Bolha” no sábado; “Pata de Elefante” e “Confraria da Costa” no domingo; e “Casa de Orates” e “Casa das Máquinas” na segunda-feira. Entretanto, no total, foram cerca de trinta atrações musicais nos cinco dias de festival, realizados na Fazenda Evaristo, que recebeu um público de aproximadamente três mil pessoas, a grande maioria vinda de fora. Para se ter uma ideia, apenas no saite oficial do evento (psicodalia.mus.br) havia excursões de cinco Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais) cadastradas.

Banda “Terra Celta” foi uma das mais animadas e contagiantes da edição deste ano (Foto Gabriel Araújo/Psicodália/Divulgação)

Além das opções musicais, foram várias outras atividades desenvolvidas durante o Psicodália, como as oficinas, por exemplo: macramê, cinema, papel reciclável, desenho com modelo vivo, fotografia, luminárias com livros e papelão, filtro dos sonhos, grafite, brincadeiras cênicas para crianças, percussão, pinturas faciais, roupas de bexiga, malabarismo, tai chi chuan, terapias manuais orientais, xamanismo, teatro e improvisação, e inúmeras outras. Entre as atrações teatrais, destaque para a peça “Baião de Dois”, dos são-bentenses do Grupo de Pesquisa Teatral Panaceia. Rafael Padawan e Rafael Nagel apresentaram na manhã de sábado a peça que homenageia o nordeste através dos personagens Geraldinho e Cícero, que estão em peregrinação pelo Brasil, fazendo uso de cordel, trava língua, poesia matuta, música, danças populares e humor.

Oficinas - como a de tai chi chuan - foram oferecidas (Foto Elvis Lozeiko/Evolução)

Há tempos a Fazenda Evaristo não recebia tantas barracas como nesta edição do Psicodália. Até o “inferninho”, como é popularmente chamada uma das áreas de camping – que andava vazia nos últimos eventos – recebeu inúmeras. O estacionamento também estava praticamente lotado, com automóveis de diferentes cidades brasileiras. Contando com segurança 24 horas por dia, com equipe de limpeza e equipe de saúde com ambulância, o Festival Psicodália ofereceu ao público, além das atrações artístico-culturais e das oficinas temáticas, praça de alimentação – com café, almoço e jantar –, bar, mercearia e variados pontos de exposição (artesanato, roupas, etc). Sem falar no tanque da fazenda, bastante frequentado devido ao calor que fez em todos os dias do evento, e na tirolesa com cerca de quinhentos metros, igualmente bastante utilizada pelos psicodálicos.

Peça “Baião de Dois” foi um dos destaques (Foto Daniele Payerl/Divulgação)

O Psicodália surgiu em 2001 em Angra dos Reis/RJ, com seu projeto piloto, mas somente em 2003, na Lapa/PR, passou a ter a atual nomenclatura. Foram realizadas ainda edições em Morretes e Antonina, no Paraná, e em São Martinho, em Santa Catarina. Na virada do ano de 2009/2010, o festival foi realizado pela primeira vez em Rio Negrinho, com a histórica apresentação da lendária banda “Os Mutantes”. Nos anos seguintes – 2011 e 2012 –, contudo, o evento voltou a ser realizado no feriadão de Carnaval. No ano passado, algumas das principais atrações foram  “Traditional Jazz Band” e Tom Zé. Idealizado pelo trio curitibano Julianna Henriques, Klauss Pereira e Alexandre Osiecki, o Festival Psicodália vai além da música.  Segundo eles, a proposta original é criar uma atmosfera de alegria e companheirismo ao público, unindo diversas formas de manifestações artísticas, integrando o público ao que vem sendo produzido país afora.

Público também praticou malabaris e outras atividades (Foto Elvis Lozeiko/Evolução)