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Argentinos passam a madrugada buscando parentes e amigos entre vítimas de acidente ferroviário

Quinta, 23 de fevereiro de 2012

 

Homem que estava na plataforma no momento do choque conta como conseguiu resgatar duas vítimas

Centenas de argentinos passaram a madrugada desta quinta-feira percorrendo hospitais e o necrotério de Buenos Aires. Desesperados, buscavam parentes e amigos entre as vítimas de um dos piores acidentes de trem no país desde 1970. O governo decretou dois dias de luto.

O acidente ocorreu às 8h34min de quarta-feira. Um trem, com 2 mil passageiros a bordo chegava à estação do bairro Once — um dos mais populares e comerciais de Buenos Aires. Era horário de pico, quando todos vão trabalhar. O trem foi reduzindo a velocidade, até alcançar 26 quilômetros por hora. Mas, para surpresa de todos, não parou. Bateu na barreira da plataforma, matando dezenas de pessoas e ferindo centenas.

Alfredo Bras estava na plataforma na hora do acidente. Em entrevista à Agência Brasil, ele contou que viu o trem chegar e percebeu que ele não conseguia reduzir a velocidade.

— Gritei: o trem não está freando! Saiam daí, saiam daí! Todos pensavam que eu tinha enlouquecido.

Alfredo pulou para trás e sentiu o impacto da batida. Viu duas mulheres batendo nas janelas do trem, desesperadas. Chutou o vidro e conseguiu resgatá-las.

— Mas vi que duas pessoas, atrás delas, estavam mortas — disse.

No fim da noite de quarta-feira, o saldo da tragédia era 50 mortos e 676 feridos, 200 em estado grave. Os vídeos das câmeras de segurança da estação mostram o trem saindo dos trilhos e uma explosão. Os vagões de trás se chocaram com os da frente.


A empresa de trens TBA divulgou comunicado lamentando o acidente e informando que ainda não sabe o que aconteceu. Em entrevista, o secretário de Transporte da Argentina, Juan Pablo Schiavi, disse que ninguém sabe ainda o motivo do acidente. Segundo ele, o trem vinha reduzindo a velocidade no ritmo esperado, até chegar aos 26 quilômetros por hora. De repente não pôde parar. O maquinista, um jovem de 28 anos, estava descansado e a postos. Tanto a empresa quanto o governo argentino abriram inquéritos para investigar o acidente, que já é tema de debate político.

Cerca de 400 milhões de pessoas viajam, a cada ano, nos trens de Buenos Aires — um dos maiores sistemas ferroviários da América do Sul. No ano passado, mais de 20 pessoas morreram e 300 ficaram feridas em acidentes de trem.

A privatização do transporte público nos anos 1990 é tema de discussão. O então presidente Carlos Menem achava que as empresas privadas iriam investir em infraestrutura — o que, segundo o deputado Pino Solanas, da oposição, não ocorreu. As empresas recebem subsídios do Estado. Para Solanas, a presidenta Cristina Kirchner não cobrou investimentos em infraestrutura e em segurança das empresas privadas, que hoje administram o sistema ferroviário.



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